Um dia destes, conversando com alguém, entrámos na conversa sobre sistemas políticos, quando essa pessoa me disse o seguinte:
«A democracia matou CRISTO».
Fui surpreendido com tal afirmação, mas até não me pareceu estranha, já teria ouvido tal coisa no passado. E essa pessoa ainda me disse que foi um padre o autor dessa afirmação. Um padre? A ser verdade, tratar-se-ia, se entendi bem o sentido dessa frase, dita por quem disse, de um padre sem fé, isto é, que não conheceu JESUS CRISTO, mas suspeito que não é um padre o autor dessa afirmação falsa (e falsa seria dizer pouco: ridícula), que me surpreendeu, mas que nem me parece estranha, mas algo que já tinha ouvido anteriormente.
E como me viu a pensar sobre essa afirmação, ainda exemplificou:
«Não foi Pilatos quem perguntou ao povo se preferiam CRISTO ou Barrabás? Não foi tudo decido por voto?»
De facto, nem tudo pode ser decidido pelo voto e não é a maioria que determina alguma coisa, em relação a valores, mas a verdade deles. Mas não nos desviemos do assunto. Logo respondi-lhe que esse povo estava manipulado por quem queria a morte de CRISTO e comecei a explicar-lhe a falsidade dessa afirmação.
Podemos resumir nisto:
1. Ninguém matou JESUS CRISTO. Somos todos responsáveis pela Sua morte, porque ELE deu, livre e conscientemente, a Sua vida humana, assumida no mistério da encarnação para nos salvar, mas ninguém matou CRISTO. É claro que teve que assumir uma natureza mortal para poder morrer por nós, já que isso seria impossível à Sua divindade... E foi em nosso favor que o fez, logo, não assumiu uma natureza mortal qualquer, mas a nossa.
2. Se a frase, como me parece, quer também sugerir que não só mataram, como também CRISTO está morto, só os cegos não vêem a IGREJA e o testemunho que dá, em todos os tempos, no meio de perseguições explícitas e implícitas, das ameaças externas e até internas (o joio ou espírito do mundo, presente na IGREJA já desde o início, como acusam as cartas paulinas e católicas) fazendo, a IGREJA, tanto e tão grande bem ao mundo de todos os tempos: ELA é sacramento de salvação para o mundo inteiro. ELA é a maior prova de JESUS ressuscitado, que A conduz pelo Seu ESPÍRITO SANTO. JESUS ressuscitou e há-de vir na Sua glória (na humanidade assumida na encarnação e glorificada na ressurreição, com todo o Seu poder divino) para julgar ao mundo inteiro, aos vivos e aos mortos (e aos autores dessa frase). Ainda hoje, a RAINHA DA PAZ nos convida a nos abrirmos às Suas mensagens para conhecermos... um morto? Seria engraçado, já que nem ELA poderia estar aí, viva, não fôsse JESUS, que LHE deu a vida eterna, estar vivo. E todos os que se abrem a NOSSA SENHORA, em todos os tempos, sabem muito bem que ELA está viva, bem viva, e é uma alegria para os que se abriram a ELA.
3. Em relação à democracia, também não é verdade. JESUS tem sido perseguido desde que veio ao mundo, independente dos sistemas e regimes políticos. Está na história em todos os tempos da história como um facto.
Ninguém matou CRISTO, foi ELE que, livre e conscientemente, deu a Sua vida, mas não foi o fim, ressuscitou, acompanha a vida dos que crêem n'ELE, e há-de vir na Sua glória para decretar a sentença do Juízo Final.
Como se pode pretender matar DEUS, que pretensão e absurdo! Tudo foi criado para JESUS e nada foi criado sem ELE:
JESUS é a imagem do DEUS invisível,
o primogénito de toda a criatura;
porque foi n'ELE que todas as coisas foram criadas,
no céu e na terra,
as visíveis e as invisíveis,
os Tronos e as Dominações,
os Poderes e as Autoridades,
todas as coisas foram criadas por ELE e para ELE.
ELE é anterior a todas as coisas
e todas elas subsistem n'ELE.
(Colossenses I,15-17)
Nas Sua pregações, JESUS usou a alegoria do bom pastor, imagem do DEUS de Israel, que conduz o Seu povo em segurança, para dizer QUEM ELE é, esse DEUS - o único e verdadeiro, Uno e Trino, que conduz o Seu povo à terra prometida, o CÉU:
EU sou o BOM PASTOR; conheço as Minhas ovelhas e as Minhas ovelhas conhecem-ME, assim como o PAI ME conhece e EU conheço o PAI; e ofereço a Minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas EU preciso de as trazer e hão-de ouvir a Minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor. É por isto que Meu PAI ME tem amor: por EU oferecer a Minha vida, para a retomar depois. Ninguém M'a tira, mas sou EU que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar. Tal é o encargo que recebi de Meu PAI.» (João X,14-18)
Como se vê...
EU sou o BOM PASTOR; conheço as Minhas ovelhas e as Minhas ovelhas conhecem-ME, assim como o PAI ME conhece e EU conheço o PAI.
São os cristãos de todos os tempos que, conhecendo ou não as mensagens da RAINHA DA PAZ, de algum modo atenderam aos Seus pedidos, que é precisamente o que deseja NOSSA SENHORA: que conheçamos um morto? Nem NOSSA SENHORA poderia estar viva, não fosse JESUS estar vivo e pode ser conhecido por quem quiser conhecê-l'O. (Hoje mesmo!) Começar a conhecer JESUS é começar a grande aventura do conhecimento de DEUS, não há nada que se compare a isso, e ainda por cima, com isso, ganhamos a vida eterna. Diz ELE:
Ofereço a Minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas EU preciso de as trazer e hão-de ouvir a Minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor.
Como se vê... Ninguém matou JESUS, foi JESUS que ofereceu a Sua vida, assim ia preparando os Seus discípulos para a Sua Paixão e Morte de Cruz. Em favor de quem? Quem são essas ovelhas (sentido figurado) de JESUS? Todos, no mundo inteiro, são convidados a serem e beneficiados pela morte de JESUS, pela qual, sendo o CORDEIRO DE DEUS que tira o pecado do mundo, reparou as faltas do mundo inteiro, todas elas e de todos os tempos. Notemos que ouvir a voz de JESUS é escutar o ESPÍRITO SANTO; ser ovelha de JESUS é já ter o REINO DE DEUS habitando no seu coração, precisando que vá crescendo nele pela conversão diária. Notemos, neste mundo cheio de guerras, divisões e inimigos - mundo de Caim's (embora o povo esteja longe dessas militâncias, mas a dormir no seu comodismo) -, só JESUS nos pode livrar desses males e formar a família humana, bem diferentes todos nós uns dos outros, graças a DEUS (a riqueza está na diversidade, nas diferenças, ninguém é igual a ninguém), mas todos unidos no novo ADÃO, que é JESUS: unidos a ELE e entre nós.
Portanto, ninguém matou JESUS, ELE é que deu a Sua vida por nós, para nos reconciliar com DEUS: com ELE mesmo, com o PAI, com o ESPÍRITO SANTO. Mas isso não ficou por aí: o AMOR é eterno; tudo passará, mas o AMOR não passa:
É por isto que Meu PAI ME tem amor: por EU oferecer a Minha vida, para a retomar depois. Ninguém M'a tira, mas sou EU que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar. Tal é o encargo que recebi de Meu PAI.
- Oferecer a Minha vida, para a retomar depois.
- Ninguém M'a tira, mas sou EU que a ofereço livremente.
- Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar.
Tudo foi decidido por JESUS, e não só: até a hora da Sua morte, e nada aconteceu que não tenha sido decidido por JESUS. Não quer dizer que não somos responsáveis pela Sua morte, pois foi para reparar as nossas faltas. Nisso, até há quem teve mais culpas... Quando Pilatos, um pouco assustado, perguntou a JESUS donde vinha ELE, já que havia dito a Pilatos que o Seu REINO não era deste mundo, JESUS nada disse, mas Pilatos insistiu:
Pilatos disse-LHE, então: «Não me dizes nada? Não sabes que tenho o poder de TE libertar e o poder de TE crucificar?» Respondeu-lhe JESUS: «Não terias nenhum poder sobre MIM, se não te fosse dado do Alto. Por isso, quem ME entregou a ti tem maior pecado.» (João XIX,10-11)
Pilatos tinha autoridade, no sentido civil, para julgar pessoas, assim JESUS. Podia, por ser livre, ter optado por ser um juiz justo e imparcial, e não foi, mas covarde. Contudo, as autoridades que manipulavam o povo tinham um pecado maior, porque não lhes foi dado tal poder... Pilatos podia ter sido um juiz justo e corajoso, em vez da covardia e falsidade do "politicamente correcto", enquanto que os que manipulavam o povo não receberam nenhum dom para isso...
Mas como disse, tudo foi decidido por JESUS, até a hora de Sua morte:
JESUS, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a ESCRITURA, disse: «Tenho sede!» Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-LH'a à boca. Quando tomou o vinagre, JESUS disse: «Tudo está consumado.» E, inclinando a cabeça, entregou o ESPÍRITO. (João XIX,28-30)
Ainda não se tinha cumprido tudo que JESUS, no Antigo Testamento, havia inspirado na Lei e nos Profetas, para se cumprir plenamente n'ELE na plenitude dos tempos. Só quando tudo se cumpriu, tudo ficou consumado, e JESUS entregou o Seu ESPIRITO ao PAI:
Dando um forte grito, JESUS exclamou: «PAI, nas Tuas mãos entrego o Meu ESPÍRITO.» Dito isto, expirou. (Lucas XXIII,46)
Não foi nem antes, nem depois, mas no exacto momento em que JESUS decidiu morrer, morreu. Morreu por nós, os ingratos. Ao terceiro dia ressuscitou, e, antes de todas essas coisas acontecerem, já instruía os apóstolos receosos sobre a hora em que também só ELE, e ninguém mais, decidiu, para dar a vida pelo mundo, a Sua hora, que tantas vezes teve de dizer que ainda não tinha chegado, só quando ELE decidiu ter chegado tal hora:
Começou, depois, a ensinar-lhes que o FILHO DO HOMEM tinha de sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei, e ser morto e ressuscitar depois de três dias. (Marcos VIII,31)
JESUS já preparava os Seus discípulos sobre o que ia acontecer. Tudo era conduzido por ELE. ELE livre e conscientemente oferece a Sua vida (humana) em nosso favor, e será pelo poder da Sua divindade que ressuscitará. Ninguém O matou (também seria impossível, mesmo, pois JESUS é DEUS):
Tenho de receber um baptismo, e que angústias as Minhas até que ele se realize! (Lucas XII,50)
Quando JESUS vier, bem vivo, como vivo está, na Sua Glória, cumprir-se-á esta PALAVRA DE DEUS:
O SENHOR frustrou os planos dos pagãos, fez malograr os projectos dos povos. O plano do SENHOR permanece eternamente e os desígnios do Seu coração por todas as gerações. (Salmo XXXII,10-11)
Pena que os mundo não tenha querido ter sido feliz, só o será, talvez, no Juízo Final, não, antes, mas só no final da história, porque:
Feliz a nação que tem o SENHOR por seu DEUS, (no lugar de ídolos, mentiras e vaidades) o povo que ELE escolheu para Sua herança. (Salmo XXXII,12-13)
Continuação de um final de ano litúrgico (coincide sempre com o fim da semana civil, o Sábado); preparemo-nos para mais um ano novo litúrgico (coincide sempre com o início da semana civil, o DOMINGO). Até amanhã, se DEUS quiser!