TC 24,2 C (Salt.: sem IV)
Segunda-Feira da semana 24 do Tempo Comum.
SANTÍSSIMO NOME DE MARIA, mf.
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Todo este assunto, desde o início, encontra-se
AQUI.
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De DEUS recebemos tudo que somos e temos. (Padre Pedro Cerruti SJ)
Volto ao livro «A Caminho da Verdade Suprema» do Padre Pedro Cerruti SJ.
De DEUS recebemos tudo que somos e temos, de modo que seria estranho que quiséssemos viver como se DEUS não existisse; seria estranho, se não houvesse uma necessidade religiosa no homem, porque o homem não é um animal bruto, irracional, mas criatura inteligente. Na verdade, diria a nossa razão com muita razão, essa necessidade seria naturalmente a maior de todas as necessidades humanas. Mas existe a herança do pecado original e, como efeito disso, o homem adoentado, física e psicologicamente, por causa dos pecados pessoais e do pecado social, muitos deles nem tomam consciência que a sua vida sem DEUS fica sem sentido, é uma alienação.
O homem, nesta vida, está exposto a todo tipo de tentação, e elas são também na ordem das idéias. Muitos filósofos formularam teorias erradas que não passaram de sugestões (tentações) do espírito do Mal em favor das suas intenções depravadas.
Só para citar um exemplo de como teorias erradas podem fazer muito mal ao homem e à sociedade, vejamos uma aplicação à Moral:
Um dever (concreto) é um juízo práctico moral, formulado como conclusão de um raciocínio baseado num princípio geral da LEI NATURAL (aquela que o homem pode conhecer pela sua razão) ou positiva (leis civis ou REVELAÇÃO, como no DECÁLOGO), e que impõe uma obrigação.
Dever: obrigação moral de fazer ou de não fazer alguma coisa. (Régis Jolivet)
É uma realidade interior que age sobre a vontade, sem violentá-la, mas que se impõe como a expressão de uma ordem que exige absoluta e incondicionalmente a obediência e o respeito, e que subsiste imutável, apesar de todas as transgressões, que a vontade pudesse tornar-se culpada. (Régis Jolivet)
O que fundamenta, na ordem dos actos humanos (moral), a consciência dessa obrigação moral, desse dever? Já respondo: DEUS, óbvio!
Se a nossa razão estiver bem ordenada, nem precisamos de argumentos racionais, basta escutar o que o senso comum tem a dizer, basta escutar a voz da nossa consciência. DEUS, o CRIADOR, é o fundamento da obrigação moral. DEUS é o princípio e fim último de tudo que existe. Obedecer ao dever moral equivale a obedecer à VONTADE DE DEUS.
Isto é mais do que óbvio, mas parece que não, já que houve filósofos que propuseram outras coisas como fundamento da obrigação moral. Não mais o CRIADOR, mas outras coisas, o que não deixa de ser estranho.
Kant, por exemplo, fundamenta essa obrigação na razão, porque tal obrigação é universal e necessária. É verdade que é universal e necessária, mas que é que isso tem a ver com aquilo que fundamenta essa obrigação moral em um acto humano? Uma coisa é a razão que nos faz conhecer a lei, outra coisa é quem a criou: não foi a razão, mas DEUS que criou todas as coisas, coisas espirituais e materiais, que são sustentadas pelas Suas leis na ordem física e moral.
Os positivistas atribuem a consciência de obrigação moral à sociedade, algo que agrada aos tiranos, aos que mais podem neste mundo, que, com os seus poderosos lobbies, sabem impor as suas coisas ao mundo, nenhuma democracia resiste às suas imposições. E o Inimigo bem sabe usar dessas opiniões erradas para os seus intentos. Já a RAINHA DA PAZ tinha nos dito o seguinte:
KM 20110802
734716
TC 18,3 A
1Queridos filhos, hoje vos convido a renascerdes na oração e a tornardes com o Meu FILHO, através do ESPÍRITO SANTO, um novo povo. 2Um povo que sabe que, se perde DEUS, perdeu-se a si mesmo. Um povo que sabe que, apesar de todos os sofrimentos e provas, com DEUS está seguro e salvo. 3EU vos convido a vos reunir na família de DEUS e a fortalecer-vos com a força do PAI. 4Por vós mesmos, filhos Meus, não podeis travar o Mal que quer reinar no mundo e destruí-lo. Mas, por meio da vontade de DEUS, todos juntos com o Meu FILHO, podeis mudar tudo e curar o mundo. 5EU vos convido a rezar com todo o coração pelos vossos pastores, porque o Meu FILHO os escolheu. Obrigada!
[São Eusébio de Vercelas][São Pedro Juliano Eymard]
NOTA: Dada a Mirjana no dia 2 de cada mês no Rosário pelos incrédulos.
(No arquivo actual, de 1057 mensagens, é a 918ª mensagem da Rainha da Paz.)
Por vós mesmos, filhos Meus, não podeis travar o Mal que quer reinar no mundo e destruí-lo.
E ELA indica logo onde se encontra a solução, que é a nossa conversão, na conversão verdadeira, a conversão do coração:
Por meio da vontade de DEUS, todos juntos com o Meu FILHO, podeis mudar tudo e curar o mundo.
Se a LEI NATURAL se originasse da sociedade, não poderia ser igual em todas as sociedades, mas em todas as sociedades de todos os tempos, o homem entende muito bem que não deve fazer ao outro o que não gostaria que o outro lhe fizesse a si. Isso não foi ditado pela sociedade, mas está dentro do homem.
Não é a sociedade que impõe as obrigações morais, mas a sociedade e o homem que tomam consciência disso, em todos os tempos e em todas as sociedades. O DECÁLOGO, por exemplo, revelado ao povo judaico através de Moisés, tem preceitos que valem para o homem de todas as sociedades de todos os tempos, porque é um resumo e tem fundamento na LEI NATURAL, cujo legislador é DEUS, como só podia.
Esses erros fizeram e continuam a fazer muito mal à humanidade, como quer o príncipe deste mundo, no seu ódio a DEUS, ao homem e à CRIAÇÃO.
Voltando ao assunto da religião, à relação que o homem, como criatura, deve ter com DEUS, seu CRIADOR, que lhe dá tudo o que é e tudo que tem, já veremos as doutrinas erradas de vários filósofos em um resumo do Padre Pedro Cerruti SJ.
É um facto que somos sempre tentados ao mal enquanto neste mundo, daí, nenhum espanto que o príncipe deste mundo seja um inspirador de tantos erros, com a intenção de dividir e de destruir. Como já mencionei, o homem, enquanto vive neste mundo, está sujeito às tentações do espírito do Mal, e essas tentações não são só sensitivas, mas também intelectuais, sugerindo idéias erradas.
DEUS deu condições a todo homem adulto de poder encontrá-l'O - religião natural -, mas DEUS fez muito mais em favor do homem, na Sua bondade, veio ELE próprio ao nosso encontro - religião positiva divina -, facilitando o nosso trabalho de encontrá-l'O. ELE lucra alguma coisa com isso? É DEUS, o que LHE podemos dar? O lucro é todo e só nosso.
Porque é BONDADE, DEUS escolheu um povo, entre os povos, para Seu POVO e o instruiu através dos profetas para a revelação plena, que se deu com a vinda de Seu próprio FILHO Unigénito ao mundo, quando assumiu a nossa natureza humana e levou a salvação a todos os povos, todos podem tornar-se POVO DE DEUS. Por isso, nas religiões, há que distinguir o seguinte, quanto à origem delas:
- Religião Natural: está fundada tão somente na natureza do homem enquanto criatura de DEUS. A luz natural da razão humana deduz um conjunto de verdades, de deveres e de relações com DEUS. O culto fica determinado pelo indivíduo ou por alguma autoridade social.
- Religião Positiva: O seu conteúdo não é só determinado pelas deduções da razão, mas também pela intervenção de alguma autoridade positiva. Pode ser:
a) Autoridade humana: sendo ainda natural, o Estado, rei ou outra autoridade humana, intervém para estabelecer os actos do culto.
b) Autoridade divina: DEUS intervém extraordinariamente com uma revelação especial. Neste caso, DEUS pode intervir de duas maneiras, como assim aconteceu e de modo cronológico. Temos:
- Uma religião positiva divina preternatural quando DEUS intervém apenas para confirmar e determinar melhor as verdades e os deveres da ordem natural. Assim aconteceu no Antigo Testamento.
- Uma religião positiva divina sobrenatural quando DEUS - como aconteceu pelo Seu FILHO humanado, JESUS CRISTO - elevou o homem a um fim sobrenatural não devido à natureza humana (acima da natureza humana, a participação na própria vida divina), e disse ao homem o que é necessário e conveniente para se alcançar esse fim.
Foi na religião positiva divina que DEUS facilitou ao homem a Sua procura, quando veio ELE mesmo ao encontro do homem, indirectamente, através dos Seus profetas (ungidos, cristos), e directamente através do Seu próprio FILHO Unigénito na plenitude dos tempos. A religião sobrenatural engloba os elementos da religião natural, as verdades sobrenaturais que DEUS tiver revelado, os preceitos positivos que tiver imposto, os ritos e os meios necessários que tiver instituído.
Em relação ao conteúdo, a religião pode ser:
- Verdadeira, presta culto ao verdadeiro DEUS e o culto é legítimo, estas duas coisas;
- Falsa, se falha pelo menos uma dessas duas condições: presta culto a um deus falso ou (e/ou) o culto é ilegítimo.
Escreve Cerruti:
Se o homem não quiser renunciar à sua natureza de criatura racional - que ao contrário das criaturas irracionais, sabe que DEUS existe e a religião reflecte essa relação de dependência óbvia com o seu CRIADOR -, deve (ele é livre, DEUS deu-lhe o dom da liberdade), deve o homem, com a inteligência e a vontade, reconhecer a sua dependência de DEUS, isto é, deve reconhecer os direitos do CRIADOR e, portanto, submeter-se a ELE, conformando a sua vida toda (com o auxílio da graça divina, que nunca faltará) com as normas da VONTADE divina, inculpidas no mais ínitimo da consciência (religião natural) ou manifestadas por uma intervenção especial de DEUS (religião positiva divina), a REVELAÇÃO sobrenatural. Numa palavra, deve o homem (que possui um senso religioso) ter religião e - se acontecer e aconteceu -, a religião que a DEUS aprouver revelar-lhe.
Se DEUS revelou, e de facto revelou por JESUS, Seu FILHO, qual a relação que o homem deve ter com ELE para se salvar, para alcançar o seu fim, que é a felicidade infinita e infindável, quem sabe disso tem esse dever de abraçar essa e não outra religião, mas é livre até para fazer da sua liberdade uma miséria.
Um cristão pode fazer da sua liberdade uma liberdade miserável, cometendo o pecado da apostasia, trocar a sua fé em JESUS CRISTO pela fé noutras coisas, mas não tem o direito - pecado da apostasia -, porque sabe como devem ser os adoradores de DEUS, assim ensinou JESUS, em espírito e verdade, cujo culto foi estabelecido de modo definitivo na Nova Aliança entre DEUS e os homens selada pela CRUZ DE CRISTO, pelo Seu SANGUE, coisa séria.
É claro que só a DEUS, só e somente a ELE, que tudo sabe - também sabe porque alguém se afastou -, cabe o julgamento, e ELE nos ama, deseja perdoar-nos e salvar-nos, como mencionou o meu Prior na homilia de DOMINGO passado: DEUS nos ama, quer nos salvar e perdoar. Mas não nos vai impor nada, a decisão é nossa:
DEUS, que te criou sem te perguntar, não te salvará sem a tua colaboração. (Santo Agostinho)
Que não há nada de mais essencial e fundamental - de mais importante - para o homem do que a religião, deveria ser óbvio para qualquer homem adulto, mas não tem sido, não só por causa da herança do pecado original e dos pecados pessoais e sociais, que adoentam o homem, adoentam a sua razão, como também por causa de doutrinas erradas que obscureceram e afrouxaram o raciocínio de muitos ou indispuseram as vontades de outros, reagindo orgulhosamente diante desse dever para com DEUS.
Escreve Cerruti:
Na mentalidade de alguns, parece que DEUS deixou de ser o CRIADOR e Supremo SENHOR, de QUEM recebemos por pura bondade tudo o que somos e temos; parece (ser DEUS) um ser que nos é indiferente e a QUEM nada devemos, um igual com QUEM podemos discutir (sabemos tanto ou até mais do que ELE, ELE pode estar enganado, por isso discutimos...), de QUEM - quem não quer nada com DEUS..., salvo, se fôr para exigir... - podemos exigir contas e que não venha (DEUS) interferir na nossa vontade para LHE limitar - como se isso possível... - a liberdade (que em DEUS é) plena e absoluta. Esta mentalidade (de inteligência atrofiada ou cega de orgulho, de mentira) considera unicamente os direitos do homem, nunca os seus deveres, nem os direitos do CRIADOR.
Eis um resumo dessas doutrinas doentias. Doentias porque negam DEUS, negam os Seus direitos - que não acrescentam NADA a favor de DEUS e TUDO só e somente a nosso favor, reconhecer esses direitos de justiça! Também, racionalmente, porque negam os ensinamentos de Santo Tomás de Aquino, onde está a verdade, pois está a prova, enquanto essas doutrinas não provam nada - também não podiam -, ficam na sua opinião errada:
- Para o indiferentismo absoluto, nenhuma obrigação tem o homem de praticar religião alguma;
- O anti-intelectualismo reduz a religião a algo de puramente sentimental, que não pertence à ordem racional e que, portanto, não é susceptível de verdade ou falsidade;
- O indiferentismo relativo, pondo todas as religiões no mesmo nível, arroga-se a liberdade de escolher a que quiser;
- O racionalismo nega a possibilidade da ordem sobrenatural e da revelação divina. Donde o Deísmo só admite a religião natural;
- O modernismo reduz a revelação divina a uma experiência puramente subjectiva;
- O determinismo nega a possibilidade; e
- O contingentismo nega a cognoscibilidade do milagre, critério objectivo e externo que permite reconhecer a verdadeira revelação divina.
Ficamos por aqui, por hoje.
Continuação de uma boa semana e até amanhã, se DEUS quiser!
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