TC 03,7 C (Salt.: sem III)
Sábado da semana 3 do Tempo Comum.
Santa MARIA no Sábado, mf.
Hoje à tarde, Vésperas I de Domingo.
1917: 100 anos das aparições de NOSSA SENHORA em Fátima.
A autoridade de JESUS sobre Fátima:
«Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto.» (Lucas VI, 43-44a)
Bíblia: o Livro dos Livros onde está PALAVRA DE DEUS que nos ensina - neste mundo que é só de passagem, uma páscoa - o mais importante de tudo, o que precisamos de saber para sermos felizes, fazermos os outros felizes e, na passagem em CRISTO JESUS, ganharmos a VIDA ETERNA.
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Tudo que foi publicado sobre este assunto até agora, pode ser visto na página deste blog «Ordem Alfabética de Publicações no Blog». Letra «Q» de «Quem como DEUS?».
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O mistério da ENCARNAÇÃO revelou-nos o mistério da SANTÍSSIMA TRINDADE. Este é o maior deles (DEUS Uno na natureza e Trino nas pessoas), revelado pelo segundo maior deles (Em JESUS há duas naturezas, a divina e a humana, cuja união se dá numa única pessoa, que é divina: o FILHO (que é a Segunda Pessoa da SANTÍSSIMA TRINDADE e que encarnou e SE fez homem nas puríssimas entranhas da VIRGEM MARIA)).
Contudo, DEUS nos criou criaturas inteligentes, isto é, que gostam de compreender coisas, saber explicá-las. Para compreender algo que está acima da nossa capacidade de entender, podemos usar um recurso, um raciocínio que em Filosofia se chama de raciocínio por analogia ou semelhança. Isso nos dará a consolação de podermos perceber que o mistério acima do nosso entendimento não contraria a razão humana (não poderia), e compreender algo de um mistério acima da nossa inteligência. E os maiores são os mistérios sobrenaturais, que se referem a DEUS e sabemos porque foram revelados. Se não tivessem sido revelados, nunca ficaríamos a saber deles. Mas até nos mistérios naturais, os da CRIAÇÃO, há os que estão também acima da nossa inteligência, outros, deixaram de ser mistérios, pois já os compreendemos. Mas interessa-nos aqui os mistérios da REVELAÇÃO, pois têm a ver com a nossa salvação, aquilo que é mais importante para nós, a nossa salvação.
Como entender por analogia com o que se observa na CRIAÇÃO? Observando a luz, dizemos que é uma coisa boa; daí, podemos dizer que QUEM a criou é LUZ, dizer que DEUS é LUZ. Por semelhança, poderemos então ter uma compreensão de DEUS como LUZ. E também que é o SUMO BEM.
Em relação aos mistérios sobrenaturais, repito: nós os conhecemos, mesmo que não os entendamos, a não ser por analogia com as coisas da CRIAÇÃO, porque nos foi revelado. Também podemos não saber de algum mistério natural, mas estes podem ser descobertos, tem este potencial por serem naturais; os que se referem a DEUS, só se DEUS os revelar.
Nós sabemos - conhecemos - que DEUS, que é um só, é também SANTÍSSIMA TRINDADE nas pessoas, três pessoas divinas, porque nos foi revelado por DEUS. Não contradiz a razão humana (não poderia mesmo!...), mas não pode a razão humana compreender, a não ser por raciocínio analógico ou por semelhança: há alguma semelhança entre a criatura (um bem) e o CRIADOR (o SUMO BEM). Sobre o mistério da SANTÍSSIMA TRINDADE, já se pode ver algo revelado no Livro do Génesis, quando DEUS disse:
«Façamos o ser humano à Nossa imagem, à Nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.»
(Génesis I, 26)
DEUS (uno) disse: «Façamos... (Trindade)»
Também na visita dos três anjos a Abraão: alguns teólogos consideram que não foram três anjos, mas a TRINDADE. Mas é sabido (conhecido) que não ficou claro para o povo da Antiga Aliança, antes de CRISTO ter vindo ao mundo, o mistério de DEUS Uno e Trino, apesar de tantos sinais no Antigo Testamento. Foi JESUS que revelou tal mistério, ao assumir a nossa humanidade.
Não podemos compreender DEUS, nem o facto de ser Uno na natureza (DEUS é um só, natureza divina única) e Trino nas pessoas (TRINDADE). Mas uma coisa é compreender (entender), outra, é conhecer (saber): mesmo nos mistérios naturais - os da CRIAÇÃO - conhecemos muito mais coisas do que, das que conhecemos, compreendemos.
A nossa inteligência sempre procura compreender o que conhece. Em relação ao CRIADOR, só poderemos alcançar um entendimento imperfeito por analogia ou semelhança com a coisas da Criação, como já foi dito.
Vemos, por exemplo, a beleza nas coisas e, como Santo Agostinho, exclamamos por semelhança, que DEUS é a BELEZA INCRIADA. São Francisco Marto dizia que DEUS é a luz que não se pode dizer o que é, só dizer que é LUZ. É um modo de compreendermos DEUS ajustado às limitações da nossa inteligência de criatura: em DEUS, o criador da luz (DEUS disse: «Faça-se a luz.» E a luz foi feita.» (Génesis I, 3)), temos algo, por semelhança, que nos ajuda a compreender que DEUS é LUZ..., embora não seja, a luz é criatura. E foi isso que os videntes de Fátima viram e JESUS, como Filho do homem, o disse, ser a LUZ do mundo (o CRIADOR do mundo). O Novo Testamento em diversas passagens fala de JESUS como a LUZ, etc.
Como os anjos, fomos criados à imagem e semelhança de DEUS, isto é, como criaturas inteligentes e com vontade própria, somos, como os anjos, criaturas com o dom da liberdade, somos, como os anjos, pessoas. A inteligência e vontade são as potências espirituais da alma humana, que é espiritual e que nos faz pessoas, no caso, pessoas humanas, com deveres e direitos. Notemos:
- Alma: Eu, onde está a consciência de que sou eu e não o outro ou outra coisa;
- Inteligência: minha inteligência. Não sou eu, mas outra coisa, a minha inteligência; e
- Vontade: minha vontade. Novamente, não, eu, mas minha. A minha vontade não sou eu, mas pertence a mim.
Levando em conta a REVELAÇÃO e levando em conta as potências espirituais humanas (inteligência e vontade) - foi revelado que fomos criados à imagem de DEUS... -, e procurando uma compreensão por analogia, os teólogos ilustraram o mistério revelado da SANTÍSSIMA TRINDADE do seguinte modo:
- O PAI, origem, não procede de nenhuma outra pessoa divina;
- O FILHO é gerado (eternamente) pelo PAI, por via do ENTENDIMENTO; e
- O ESPÍRITO SANTO procede (eternamente) do PAI e do FILHO por via da VONTADE e do AMOR.
Em DEUS, o PAI é DEUS, a origem. Em mim, eu sou a origem do meu entendimento, mas o ENTENDIMENTO DO PAI é DEUS mesmo, porque em DEUS não pode haver composição (alguma coisa que seja criatura pois, pertencer, é ser criatura), DEUS é simples. Já se referindo a uma criatura como eu, o meu entendimento não sou eu, mas o meu entendimento, há a composição. O entendimento que tenho, me pertence, à minha pessoa, a mim, mas não sou eu. Em DEUS, é outra pessoa divina, o FILHO, que na plenitude dos tempos assumiu a nossa humanidade, nascendo sobrenaturalmente de MARIA.
O pai é DEUS, o FILHO é DEUS, outra pessoa divina, mas não são dois deuses, mas um só DEUS, a essência divina é única.
E eu poderia pensar que além de poder entender (compreender) coisas, pois tenho uma inteligência, também tenho uma vontade. Percebo que tenho a liberdade de escolha, após uma consulta à minha inteligência, para saber qual a melhor escolha diante de algo ou alguma situação. A minha vontade tem a sua origem em mim mesmo e também no meu entendimento, vem de mim e daquilo que penso. Também em DEUS, a VONTADE DE DEUS procede do PAI e do VERBO DO PAI, que é o FILHO, mas é DEUS, a Terceira Pessoa, pois DEUS é simples, não pode haver nada que seja criatura n'ELE.
A VONTADE DIVINA, pois o ENTENDIMENTO DIVINO é outra pessoa divina (em DEUS não existe composição), procede do PAI e do FILHO como a Terceira Pessoa da SANTÍSSIMA TRINDADE, o ESPÍRITO DE DEUS, que é AMOR: o amor eterno do PAI pelo FILHO e do FILHO pelo PAI.
Comigo, posso dizer: meu entendimento, que não sou eu, mas que me pertence, é meu; minha vontade, que não sou eu, mas minha.
Em DEUS, o PAI é DEUS, o FILHO (VERBO DO PAI, PALAVRA DE DEUS) é DEUS, o ESPÍRITO SANTO é DEUS, mas não são três deuses, mas um só DEUS.
Temos aqui um entendimento do mistério da SANTÍSSIMA TRINDADE por analogia (semelhança) com as potências espirituais da alma humana.
Na próxima publicação, se DEUS quiser, colocarei agora algo do Bispo Santo Ireneu, que nos ficará mais claro ao ler o que ele vai dizendo sobre o mistério do DEUS, que SE revelou a nós. O verdadeiro DEUS que inspirou os profetas do Antigo Testamento, que desceu até nós na pessoa de JESUS para dizer tudo que era preciso ser dito sobre a REVELAÇÃO para nosso bem e salvação. Uma salvação que já se inicia neste mundo, se nos abrirmos a DEUS:
«A SAGRADA ESCRITURA te pode instruir em ordem à salvação pela fé em CRISTO JESUS. De facto, toda a ESCRITURA é inspirada por DEUS e adequada para ensinar, refutar, corrigir e educar na justiça, a fim de que o homem de DEUS seja perfeito e esteja preparado para toda a obra boa.»
(2 Timóteo III, 15-17)
Assim, o viver bem já se inicia nesta vida, mas não nos esqueçamos que cabe à IGREJA a interpretação correcta da REVELAÇÃO:
«Tende presente que ninguém pode interpretar por si mesmo uma profecia da ESCRITURA, porque jamais uma profecia foi proferida pela vontade de um homem; mas, sendo movidos pelo ESPÍRITO SANTO é que certos homens falaram da parte de DEUS.»
(2 Pedro I, 16)
Ontem, a IGREJA, na adoração a DEUS e só a DEUS, e em acção de graças a DEUS por tal santo, celebrou São Tomás de Aquino, Monge beneditino, que é doutor da IGREJA - o doutor angélico! - e o maior teólogo e filósofo de todos os tempos.
São JOSÉ,
Patriarca da IGREJA,
rogai por NÓS!
«EU vim para que tenham vida e a tenham em abundância.» (JESUS) Continuação de uma boa semana que já vai terminar (sábado, o último dia) e até amanhã, se DEUS quiser!