quarta-feira, 16 de novembro de 2011

TC 33,4 Ano ímpar


Nas leituras do calendário litúrgico de hoje - trigéssima terceira semana do tempo comum e quarto dia da semana (quarta-feira), ano ímpar -, temos no Evangelho a parábola da perseverança em esperar a vinda do SENHOR: o estabelecimento do REINO DE DEUS em plenitude neste mundo. A Sua vinda acontece na hora da morte de cada um de nós, mas, terminada esta peregrinação, não estamos mais sujeitos ao mistério do tempo dado ao mundo como provação de fé: a Sua vinda, para todos, de Adão ao último homem, acontece no Juízo Final.

Nessa parábola, JESUS fala da IGREJA - dos fiéis e dos infiéis ao SENHOR -, e dos inimigos do SENHOR. Apresento a parábola:

JESUS acrescentou uma parábola, por estar perto de Jerusalém e pelos Seus discípulos pensarem que o REINO DE DEUS ia manifestar-se imediatamente. Disse, pois: «Um homem nobre partiu para uma região longínqua, a fim de tomar posse de um reino e em seguida voltar. Chamando dez dos seus servos, entregou-lhes dez minas e disse-lhes: ‘Fazei render a mina até que eu volte.’ Mas os seus concidadãos odiavam-no e enviaram uma embaixada atrás dele, para dizer: ‘Não queremos que ele seja nosso rei.’ Quando voltou, depois de tomar posse do reino, mandou chamar os servos a quem entregara o dinheiro, para saber o que tinha ganho cada um deles. O primeiro apresentou-se e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez minas.’ Respondeu-lhe: ‘Muito bem, bom servo; já que foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades.’ O segundo veio e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco minas.’ Respondeu igualmente a este: ‘Recebe, também tu, o governo de cinco cidades.’ Veio outro e disse: ‘Senhor, aqui tens a tua mina que eu tinha guardado num lenço, pois tinha medo de ti, que és homem severo, levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste.’ Disse-lhe ele: ‘Pela tua própria boca te condeno, mau servo! Sabias que sou um homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei; então, porque não entregaste o meu dinheiro ao banco? Ao regressar, tê-lo-ia recuperado com juros.’ E disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez minas.’ Responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’ Digo-vos EU: A todo aquele que tem, há-de ser dado, mas àquele que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado. Quanto a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os cá e degolai-os na minha presença.» Dito isto, JESUS seguiu para diante, em direção a Jerusalém. (Lucas XIX,11-28)

Nesta parábola, quero fixar-me, em particular, no servo infiel:

«Senhor, aqui tens a tua mina que eu tinha guardado num lenço, pois tinha medo de ti, que és homem severo, levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste.» Disse-lhe ele: «Pela tua própria boca te condeno, mau servo!» (Lucas XIX,20-22a)

Nós somos um dom de DEUS para os outros, as mãos estendidas do SENHOR para os outros; tudo o que temos de bens, materiais e espirituais, vem de DEUS e não é só para nós, para guardarmos só para nós, mas para dar aos outros. Não é no passado, já dizia alguém, que podemos fazer isso, o passado está entregue à misericórdia divina, nem no futuro, este, entregue à Sua providência, mas só em cada momento do presente podemos amar ou não amar, somos livres para aceitar ou rejeitar a graça de DEUS, que nos convida sempre ao bem.

JESUS faz um advertência ao cristão infiel. Costuma ter uma idéia deturpada de DEUS, mas DEUS é AMOR. A Sua justiça é severa e não deixa nada impune, mas DEUS prefere a misericórdia à justiça, já dizia JESUS. Se o servo infiel se tivesse arrependido, mesmo que só na hora da morte, como é o caso deste parábola, tivesse pedido perdão por ter guardado a mina, DEUS lhe teria perdoado, como ao ladrão Dimas, porque todo pecado contra o FILHO do Homem, já dizia JESUS, será perdoado. O contra o ESPÍRITO SANTO, não:

«Pela tua própria boca te condeno, mau servo!»

Quantos aos inimigos do SENHOR, não precisa, como ao servo infiel, de explicar o motivo da condenação, JESUS não explica nada, sobre o motivo da condenação, eles já escolheram - quem tenha a infelicidade de ser inimigo do SENHOR até ao fim, até à hora da morte -, livre e conscientemente contra DEUS. A parábola é também uma advertência para eles.


Para terminar, pode-se observar que JESUS não fala dos que, sem culpa aos olhos de DEUS, não conhecem JESUS. Também há os que não O conhecem, mas até atacam JESUS, estão no grupo dos que são inimigos do SENHOR. Os que, sem culpa grave, não conhecem JESUS (até pode ser o caso dos que vivem da graça de JESUS, embora não o saibam, como homens justos e mulheres justas (meninos e meninas, etc - todas as idades e sexo (masculino ou feminino, como é da natureza humana)), terão julgamento menos rigoroso das suas faltas.

DEUS é misericordioso, enquanto vivermos a provação da fé, nesta vida, e se estivermos vivos, na hora da morte - esta vida não tem nada a ver com a vida natural, mas com a vida eterna, participação na vida divina - assim permaneceremos, nesse estado da nossa alma, para sempre (talvez, e o mais provável, precisando de uma purificação temporal no Purgatório); se estivermos mortos, o que não significa um fim, como em tudo que é matéria, mas um estado nas criaturas espirituais, assim permaneceremos, DEUS nos livre disso, dessa escolha insensata!

Para quem está morto pode ressuscitar pela sacramento da reconciliação. Devemos, como ensina a RAINHA DA PAZ, nas Suas mensagens, agradecer a JESUS - com QUEM nos encontramos, através do seu sacerdote ministerial devidamente autorizado pela IGREJA (um padre ou bispo (este, necessário para o levantamento de uma excomunhão)) - por tantos e tão grandes males em que poderíamos ter caído, não fosse a Sua graça (agradeçamos do profundo do nosso coração por tamanho bem!) e depois começar a acusar as nossas faltas ao SENHOR que já sabe de todas elas, para recuperarmos a graça da vida eterna, para quem a perdeu, e/ou fortalecermos contra o pecado, em particular, contra o lembrado e acusado em confissão, além de, por este sacramento, podermos diminuir a pena temporal do Purgatório.

É bom, como o salmista, pedir ao SENHOR, antes da confissão, ou depois de terminar a acusação dos pecados, diante do sacerdote do SENHOR, que nos revele o pecado que não vemos: não estamos inocentes dele, pois até temos culpa por não vê-lo; e pedir a JESUS que nos livre, sobretudo, do orgulho: então, seremos imunes de culpa grave:

A LEI DO SENHOR é perfeita, 
reconforta a alma; 
as ordens do SENHOR são firmes, 
dão sabedoria aos simples. 

Os preceitos do SENHOR são rectos, 
alegram o coração; 
os mandamentos do SENHOR são claros, 
iluminam os olhos. 

O temor do SENHOR é puro, 
permanece eternamente; 
os juízos do SENHOR são verdadeiros, 
todos eles são rectos, 
mais preciosos que o ouro, 
o ouro mais fino, 
mais doces que o mel, 
o puro mel dos favos. 

Embora o Vosso servo se deixe guiar por eles 
e os observe com cuidado, 
quem pode, entretanto, reconhecer os seus erros? 
Purificai-me dos que me são ocultos. 

Preservai também do orgulho o Vosso servo
que ele não tenha sobre mim poder algum: 
então serei irrepreensível 
e imune de culpa grave. 

Aceitai as palavras da minha boca 
e estejam na Vossa presença 
os pensamentos do meu coração. 

Vós, SENHOR, sois meu amparo e redentor.
(Salmo 18B (19))

Continuação de uma boa semana. No DOMINGO, o primeiro dia da semana, podemos dizer: «Uma boa semana». Nos outros dias da semana, dizemos «continuação de uma boa semana», pois ela já foi iniciada no primeiro dia da semana, o DOMINGO.

E até amanhã, se DEUS quiser!

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