TC 34,7 C (Salt.: sem II)
Sábado da semana 34 do Tempo Comum.
Santa MARIA no Sábado, mf.
Hoje à tarde, entramos no Novo Ano Litúrgico, Ano A
1916: 100 anos das aparições do Anjo da Guarda de Portugal em Fátima. Disse ser o Anjo da Paz.
1917: 100 anos das aparições de NOSSA SENHORA em Fátima.
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Todo este assunto, desde o início, encontra-se
AQUI.
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Mais uma vez, vamos tirar aquela idéia errada de que podemos dar alguma coisa a DEUS e ELE lucrar. Como o homem é criatura inteligente (dom de DEUS), possui, por isso, o livre arbítrio (dom de DEUS), pode até, com toda a justiça, agradecer a DEUS (dom de DEUS), mas o lucro é só nosso, embora não devamos fazer isso interesseiramente, mas por amor a DEUS (dom de DEUS).
O que podemos dar a DEUS, se ELE é a origem de tudo e, sendo a origem de tudo, que chamamos de bem, tudo está de modo infinito e perfeito em DEUS?
Há quem blasfeme - o orgulho (a mentira de si mesmo)! -, sugerindo à maneira humana que DEUS precisaria da nossa adoração para satisfazer vaidades. Além da ignorância, verdadeira blasfémia. O homem, que vive da mentira e injustiça, é que é um vaidoso e o que atribui a DEUS, na verdade, são os seus desejos secretos e doentios de vaidade nele.
«Não julgueis, para não serdes julgados; pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos. (Mateus VII, 1-2)
JESUS nos adverte para não julgarmos os outros, que até podem ter fraquezas e errar, como é humano. Mesmo assim, não julgá-los, pois, só DEUS sabe, se no lugar deles, nas mesmas circunstâncias, com as mesmas oportunidades que eles não tiveram e tivémos nós, não faríamos nós muito pior. Porque, se julgamos os outros com maldade, como pode DEUS, que é justo, julgar-nos com misericórdia?
O que dizer, então, de julgar DEUS, SUMO BEM? Loucura!
Portanto, na nossa adoração a DEUS - reconhecer que dependemos d'ELE em tudo e em todas coisas -, o lucro é só nosso, apenas nosso. Suponho que a nossa liberdade não tem nada contra sermos felizes, atingirmos o nosso fim, que só pode ser o CRIADOR.
O acto criador estabelece necessariamente (obrigatoriamente) na criatura uma relação essencial de dependência. Existe pois, em DEUS, um Direito de ser honrado e servido pela criatura; consequentemente, surge na criatura racional
(criatura racional: aquela que pode tomar consciência disso e reconhecer, com justiça - a justiça é algo que agrada-nos por ser um bem - as razões)
uma Obrigação, um Dever de estrita justiça de reconhecer a DEUS como Soberano SENHOR, a quem devemos honrar e servir. Este culto e esta submissão é a RELIGIÃO. (Pedro Cerruti S.J.)
Sem isso, o homem não pode ser feliz, ficará sempre vazio e sem esperança, pensando que o destino é incerto ou a cova. Os povos de todos os tempos, porque o homem é uma criatura racional e existe o senso comum, reconheceram essa dependência de DEUS, que JESUS ensinou a olhar como uma dependência paterna, do filho para com o PAI, a SEGURANÇA, presente em toda a relação de uma criança com os pais. É por isso que, se o mundo contribui para a destruição dessa relação de dependência do filho, ainda pequeno, com os pais, a sua segurança (o seu tudo para aquela criança) - os pais são uma imagem de DEUS -, é hediondo. E os próprios futuros pais deviam saber disso, antes de se decidirem a se casarem. E, por dever, aos poucos devem os pais ensinar ao filho a descobrir DEUS pela oração.
É justo - e a justiça agrada-nos, não gostamos da injustiça, a justiça é um bem, não sejamos injustos - reconhecer essa dependência nossa diante de DEUS, de QUEM recebemos todo bem, o nosso ser e tudo que possuímos. Mas DEUS sem precisar de nada da nossa parte, só porque é misericordioso, quer que a nossa relação seja de um filho para com o PAI. DEUS é AMOR. Está na nossa natureza humana esse desejo de segurança e paz que só DEUS dá, todos os povos sempre reconheceram. Mas como PAI?! Assim, ensinou JESUS. Mas, para isso, é preciso deitar fora a mentira (o orgulho) e sermos como as crianças:
«Se não vos tornardes como as crianças, não entrareis no REINO DOS CÉUS.» (JESUS)
Não nos é possível essa relação amigável e filial com o PAI DO CÉU, senão em espírito e verdade.
Ao príncipe deste mundo, que queria, por causa do orgulho borbulhante, uma coisa impossível, tomar o lugar de DEUS, não lhe interessa essa dependência religiosa, claro está! Ele não quer que o homem seja feliz...
Em Teologia, usando como instrumento a Filosofia, prova as razões da obrigatoriedade e necessidade da RELIGIÃO. Não é uma questão de opinião - opinião doentia, porque falamos de DEUS -, mas de razão. Eu não vou mostrar essas provas, apenas assinalar aqui que elas existem, não é uma questão de opinião, mas de razão: o senso comum - é histórico!-, reconhece, embora não possa explicar porquê, mas já possui em si essa verdade; a Filosofia explica porquê, isto é, fornece a prova, para satisfazer a razão.
Mas a RELIGIÃO não é só OBRIGAÇÃO. É também NECESSIDADE. Como já havia dito, a JUSTIÇA nos obriga, mas o lucro é só nosso, não damos nada a DEUS, de QUEM tudo recebemos - o ser e o ter -, mas passamos a receber muito mais e de bens superiores, além de nos colocarmos na via da VIDA ETERNA, o fim do homem, VER o CRIADOR, a FELICIDADE. Há a necessidade de VIDA ETERNA que só DEUS dá. E que bom!, DEUS nos olha como Seus filhos! O que pode superar isso? Nada!
É verdade que há os efeitos do pecado original e do pecado pessoal e social, que embrutece a razão humana - a ponto de se teorizar que se pode viver sem precisar de DEUS: que absurdo, que ignorância! -, mas a RELIGIÃO é também uma NECESSIDADE, na verdade, a maior de todas as necessidades humanas:
É exigida pela nossa tendência para a perfeição e felicidade na nossa vida pessoal, familiar e social. O cumprimento de um dever é sempre um bem: tal é o plano da DIVINA PROVIDÊNCIA, que não nos obriga senão o que é bom para nós (lucro nosso) (Pedro Cerruti S.J.)
À tarde já estamos liturgicamente no DOMINGO, o primeiro dia da semana. Neste DOMINGO também entramos em um novo ano litúrgico e iniciamos as preparações para celebrar o NATAL, e recordamos que o SENHOR há-de vir de novo não mais na humildade do presépio, mas na GLÓRIA DO RESSUSCITADO para julgar o mundo inteiro. Um bom DOMINGO e bom ANO NOVO litúrgico e até amanhã, se DEUS quiser!
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