quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

09 Quem como DEUS? (18)

TC 02,5 A (Salt.: sem II)
Quinta-Feira da semana 2 do Tempo Comum.

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Todo este assunto, desde o início, encontra-se


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ALTERAÇÃO: Embora não fosse necessário, ao mostrar em esboço como se demonstrou a existência de DEUS pela 3ª Via, esqueci-me de colocar como São Tomás de Aquino argumentou nesta 3ª Via, o que é bem conveniente. Assim, acrescentei no início do Enunciado do Argumento o que está na Suma Teológica.

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Eu preferiria viver a minha vida como se houvesse DEUS e morrer, descobrindo que não há, do que viver como se não houvesse DEUS e morrer para descobrir que afinal há. (Albert Camus)

Albert Camus descobriu DEUS na sua vida, de modo que este seu pensamento era dirigido àqueles, que como ele no passado, viviam sem DEUS. Não era mais dirigido a ele... Ele já não precisava de viver dessa maneira - viver a minha vida como se houvesse DEUS -, pois o encontro já se tinha dado, que é mais do que saber que DEUS existe.

A demonstração da existência de DEUS já foi feita. Hoje vamos ver sinteticamente como se demonstrou pela 3ª via. É possível que, por diversas razões, haja pessoas que tenham a dificuldade de entender essas demonstrações, que vou colocando aqui de modo encurtado. Mas Camus, que teve a experiência da incredulidade, à semelhança de um argumento de Pascal, dirigindo-se a quem se encontra na situação da incredulidade, apresenta o argumento racional: se estás em dúvida, então leva em conta que DEUS existe, nunca, que DEUS não existe:

Eu preferiria viver a minha vida como se houvesse DEUS e morrer, descobrindo que não há.

Porque, se não há, nada se perdeu, depois de viver de modo mais digno e na paz. Para quem tenha dúvidas sobre DEUS, viver como se DEUS existisse traz a paz, a dignidade e a satisfação - ao contrário do que o Pinóquio costuma dizer... -, e, mais tarde ou mais cedo, o encontro com o AMOR DE DEUS. Acaba na descoberta de DEUS porque DEUS está aberto a todos que O procuram, como ensina e convida a isso a RAINHA DA PAZ nas Suas mensagens. O convite de NOSSA SENHORA não exclui ninguém. O convite de Camus é racional:

Eu preferiria viver a minha vida como se houvesse DEUS e morrer, descobrindo que não há. Antes de morrer, descobrirei que há, pois DEUS SE revelará a quem O buscar na humildade e pureza do coração.

E diz Albert Camus:

Do que viver como se não houvesse DEUS e morrer para descobrir que afinal há.

Porque, após uma vida mal vivida, sem paz, que é a vida sem DEUS, perderia tudo, perderia DEUS. O Pinóquio costuma sugerir que viver sem DEUS é que dá gozo e paz, quando é precisamente o contrário. Pode haver o gozo fingido e a paz fingida, que costuma reflectir em violência, sobretudo contra quem não pensa como ele, contra quem ama a DEUS; uma violência que mostra e demonstra ser a paz e o gozo do ateu uma mentira. Quando se é feliz é impossível a violência.

O ateísmo militante é irracional. Se fosse racional, faria como diz Albert Camus, autor dum outro pensamento cheio de sabedoria:

Sejam realistas, peçam o impossível.

Porque a DEUS nada é impossível e viver como se DEUS não existisse fica limitado aos miseráveis possíveis humanos. Isso não é vida.

O ateísmo, como está no Catecismo da Igreja Católica, é sempre um pecado contra o 1º Mandamento da LEI DE DEUS. Pode haver atenuantes e agravantes, mas é sempre um pecado contra o 1º Mandamento da LEI DE DEUS. Porque, como diz a RAINHA DA PAZ, DEUS deu condição ao homem de encontrá-l'O na oração.

Há alguns anos atrás, muito recente, o Pinóquio entrou em cena: circulava nos autocarros de Londres o seguinte anúncio:

There's probably no GOD. Now stop worring and enjoy your life. (Provavelmente, DEUS não existe. Pare, pois, de se preocupar e goze da vida)

Vejamos quão irracional foi tal anúncio milionário (eles são ricos, sem dúvida):

Se é possível que DEUS não exista - confissão do anúncio -, também é possível que ELE exista.

Provavelmente, DEUS não existe, se, e somente se, provavelmente DEUS existe.

Assim, como eles reconhecem na sua verdade (mentira), o «provavelmente DEUS existe» não ficou excluído da sua afirmação, está subentendido. Nenhum conclusão se tira daí, mas tiraram. Só podia ser uma conclusão mentirosa e foi:

Páre de se preocupar e goze da vida.

Porque DEUS pode existir ou porque DEUS pode não existir?

Mas é possível gozar da vida na vida do pecado e da mentira? Impossível! Tanto é verdade que se fossem felizes, não ligariam para quem ama a DEUS, não teriam sentimentos de violência. Se não são felizes, como podem convidar os outros a serem felizes?

A verdade é precisamente ao contrário do anúncio: a vida se torna gozosa e despreocupada quando se alcança a PAZ DE DEUS. Enquanto a pessoa está longe de DEUS, pode até fingir, mas nunca será feliz nem viverá despreocupada. Ser violento é gozo? Quem vê no irmão o inimigo a aniquilar, pode alguma vez não se preocupar e gozar da vida como diz o anúncio? (Já em si mesmo ofensivo contra quem ama DEUS) Quantas contradições!

A SAGRADA ESCRITURA ensina precisamente o contrário, feliz é quem vive sob o olhar de DEUS. E canta o salmista:

Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores nem toma parte na reunião dos maldizentes, mas antes se compraz na LEI DO SENHOR e nela medita dia e noite.
É como árvore plantada à beira das águas: dá fruto a seu tempo e sua folhagem não murcha. Tudo quanto fizer será bem sucedido. 
Não assim, não, os ímpios: São como palha que o vento leva. 
(Salmo I, 2-4) (Os dois caminhos)

Mas isso que aconteceu nos autocarros de Londres não é coisa nova, é coisa velha:

Dizem os ímpios nos seus falsos raciocínios: «Breve e triste é a nossa vida, não há remédio algum quando chega a morte. E também não se conhece ninguém que tenha regressado do mundo dos mortos. Foi por acaso que viemos à existência e, depois, será como se não tivéssemos existido! A respiração das nossas narinas é apenas fumo, e o pensamento, uma centelha do bater do coração! Quando ela se apaga, o nosso corpo voltará ao pó, e o nosso espírito se dissolverá como o ar subtil. Com o tempo, o nosso nome cairá no esquecimento, e ninguém se lembrará das nossas obras. A nossa vida é como uma nuvem que passa sem deixar rasto, há-de dissipar-se como bruma, ferida pelos raios de sol e abatida pelo seu calor. O tempo da nossa vida é como sombra que passa, e o nosso fim não se pode adiar, pois a vida está selada e ninguém pode voltar atrás. Vinde, pois! Gozemos dos bens presentes, tiremos prazer das criaturas com o ardor da nossa juventude! Inebriemo-nos do melhor vinho e de perfumes, e não deixemos passar as primeiras flores da Primavera! Coroemo-nos de botões de rosas, antes que murchem! Nenhum de nós falte às nossas orgias; deixemos em toda a parte sinais da nossa alegria, pois esta é a nossa parte e a nossa herança. Armemos laços ao justo porque nos incomoda, e se opõe à nossa forma de actuar. Estes são os seus pensamentos, mas enganam-se porque os cega a sua malícia. Ignoram os desígnios secretos de DEUS, não esperam a recompensa da piedade e não acreditam no prémio reservado às almas simples. (Sabedoria II, 1-9.12a.21-22)

DEUS não existe! DEUS é apenas uma invenção. Muita gente - escreve Bernhard Meuser - evidencia um estranho interesse em afirmar que DEUS não existe. Porque são tão agressivos com DEUS e querem que desapareçam do mundo todos os que acreditam n'ELE? Podiam ter apenas uma atitude de indiferença. Talvez não queiram DEUS na sua vida, pois isso obrigá-los-ia a uma mudança de vida radical. Se DEUS existe, se DEUS é absolutamente bom, e apenas quer o BEM, então é absolutamente impossível mentir, cometer adultério, consumir drogas, enganar os outros, considerar-se o centro do mundo... Por isso, muitos definem-se como ateus, porque acham que é muito maneiro (cool) considerarem-se uma espécie de deuses, podendo determinar o que é bom e o que é mau. Quem coloca o seu «ego» no centro do mundo é um egoísta. (Bernhard Meuser)

Se DEUS existe, se DEUS é absolutamente bom, e apenas quer o BEM, então é absolutamente impossível mentir, cometer adultério, consumir drogas, enganar os outros, considerar-se o centro do mundo...

Vamos emendar o anúncio de autocarro:

DEUS existe. Procure DEUS na oração humilde e pura, peça ajuda e intercessão a MARIA, e encontrará a paz, a alegria da vida, o amor, uma vida verdadeiramente digna, despreocupada e livre.

A terceira via que demonstra a existência de DEUS é o do SER NECESSÁRIO sem o QUAL não há explicação para os seres contingentes: podiam não existir e vemos, um facto, estão a existir (depois desaparecem, deixam de existir, salvo os seres contingentes em que DEUS concedeu o dom da imortalidade, mas não são imortais por si mesmos - podiam não ser imortais -, mas porque recebem do SER NECESSÁRIO esse dom, são criaturas contingentes).

Toda a criatura é um ser contingente. A terceira via parte de que, constatando que existem seres contingentes (criaturas), é um facto, a nossa inteligência só pode explicar a sua existência devido ao SER NECESSÁRIO. O SER NECESSÁRIO, pelo outro lado, tem todas as propriedades que, por analogia, a nossa inteligência associa ao SER a QUEM chamamos de DEUS.

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O SER NECESSÁRIO
3ª Via
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TESE: Pela existência real dos seres contingentes demonstra-se a existência real de DEUS, como SER por SI Mesmo absolutamente NECESSÁRIO e CAUSA da existência de todos estes seres (contingentes)

Contingente: podia não existir. Depende doutro ser para existir. Na sua essência (no seu ser) não possui a razão suficiente e a exigência da sua existência (mesmo que fosse uma criatura imortal, como os anjos). Não está na essência da criatura a razão suficiente da sua existência. Assim, mesmos os anjos, imortais, existindo para sempre, recebem esse dom de DEUS, continuamente.

O ser necessário - veremos que só DEUS é - é o ser que existe de tal modo que em nenhum caso pode deixar de existir, porque traz em si mesmo a razão suficiente e a exigência absoluta da sua existência.

Note, se nada existe, nada poderia existir jamais. Admitir que havia o nada e que um belo dia passou a haver algo é irracional. Há uma origem para tudo isso, que existe e é contingente, ALGO que deu origem a tudo isso. Do nada é que não veio porque nada é NADA (só pode dar ou causar NADA, porque nem isso pode, é NADA). A causa não pode ser o nada nem o efeito pode conter a causa, ter o que a causa não tem, seria contradição.

ENUNCIADO DO ARGUMENTO:

a) A terceira via procede do possível (contingente) e do necessário. Entre os seres encontramos alguns que têm possibilidade de existir e de não existir, pois vemos que são gerados e que se corrompem.
Ora é impossível a todos os seres desta natureza que existam sempre, porque, o que pode não existir, algum dia de facto não existe.
Donde, se existem tão somente seres que podem não existir, houve um momento em que nada existia. Mas, se isso é verdade, também agora nada existiria, pois o que não existe não pode começar a existir senão por um ser que existe (só o evolucionismo materialista, sobre o acaso, acredita em tal absurdo).
Portanto, se não houve (sempre) algum ser, foi impossível que algo começasse a existir, e assim agora nada existiria: o que é evidentemente falso.
Logo nem todos os seres são possíveis (corruptíveis), mas deve forçosamente existir nas coisas algo de necessário (não-corruptível).
Ora o ser necessário ou tem num outro ser a causa da sua necessidade, ou não. Nem é possível proceder ao infinito nos necessários causados...
Logo forçoso é admitir um ser que seja necessário por si mesmo e não causado por outro, e que seja a causa da necessidade de todos os outros: é a este ser que todos chamam DEUS.
(Cfr. Santo Tomás, Summa Theol., I, q. 2, a. 3)

b) Vemos no mundo alguns seres que podem existir e podem não existir, a saber, os que podem ser gerados e que se podem corromper.
Ora tudo o que pode existir e pode não existir tem uma causa: pois, sendo de si indiferente quanto a existir ou não existir, não lhe pode ser apropriada a existência (= não pode ser determinado a existir) senão por influxo de alguma causa. Mas nas causas (subordinadas) não se pode proceder ao infinito.
Logo forçoso é admitir um ser que existe necessariamente.
Ora o ser necessário ou tem num outro ser a causa da sua necessidade, ou não. Nem é possível proceder ao infinito nos necessários causados...
Logo forçoso é admitir um ser que seja necessário por si mesmo e não causado por outro, e que seja a causa da necessidade de todos os outros: é a este ser que todos chamam DEUS.
(Cfr. Santo Tomás, Summa Contra Gent., 1. I, c. 15: Amplius)

Isto é:

Os seres existentes que a experiência nos apresenta são contingentes (I).

Ora, é impossível que tudo que existe seja contingente (II).

Logo forçoso é admitir a existência real (tem que ser real, os seres contingentes que observamos são reais) de um ser que tenha em si mesmo a necessidade de existir.
Mas este ser absolutamente e por si mesmo necessário deve ter propriedades que não podem competir a nenhum dos seres do universo, mas somente ao SER que chamamos de DEUS.

Logo existe DEUS como SER por SI Mesmo necessário, existente em força da Sua natureza, distinto do universo e causa da existência e duração de todos os outros seres.

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EXPLICAÇÃO
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DEUS é o SER em que a Sua ESSÊNCIA contém a razão suficiente da Sua EXISTÊNCIA e da Sua NECESSIDADE: a Sua ESSÊNCIA é a Sua EXISTÊNCIA.

(I): A existência real dos seres contingentes é um FACTO que diagnosticamos e deduzimos do que a experiência de cada dia nos apresenta.

Vemos que existem seres que existem e depois deixam de existir, outros passam a existir, quando não existiam: são contingentes.

Poder existir e não existir significa não ter em si mesmo a razão suficiente para a própria existência, portanto é dependência no ser e no agir.

O que começa, antes não existia; o que acaba, depois não existe mais: os dois casos supõem possibilidade de não existir e, por conseguinte, excluem a necessidade de existir.

O que começa depende de outro para existir, porque nada pode ser causa de si mesmo: não pode ter em si mesmo a razão da sua existência.

O que muda perde ou adquire algo; o que perde algo não o possuía necessariamente; o que adquire algo, antes não o possuía, nem agora o possui em virtude da própria essência, mas como recebido de outro, pois ninguém dá, nem a si próprio, o que não tem; donde não é necessariamente nem em virtude da própria essência, mas contingentemente e por influxo de outro ser, que quem muda era o que foi ou será o que virá a ser.

Logo os seres que nos rodeiam e vemos começar, mudar e desaparecer não são seres necessários, mas contingentes.

No homem, o «eu» é a prova mais convicente da contigência: tomamos consciência de que envelhecemos, por exemplo.

(II): Ora, é impossível que tudo que existe seja contingente.

Tudo que existe tem a sua razão suficiente (de existir) em si mesmo ou noutro. O ser contingente, como se viu porquê, não a tem em si mesmo, podia não existir, logo a tem noutro ser, que é a sua causa:

A existência do ser contingente implica forçosamente a existência de outro ser, a sua causa.

Mas esta causa ou existe necessariamente por si mesma em virtude da própria essência, ou recebeu de outro a sua existência. Já foi visto que uma série composta somente de seres contingentes, de causas causadas entre si subordinadas, seja uma série temporária ou eterna, finita ou infinita, não contém em si mesma a razão suficiente da sua existência: foi visto nas vias precedentes. Sem ALGO fora da série como causa da série, nada existiria.

Há pois um nexo (ligação) absoluto de dependência que relaciona um ser contingente com um ser necessário. Se é real a existência do ser contingente, obrigatoriamente é real a existência do ser necessário.

Donde, o facto incontestável da existência real dos seres contingentes neste universo nos demonstra com absoluta evidência a existência também real do ser absolutamente e por si mesmo necessário.

A esta conclusão chegam todos, mesmo os ateus. Mas estes pretendem que o ser por si mesmo necessário é o próprio universo, a matéria com as suas leis e energias.

Admitir isso é contraditório, é irracional:

(II a): Este SER absolutamente necessário por SI Mesmo deve ter os seguintes atributos:

- SER IMUTÁVEL, logo não pode ser a pretensão atéia. Não pode neste SER, ao contrário do que acontece com o universo, mudar ou evoluir.
- SER ETERNO, senão, teria começado, seria contingente.
- SER INCREADO, ... (não coloco mais nada do livro, a intenção é mostrar como refutar a pretensão atéia, materialista e panteísta)
- ser a EXISTÊNCIA SUBSISTENTE, ...
- ser ACTO PURO, ...
- ser INFINITAMENTE PERFEITO, (isso não se vê no universo, por isso, precisa de mudar) ...
- ser SIMPLES  e INDIVISÍVEL, ...
- ser INCORPÓREO e IMATERIAL, ...
- SER ESPIRITUAL, ...
- SER INTELIGENTE, ...
- ser ÚNICO, ...
- ser CRIADOR, ...

Tudo isso foi também visto na 1ª via.

(II b): Estes atributos não convém a nenhum dos seres deste universo (que são corpos e em mudança) nem ao conjunto deles:

- Não convém a cada ser que vemos ser mutável, finito, composto, portanto, contingente.
- Não convém à colectividade desses seres. Não será olhando todos os seres contingentes no somatório que se fará algum milagre de obter-se um todo necessário (e ainda mais com todas as características mencionadas acima!) Será que adicionando bolas pretas, mesmo ao infinito, teremos uma bola branca no todo?
- Não convém nem à lei que rege o universo. As leis existem porque existem seres contingentes. Embora necessárias - graças a DEUS (necessidade relativa) - permitindo conhecimento, são contingentes como os seres contingentes. Existem, porque DEUS lhes dá existência. A energia, como ensina a lei, se conserva, mas só se a energia (contingente) existir (senão, a lei só existe no espírito, idealmente, como verdade objectiva, mas hipotética).
- Nem ao "tornar-se" à "evolução criadora" vai explicar, porque a contradição não explica nada. Para evoluir é preciso ainda não ter uma determinada qualidade. Para criá-la é preciso tê-la. A "evolução criadora" é uma contradição.
- Nem à matéria ou princípio substancial comum a todos os seres contingentes corruptíveis (pois, matéria), porque é potência sujeita a mudanças e não a causa delas. Ninguém dá, nem a si mesmo, o que não tem. 

(III): Já foi visto na 1ª via que os atributos em (II a) são aqueles que são atribuíveis ao SER que chamamos de DEUS.

É evidente.

Logo, existe DEUS, como SER por SI absolutamente necessário, distinto do universo (transcendente...) e causa dele.

Pedro Cerruti chama a atenção que a terceira via não nos conduz a um deus distante e indiferente na sua gélida transcendência, deísta, mas ao revelado por JESUS CRISTO, que até quer ter uma relação filial connosco. DEUS CRIADOR, de QUEM tudo essencialmente depende na existência, duração e actividade.

A autonomia da criatura não existe... DEUS pode dar muita autonomia à Sua criatura, que optou por ELE, mas é sempre uma autonomia relativa, todos dependemos do CRIADOR.

É precisamente nesta dependência TOTAL do SER SUPREMO, CRIADOR, SUPREMO SENHOR e PROVIDÊNCIA que não abandona as Suas criaturas, que está a razão primeira e a raiz mais profunda dos actos religiosos de adoração, submissão, gratidão e amor.

É quando a criatura humana não compreende isso e, levada pelo pai da mentira a antes obedecer a ele do que a DEUS, que passa a viver da falsa e ilusória liberdade e autonomia. Porque a VERDADE e a JUSTIÇA e a LIBERDADE são uma só coisa, só adorando, submetendo livremente a nossa vontade à de DEUS, agradecendo e amando-O acima de todas as coisas, seremos verdadeiramente livres e realizados. E verdadeiramente dignos. Indigno do homem é obedecer antes à Serpente antiga, à carne e ao mundo decaído ao invés de reconhecer que DEUS, e só DEUS, é DEUS.

Antes de terminar, observe o que se passa na Ucrânia, quanta violência para se resolver os problemas. Porquê toda essa violência ao exagero? Há outros países que nas mesmas circunstâncias não manifestariam essa violência toda, não - de geito nenhum nem algum e nem nenhum sequer! -, porque seriam melhores que os habitantes da Ucrânia. A Ucrânia fez parte da antiga União Soviética que, durante anos, fez lavagens cerebrais à população para viverem como se DEUS não existisse. Afaste-se os homens de DEUS e os homens se tornam muito violentos. Foi sempre assim, na história. Aproxime-se o homem de DEUS, e ele se torna pacífico, vivendo as bem-aventuranças:

Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o REINO DO CÉU.
Bem-aventurados os que choram,
porque serão consolados.
Bem-aventurados os mansos,
porque possuirão a Terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a DEUS.
Bem-aventurados os pacificadores,
porque serão chamados filhos de DEUS.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça,
porque deles é o REINO DO CÉU.
(Mateus V, 3-10)

Bem-aventurados os pacificadores,
porque serão chamados filhos de DEUS.

Conheceram o único e verdadeiro DEUS, o DEUS das bem-aventuranças.

Até amanhã, se DEUS quiser!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

08 Marcos XII, 28-34 (Chemá (Escuta) ISRAEL)

TC 02,2 A (Salt.: sem II)
Segunda-Feira da semana 2 do Tempo Comum.
São Fabião, Papa e mártir, mf.
São Sebastião, mártir, mf.

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Aproximou-se de JESUS um escriba (...) e perguntou-LHE: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» JESUS respondeu: «O primeiro é: Escuta, ISRAEL: o SENHOR nosso DEUS é o único SENHOR; amarás o SENHOR, teu DEUS, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.» O escriba disse-LHE: «Muito bem, MESTRE, com razão disseste que ELE é o ÚNICO e não existe outro além d'ELE; e amá-l'O com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo vale mais do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios.» Vendo que ele respondera com sabedoria, JESUS disse: «Não estás longe do REINO DE DEUS.» E ninguém mais ousava interrogá-l'O. (Marcos XII, 28-34)

ELE é o ÚNICO e não existe outro além d'ELE; e amá-l'O com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo vale mais do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios. (Concluiu o escriba. Hoje, Israel, os nossos irmãos mais velhos, também vivem a escutar outras coisas, sempre a confiar "no egípto" em vez de confiar só em DEUS, Padecem a mesma doença do secularismo. Não é uma vergonha?)

Ninguém mais ousava interrogar JESUS, porque compreendiam que era inútil armar ratoeiras a JESUS. JESUS, porque é DEUS, confundia todos os Seus adversários, sempre que queriam confundir o SENHOR, desonestos, que eram, pessoas que falavam de DEUS, mas o seu coração estava bem longe de DEUS; por isso davam mau testemunho, pois serviam a outros deuses e usavam o SANTO NOME DE DEUS para promoção pessoal (hipocrisia).

Diante da pergunta sobre o que é o mais importante de tudo, na verdade, a única coisa que importa, JESUS não cita o DECÁLOGO, onde estão muitas leis e regras, mas apenas o «Chemá (Escuta) Israel»:

Escuta, ISRAEL! O SENHOR é nosso DEUS; o SENHOR é ÚNICO! Amarás o SENHOR, teu DEUS, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. (Deuteronómio VI, 4-5)

Este texto (Chemá ISRAEL) constituía a oração privilegiada do devocionário judaico; com ele se iniciava a liturgia da Sinagoga e todo o israelita cumpridor da LEI o recitava três vezes ao dia, voltado para Jerusalém. (Bíblia dos Capuchinhos)

Ainda o será ou Israel, hoje, padece da mesma doença da "neutralidade" (só de nome,,,, que de neutro não tem nada, só tem de manha peçonhenta. Mas onde está a inteligência quando se prefere - lá e cá! - coisas que nada valem a DEUS?).

JESUS leva à perfeição o «Escuta ISRAEL» ao associar necessariamente o amor a DEUS acima de todas as coisas ao amor do próximo (inseparável):

Chemá CRISTÃO:
O primeiro (mandamento) é: Escuta, ISRAEL: o SENHOR nosso DEUS é o único SENHOR; amarás o SENHOR, teu DEUS, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.

Por isso, como respondeu o escriba, cumprir com estes dois mandamentos - que é da VONTADE DE DEUS - vale mais que qualquer outra coisa (não há nada, nem pode haver, que possa valer mais do que ser da VONTADE DE DEUS). JESUS diz que o escriba não está longe do REINO (VONTADE) DE DEUS, porque não basta saber que é essa a VONTADE DE DEUS, mas é necessário vivê-la, o lucro será unicamente nosso, lucro máximo.

A RAINHA DA PAZ, na SEMANA DO AMOR (SEMANA SANTA) deu esta mensagem:

KM 19860325
725455
SS 3 C
1Queridos filhos, hoje, diante de DEUS, digo o Meu «SIM» por todos vós; repito: digo o Meu «SIM» por todos vós. 2Queridos filhos, rezai, para que chegue o REINO DO AMOR ao mundo inteiro. 3Como os homens ficaríam felizes, se o amor reinasse! Obrigada, por terdes correspondido ao Meu apelo!
(No arquivo actual, de 977 mensagens, é a 414ª mensagem da Rainha da Paz.)

Rezai, para que chegue o REINO DO AMOR ao mundo inteiro. Como os homens ficaríam felizes, se o amor (essa coisa que, quem nada sabe de DEUS, também nada sabe disso) reinasse!

O mundo está cheio de violência e sofrimentos porque preferiu ídolos, deuses falsos, a acolher a salvação de JESUS. Assim, em vez do amor a reinar, temos a violência a reinar.

O Padre Carlos da Silva - que ouvi dizer que já partiu, mas DEUS não é um deus de mortos, como os deste mundo, mas o DEUS dos vivos (falo sempre do presente) - compôs um cântico litúrgico muito bonito com o título «Escuta ISRAEL». O refrão é isso mesmo:

Escuta, ISRAEL:
Não há outro DEUS,
Senão o SENHOR.
Amá-l'O-ás, amá-l'O-ás
De todo o teu coração.

As estrofes escolheu o Salmo LXII, 2-9 (Sede de DEUS), uma sede que o mundo desconhece, mas que o salmista conheceu muito bem, após uma experiência muito profunda com o AMOR DE DEUS. Inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, exprimiu isso mesmo no Salmo LXII.

SENHOR, sois o meu DEUS: desde a aurora VOS procuro.
A minha alma tem sede de VÓS.
Por VÓS suspiro,
como terra árida, sequiosa, sem água.

Quero contemplar-VOS no santuário,
para ver o Vosso PODER e a Vossa GLÓRIA. 
A Vossa GRAÇA vale mais do que a vida:
por isso os meus lábios hão-de cantar-VOS louvores. 

Assim VOS bendirei toda a minha vida
e em Vosso louvor levantarei as mãos.
Serei saciado com saborosos manjares
e com vozes de júbilo Vos louvarei.

Quando no leito VOS recordo,
passo a noite a pensar em VÓS. 
Porque VOS tornastes o meu refúgio,
exulto à sombra das Vossas asas. 

Unido a VÓS estou, SENHOR,
a Vossa MÃO me serve de amparo.

A minha alma tem sede de VÓS. Por VÓS suspiro, como terra árida, sequiosa, sem água.

A Vossa GRAÇA (AMOR) vale mais do que a vida.

Os grandes santos sentiram esta saudade de DEUS após O contemplar de modo extraordinário. DEUS revelou-SE e depois escondeu-SE para os fortificar na pureza da FÉ e do AMOR (é fácil amar e ser fiel com muitas consolações, e será assim no CÉU (no amor, a fé já não precisa, já vê DEUS), mas o verdadeiro amor e fé, enquanto não se vê, não se desmorrona na aridez do deserto, impossível o divórcio! Após esta experiência de DEUS, nunca mais se volta atrás...). São pessoas que, já nesta vida, chegaram a um conhecimento muito grande de DEUS, sofrem esta ausência aparente, que é semelhante ao principal sofrimento das almas do Purgatório. Estas já possuem toda a verdade de DEUS, já estão felizes em saber que verão a DEUS, mas enquanto não O podem ver, porque purificam-se, sentem essa imensa saudade de DEUS. Mas, por isso mesmo, este sofrimento nada tem a ver com o sofrimento que vem do pecado, dos que nunca conheceram o AMOR DE DEUS e vivem sem esperança.

Por isso, não obedeçamos a deuses que oferecem falsas liberdades e falsas autonomias, mas ao único e verdadeiro DEUS. Se, para obedecer ao único e verdadeiro DEUS, tiver de renunciar à liberdade, à autonomia e à dignidade - tudo coisas falsas e mascaradas -, jogue logo fora essas coisas no cesto de lixo não reciclável, para alcançar a verdadeira liberdade e dignidade (autonomia é conversa fiada, somos criaturas, ninguém pode ser isso, depende sempre de DEUS, o CRIADOR). Ter DEUS vale mais que tudo:

A Vossa GRAÇA (AMOR) vale mais do que a vida.

Escuta, POVO DE DEUS: o SENHOR nosso DEUS é o único SENHOR; amarás o SENHOR, teu DEUS, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo mandamento é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.

Então seremos verdadeiramente livres e realizados, nunca mais praticaremos a violência, pois DEUS estará connosco, o príncipe deste mundo não terá vez. Já há mais de 2000 anos os cristãos - que vivem estes dois mandamentos, isto é, adoram somente o único e verdadeiro DEUS, os ídolos não têm vez para eles - dão testemunho disso mesmo. Disse a RAINHA DA PAZ:

Queridos filhos, a LUZ não reinará no mundo a não ser que os homens aceitem JESUS, vivam as Suas palavras - vivam a palavra do EVANGELHO.

Não escutemos histórias da carochinha, mas a DEUS somente, a JESUS CRISTO. A única coisa que vale para valer neste mundo é buscar a vida eterna, tudo o resto, que DEUS pôs à nossa disposição neste mundo, é ilusão se não fôr meio para buscar DEUS, descobrir a presença de JESUS CRISTO (e de Sua e nossa MÃE). É importante escutar DEUS (apenas) porque, apesar da ingratidão do mundo, DEUS continua a oferecer a Sua misericórdia ao mundo. Bem que o mundo precisa dela para se livrar das desordens imensas em que caiu, porque, sem DEUS, além de não ter futuro, o mundo não é nada, nada pode.

Até amanhã, se DEUS quiser!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

07 O príncipe deste mundo (2)

TC 01,6 A (Salt.: sem I)
Sexta-Feira da semana 1 do Tempo Comum.
Santo Antão, Abade, mo.

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Primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto de tomar lugar no TEMPLO DE DEUS, e apresentar-se como se fosse DEUS. (2 Tessalonicenses II, 3b-4)

O abandono da FÉ permitirá a hedionda e desumana secularização disfarçada de neutralidade. Uma "neutralidade" que nunca foi neutra, mas manha do príncipe deste mundo, toda a favor dele, dos seus intentos... A "neutralidade" é genial, muito inteligente: afasta o homem de DEUS. Imoralidade livre, pois é preciso respeitar a liberdade das pessoas (mesmo que viole a liberdade das pessoas..., de muitas delas), mas DEUS é censurado..., que mundo insano e insensato!

Sempre que o homem afasta-se de DEUS, cai sob o jugo do príncipe deste mundo, os efeitos são a violência, a devassidão, a mentira, muitos ídolos e o irracionalismo do politeísmo. Não é isso que se vê no mundo? Só se livra dessas coisas quem crê no DEUS verdadeiro e único com FÉ viva, isto é, fazendo a VONTADE DE DEUS. Se alguém se aproxima de JESUS CRISTO, acabou a violência. Isso é um facto da história.

Na chamada Epístola a Diogneto, temos esta passagem que mostra a diferença em crer-se no DEUS único e verdadeiro e crer-se em ídolos e muitos deuses do paganismo daquele tempo, de todos os tempos, dos tempos actuais:

A felicidade não está em oprimir o próximo, ou em querer estar por cima dos mais fracos, ou enriquecer-se e praticar violência contra os inferiores (Como é próprio deste mundo que, com o retorno ao paganismo e à crença em diversos deuses, que nunca foram deuses, mas ídolos, põe em práctica isso mesmo). Deste modo, ninguém pode imitar a DEUS (o único verdadeiro, que não aprova o pecado de Caim, por exemplo), pois tudo isto está longe de Sua grandeza. Todavia, quem toma para si o peso do próximo, e naquilo que é superior procura beneficiar o inferior; aquele que dá aos necessitados o que recebeu de DEUS, é como DEUS para os que receberam de sua mão, é imitador de DEUS. (Da Epístola a Diogneto)

É como DEUS para os que receberam de sua mão, é imitador de DEUS.

O DEUS da PAZ e do AMOR.

A RAINHA DA PAZ também disse isso com outras palavras, fala das nossas mãos, que podem ser as mãos estendidas de DEUS a quem está perdido:

KM 19970225
729445
TQ 2,3 B
1Queridos filhos, hoje, convido-vos ainda de um modo particular a abrir-vos a DEUS CRIADOR e a serdes activos. 2Convido-vos, filhinhos, neste tempo, a ver quem tem necessidade da vossa ajuda espiritual ou material. 3Com o vosso exemplo, filhinhos, sereis as mãos estendidas de DEUS, que procura a humanidade. 4Só assim, compreendereis que sois chamados a dar testemunho e a serdes os alegres mensageiros da PALAVRA e do AMOR DE DEUS. Obrigada, por terdes correspondido ao Meu apelo!
(No arquivo actual, de 977 mensagens, é a 613ª mensagem da Rainha da Paz.)

Convido-vos, filhinhos, neste tempo, a ver quem tem necessidade da vossa ajuda espiritual ou material. Com o vosso exemplo, filhinhos, sereis as mãos estendidas de DEUS, que procura a humanidade.

Só assim, compreendereis que sois chamados a dar testemunho e a serdes os alegres mensageiros da PALAVRA e do AMOR DE DEUS.

Há mensagens que a RAINHA DA PAZ dirigiu especificamente para a paróquia ou grupo de oração em forte provação. Destas, só incluirei as que podem aplicar-se a todos nós. A primeira mensagem da RAINHA DA PAZ, que está no meu arquivo actual, sobre o espírito do Mal foi dada em 2 de Agosto de 1981:

Ide todos para o campo de Gumno. Um grande combate vai desenrolar-se. Um combate entre o Meu FILHO e Satanás. As almas estão em jogo.

Vejamos o que a RAINHA DA PAZ falou sobre o espírito do Mal:

O Diabo procura apoderar-se das pessoas. Ele aproveita-se de tudo.

O Diabo procura vencer-vos. Não lho permitais. Guardai a FÉ, jejuai e rezai! EU  estarei convosco em cada passo.

O Diabo tenta impor o seu poder, mas deveis permanecer firmes e perseverar na vossa FÉ. Deveis rezar e jejuar. EU estarei sempre junto de vós.

NOSSA SENHORA, em duas mensagens, muito próximas uma da outra, quase que repete a mesma coisa, como que a querer dizer que é importante ter em mente isso. Indica, em ambos os pedidos, que a oração e o jejum são muito importantes nesse combate da FÉ. E não nos esquecermos de algo muito importante, nessa luta:

EU  estarei convosco em cada passo.

Mal de nós, não fosse assim!

O que procura Satanás?

Satanás existe. Ele procura somente destruir. (Somente isso!)

Olhe para a cultura da morte. O que é que ela pretende, senão somente destruir? Ele é o pai da mentira e mete-se em tudo:

Satanás não diz o que quer. Ele mete-se em tudo. Vós, Meus anjos, estai preparados para suportar tudo.

Já São Pedro advertia sobre isso mesmo:

Sede sóbrios e vigiai, pois o vosso adversário, o Diabo, como um leão a rugir, anda a rondar-vos, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firmes na FÉ, sabendo que a vossa comunidade de irmãos, espalhada pelo mundo, suporta os mesmos padecimentos. Depois de terdes padecido por um pouco de tempo, o DEUS que é todo graça e vos chamou em JESUS CRISTO à Sua eterna GLÓRIA, há-de restabelecer-vos e consolidar-vos, tornar-vos firmes e fortes. Para ELE o poder pelos séculos dos séculos. Amen. (1 Pedro V, 8-11)

Ao grupo de oração de Medjugorje, ELA disse o seguinte:

Sêde prudentes porque Satanás tenta, de modo particular, todos os que decidem abandonar-se a DEUS. Procurará convencer-vos que rezais  e jejuais demais, que é melhor ser como os outros jovens que procuram os prazeres do mundo. Não deveis, absolutamente, escutá-lo, mas prestai atenção só à Minha voz. Quando a vossa fé estiver consolidada, Satanás não conseguirá seduzir-vos.

Quando a vossa fé estiver consolidada, Satanás não conseguirá seduzir-vos.

Porque uma fé consolidada é uma fé que vem de um conhecimento grande de DEUS. De São Pedro:

Resisti-lhe, firmes na FÉ (...) o DEUS que é todo graça e vos chamou em JESUS CRISTO à Sua eterna GLÓRIA, há-de restabelecer-vos e consolidar-vos, tornar-vos firmes e fortes.

Diz a RAINHA DA PAZ:

Não deveis, absolutamente, escutá-lo, mas prestai atenção só à Minha voz.

Quando a vossa fé estiver consolidada, Satanás não conseguirá seduzir-vos.

Principalmente, no início da conversão, quando a FÉ ainda não está consolidada (e a humildade), é importante este pedido da RAINHA DA PAZ:

Queridos filhos, vigiai! Este é um período perigoso para vós. Satanás procurará desviar-vos desse caminho.

Os que se dão a DEUS sofrem sempre os ataques de Satanás.

Em particular, os sacerdotes... sofrem sempre os ataques de Satanás. Basta um deles infiel, para o príncipe deste mundo muito bem se aproveitar, fazendo muitos estragos à IGREJA.

Muito importante para a vida espiritual saber quem causa agitações (DEUS nunca, jamais, nem minimamente; DEUS é somente PAZ, dirá a RAINHA DA PAZ):

Toda a forma de inquietude vem de Satanás.

E lembra algo de fundamental para a nossa vida:

Estai atentos a todos os pensamentos. A Satanás basta um vosso mau pensamento para afastar-vos de DEUS.

Porque DEUS é AMOR, não pode habitar no nosso coração a falta de paz e os maus pensamentos. Isso afastará DEUS dos nossos corações.

Não vos agiteis, não vos preocupeis. Toda a agitação vem de Satanás. Vós sois filhos de DEUS e deveis estar sempre calmos, na paz, porque DEUS guia tudo.

Agitação, barulho, muitos ruídos e dispersão, tudo isso tem a ver com o tentador.

O Meu FILHO deseja ganhar todas as almas para ELE, mas o Diabo esforça-se por obter qualquer coisa. O Diabo afadiga-se para se infiltrar a todo custo entre vós.

Oração agitada não é oração:

Toda a agitação vem de Satanás. A vossa oração deve levar à paz.

Queridos filhos, se fosseis fortes na FÉ, Satanás nada poderia contra vós.

Pedirei ao Meu FILHO que vos dê a graça de sentir - nas provações a que Satanás vos sujeita - a vitória de JESUS.

Uma vitória em que o AMOR vence o ódio, a PAZ vence a guerra, a RESSURREIÇÃO vence a morte...

Dirigindo a Helena, preocupada com as dificuldades, talvez causadas pelo regime comunista, NOSSA SENHORA diz-lhe algo já dito anteriormente:

Não te sobressaltes, não te preocupes! Toda a preocupação vem de Satanás. Vós sois filhos de DEUS: Deveis estar sempre calmos, em paz, porque tudo é guiado por DEUS.

NOSSA SENHORA, no início das aparições, repete muitas vezes esta coisa muito importante, em particular, ao grupo de oração: violência, guerra, agitação, preocupação, medo, nada disso, de que o mundo está cheio, tem a ver com DEUS, mas com o príncipe deste mundo que, dominando este mundo, espalha a sua violência e mentira por toda a parte.

Em 31 de Dezembro de 1984, fim do ano civil de 1984 e vésperas da SANTA MÃE DE DEUS, ELA deu-nos esta mensagem misteriosa, que indica uma nova etapa no mistério da iniquidade (e faz lembrar o Livro de Job - Job é uma imagem de CRISTO e da IGREJA, que tem filhos que muitas vezes, como os filhos de Job, se desviam):

KM 19841231
725006
TN 1,2 B
1Queridos filhos, a hora chegou em que o demónio foi autorizado a agir com toda a sua força e poder. 2A hora presente é a hora de Satanás. 3Muitos pretendem ver JESUS e a MÃE DE DEUS, e ouvir as Suas palavras, mas são, na verdade, mentirosos. É um grande pecado, é preciso rezar muito por eles. 4Faço questão que se saiba o que se passa em Medjugorje. Contai tudo, para que todos se convertam. Obrigada, por terdes correspondido ao Meu apelo!
(No arquivo actual, de 977 mensagens, é a 312ª mensagem da Rainha da Paz.)

A hora chegou em que o demónio foi autorizado a agir com toda a sua força e poder. A hora presente é a hora de Satanás.

JESUS disse a Pedro: «Mete a espada na bainha. Não hei-de beber o cálice de amargura que o PAI ME ofereceu?» (João XVIII, 11)

E dirigindo-SE aos que O prendiam:

«Estando EU todos os dias convosco no TEMPLO, não ME deitastes as mãos (ainda não era a hora em que JESUS decidiu deixar-SE prender. Só agora tinha, com a sua autorização, chegado tal hora); mas esta é a vossa hora (dos inimigos de CRISTO) e o domínio das trevas. (Domínio do príncipe deste mundo)»  (Lc XXII, 53)

Assim foi com JESUS até a terceiro dia, assim será com a IGREJA até ao Juízo Final perseguida.

A hora chegou em que o demónio foi autorizado a agir com toda a sua força e poder. A hora presente é a hora de Satanás.

Entretanto, a libertação não precisa de esperar o Juízo Final, ela já se opera em todos os baptizados que crêem em JESUS CRISTO:

Se é pelo ESPÍRITO DE DEUS que expulso os demónios, diz o SENHOR, então chegou para vós o REINO DE DEUS. (Mateus XII, 28)

Até amanhã, se DEUS quiser!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

06 O príncipe deste mundo (1)

TC 01,2 A (Salt.: sem I)
Segunda-Feira da semana 1 do Tempo Comum.
Santo Hilário, Bispo e doutor da Igreja, mf.

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Falar do príncipe deste mundo é falar de coisa menos importante. O mais importante é que JESUS veio ao mundo para nos libertar dele e dar-nos a vida eterna. Mas é útil compreender a sua acção neste mundo, permitirá compreender melhor os acontecimentos do mundo.

Como disse, o mistério central da nossa FÉ é que DEUS é TRINDADE SANTA e que JESUS, ressuscitando do mortos, nos salvou e redimiu. Onde abunda o pecado (mau uso da liberdade humana), superabunda a graça, porque DEUS é misericordioso, paciente, esperando sempre o retorno do filho pródigo a ELE. Superabunda a graça, porque, por causa dessa mesma misericórdia de DEUS, JESUS CRISTO, Seu FILHO Unigénito, assumiu pelo ESPÍRITO SANTO a nossa humanidade no seio da bendita entre todas as mulheres, MARIA - é o NATAL -, para dar a vida humana em nosso favor (PÁSCOA), elevando-a à participação da vida do próprio DEUS.

Se Satanás, o príncipe deste mundo, convidou o homem a tomar o lugar de DEUS, e caiu o homem em misérias, JESUS nos dá a possibilidade de recuperar, e até a um estado superior ao original, a dignidade perdida.

Disse a Eva (e continua a dizer a todo homem e mulher) o pai da mentira:

«Não, não morrereis; DEUS sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como DEUS, ficareis a conhecer o bem e o mal.» (Génesis III, 4-5)

Ser como DEUS é conversa fiada. Mas se olharmos este mundo, vive nesta fantasia, pensando que pode tomar o lugar de DEUS: constrói-se uma civilização sem DEUS, aliás, contra DEUS.

O ocidente fez progredir a civilização, mas sem DEUS, como se eles fossem os próprios criadores. (RAINHA DA PAZ em 31 de Outubro de 1984)

A segunda parte é verdade, mas dita pela metade: o homem passaria a conhecer o bem e o mal - uma coisa que desconhecia porque antes só existia o bem... -, mas o manhoso não disse quão desagradável seria conhecer o mal...

Mas DEUS, na Sua misericórdia, até resolveu aceitar o desafio da Serpente e nos tornou filhos de DEUS:

Caríssimos, desde agora somos filhos de DEUS, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a DEUS, porquanto O veremos como ELE é. (1 João III, 2)

Se Satanás disse uma mentira, ninguém pode ser como DEUS, não passamos de meras criaturas, DEUS resolveu até tornar isso uma realidade para quem se abre à Sua SALVAÇÃO. Para DEUS, nada é impossível. Não, porque a criatura possa ser um deus, impossível, mas por participação dessa mesma vida de DEUS (seremos semelhantes a DEUS, na VISÃO BEATÍFICA, por pariticipação da Sua GLÓRIA).

Que é o homem para VOS lembrardes dele, o filho do homem para com ele VOS preocupardes? Quase fizeste dele um ser divino; de glória e de honra o coroaste. (Salmo VIII, 5-6)

JESUS veio ao mundo para nos livrar do príncipe deste mundo, das suas mentiras, falsa liberdade e falsa autonomia. JESUS veio ao mundo - celebramos essa Sua vinda no NATAL - para alcançar o perdão dos nossos pecados, reparando-os na CRUZ, livrando-nos do jugo desse anjo rebelde e do seu reino de trevas e mentiras, oferecendo-nos o REINO DE DEUS, a participação na Sua própria vida divina, a VIDA ETERNA, a verdadeira liberdade e autonomia, a verdadeira dignidade do homem, que não está, sendo miserável sem DEUS, em fazer de conta que é o que não é, mas em tornar-se filho de DEUS.

As explicações para o que vai acontecendo no mundo - de violência, mentiras, idolatria, perversidades, guerras, até nos fenómenos naturais há essa possibilidade! - ficam supérfluas ou até nada têm a ver, quando se ignora a acção até directa, ou indirecta e a mais comum (tentações) do príncipe deste mundo, causando aquilo que chamamos de cultura da morte e a perseguição à IGREJA.

Podemos ver, hoje, a secularização, um fenómeno anti-natural, artificial e desumano, que foi imposto por quem tem o domínio deste mundo.

Desumano, porque afasta as pessoas do que é mais importante e essencial para elas: DEUS. Desumano e que leva a comportamentos desumanos: afaste-se o homem de DEUS, que cai logo sob o jugo do príncipe deste mundo, e se revela a violência que vemos no mundo; aproxime-se o homem de JESUS CRISTO e termina a violência.

É muito fácil não ser violento quando corre tudo bem na vida, mas é na provação que se vê aquilo que realmente somos. Sem DEUS, o homem torna-se potencialmente violento, bastando haver a condição para a causa actuar, por exemplo, a vida não correr bem.

Aqui, pretendo apresentar o que a RAINHA DA PAZ ensinou e recordou da SAGRADA ESCRITURA sobre esta criatura, através das Suas mensagens, mas farei isso só depois desta apresentação. No arquivo que possuo, usei as palavras-chave «Satanás», «Diabo» e «demónio».


Primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto de tomar lugar no TEMPLO DE DEUS, e apresentar-se como se fosse DEUS. (O Anti-Cristo) Não vos lembrais de que vos dizia estas coisas, quando estava ainda convosco? Agora, sabeis perfeitamente que algo o detém, de modo que ele só se manifestará a seu tempo. Porque o mistério da iniqüidade já está em ação, apenas esperando o desaparecimento daquele que o detém. Então o tal ímpio se manifestará. Mas o SENHOR JESUS o destruirá com o sopro de Sua boca e o aniquilará com o resplendor da Sua vinda.
A manifestação do ímpio será acompanhada, graças ao poder de Satanás, de toda a sorte de portentos, sinais e prodígios enganadores. Ele usará de todas as seduções do mal com aqueles que se perdem, por não terem cultivado o amor à VERDADE (JESUS CRISTO) que os teria podido salvar. Por isso, DEUS lhes enviará um poder que os enganará e os induzirá a acreditar no erro. Desse modo, serão julgados e condenados todos os que não deram crédito à VERDADE, mas consentiram no mal.
(2 Tessalonicenses II, 3-12)

A manifestação do ímpio será acompanhada, graças ao poder de Satanás, de toda a sorte de portentos, sinais e prodígios enganadores. 

Não são milagres, que só DEUS pode fazer, mas parecendo milagres, pois é uma criatura muito poderosa que domina, ao contrário do homem, a matéria (mundo visível) plenamente. A intenção é enganar. Não enganará quem acolheu JESUS, a VERDADE. O fiel não se deixa manipular nem se deixa condicionar por nada, já dizia JESUS.

Primeiro (antes de JESUS vir na Sua GLÓRIA) deve vir a apostasia.

Uma civilização ocidental, nascida do cristianismo, que tudo, do que tem de bom, deve ao cristianismo, que abandonou a sua fé em JESUS CRISTO, é isso que é o gravíssimo pecado da apostasia, já mencionado também no grande Segredo de Fátima.

Quais são os efeitos? Só pode ser o mal:

Misturaram-se com as nações pagãs e aprenderam seus costumes. (Neopaganismo) Prestaram culto aos seus ídolos, que se tornaram um laço para eles. Imolaram os seus filhos e suas filhas aos demónios. Derramaram o sangue inocente: o sangue de seus filhos e de suas filhas, que aos ídolos de Canaã sacrificaram; seu país ficou manchado com esse sangue. Eles se contaminaram com homicídios, e se prostituíram com seus crimes. (Salmo CV, 35-39)

Derramaram o sangue inocente: o sangue de seus filhos e de suas filhas (...); seu país ficou manchado com esse sangue.

E apesar do sinais desagradáveis do pecado - crises de todas as espécies -, continuaram cegos; uma dureza do coração, uma cegueira:

Não se arrependeram de seus homicídios, seus malefícios, suas imundícies e furtos. (Apocalipse IX, 21b)

Quatro grandes grupos de pecados, que abundam na "modernidade": homicídios, malefícios, imundícies e furtos.

É importante não esquecer que o mundo está sob o domínio do príncipe deste mundo, para compreender, por exemplo, a cultura da morte, uma cultura que aprova tudo que vai contra as LEIS DA CRIAÇÃO. Visível ao olho nú: não há nada, do que aprova, que não seja para ofender DEUS. Mas JESUS disse:

O céu e a terra passarão, mas as Minhas PALAVRAS não passarão. (Mateus XXIV, 35)

Tudo é passageiro e jamais criatura alguma poderá contrariar a PALAVRA DE DEUS.

As Minhas PALAVRAS não passarão.

Valem eternamente.

JESUS veio para destruir as obras das trevas:

Aquele que peca é do demónio, porque o demónio peca desde o princípio. Eis por que o FILHO DE DEUS SE manifestou: para destruir as obras do demónio. (1 João III, 8)

Tudo isso tem a ver com o NATAL, de modo que não nos devemos espantar que ele seja tão atacado e deturpado o significado do NATAL.

Até amanhã, se DEUS quiser!

05 Quem como DEUS? (17)

TC 01,2 A (Salt.: sem I)
Segunda-Feira da semana 1 do Tempo Comum.
Santo Hilário, Bispo e doutor da Igreja, mf

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Todo este assunto, desde o início, encontra-se


no assunto «Quem como DEUS?»

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Apresento agora as outras vias que demonstraram a existência de DEUS de modo muito mais compacto, pois o objectivo deste assunto é só mostrar que a demonstração da existência de DEUS já foi feita, com todo o rigor da razão - uma escassez nos tempos actuais... - no século XIII.

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A CAUSA EFICIENTE PRIMEIRA E INDEPENDENTE
2ª Via
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TESE: Pela existência real das causas eficientes essencialmente subordinadas demonstra-se a existência de DEUS, como CAUSA PRIMEIRA não subordinada e não causada.

Uma causa final é aquela que é o termo (o fim) de uma ação, embora seja o princípio da ação na ordem da intenção. Um escultor tenciona trabalhar no mármore para dar forma a uma estátua. Sem isso, não há ação, esta intenção é o ponto de partida. Quando tiver a estátua terminada, terá atingido o seu fim: a causa final é o termo dessa ação, atingiu o seu fim.

A causa eficiente é aquela que produz o efeito: o escultor é a causa da estátua como estátua.

Esta causa eficiente pode ser essencial ou acidental.

O escultor é a causa eficiente da estátua essencial, porque tal escultor tinha a intenção ou fim (causa final) de construir a estátua: é a causa eficiente essencial.

Um agricultor cava um buraco na terra para plantar uma árvore (a causa final é a árvore). O agricultor é a causa eficiente essencial para a árvore ficar plantada, mas acontece algo de imprevisto: descobre um tesouro. Ele não tinha a intenção (o fim) de descobrir um tesouro, ao cavar o buraco, mas de plantar uma árvore. Esse agricultor tornou-se causa eficiente acidental para a descoberta do tesouro.

Na demonstração é levado em conta as causas eficientes essenciais.

Várias causas são ordenadas quando concorrem para a produção do mesmo efeito (fim). Assim, no caso da estátua de mármore, temos o escultor como causa eficiente principal, o cinzel usado pelo escultor como causa eficiente instrumental. Ambas são ordenadas a produção duma estátua de mármore:

A e B => C.

Várias causas são subordinadas entre si quando há influxo de uma noutra:

A => B => C.

O fruto (o efeito, C) é produzido pela eficiência da planta (B, causa eficiente), mas esta eficiência depende do (está subordinada ao) influxo da terra (A, causa eficiente).

É este caso, das causas eficientes subordinadas que são consideradas nesta via para demonstrar a existência de DEUS.

É um facto real que existem causas eficientes essencialmente ordenadas e é constatando este facto que, à semelhança da 1ª via, se demonstra que tudo tem explicação se existir a CAUSA PRIMEIRA não subordinada e não causada,  a QUEM chamamos de DEUS. Sem isso, só acreditando no absurdo.

ENUNCIADO DO ARGUMENTO:
A segunda via procede da natureza da causa eficiente. Descobrimos, com efeito, que há nos seres sensíveis uma certa ordem  das causas eficientes; nunca, porém, encontramos, nem é possível que alguém seja causa de si mesmo... Ora, nas causas eficientes (ordenadas «per se», isto é, essencialmente) é impossível proceder ao infinito... Logo é necessário admitir uma causa eficiente primeira, à QUAL todos dão o nome de DEUS. (Santo Tomás, I, q. 2, a. 3)

DEMONSTRAÇÃO:

Existem séries de causas eficientes essencialmente subordinadas, como atesta a experiência (I).

Ora, nas causas eficientes essencialmente subordinadas não é possível proceder ao infinito, isto é, não pode existir uma tal série sem que haja no início dela um causa primeira não-subordinada (II).

Logo existe uma causa eficiente primeira não subordinada no seu causar.

Mas esta causa primeira necessariamente é incausada e possui os atributos dos ser a QUEM chamamos DEUS (III).

Logo existe DEUS como PRIMEIRA CAUSA EFICIENTE não subordinada e não causada.

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EXPLICAÇÃO
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(I): Existem séries de causas eficientes essencialmente subordinadas.

É um facto! A nossa experiência atesta que as causas se nos apresentam não como isoladas, mas relacionadas, não, como autónomas, mas subordinadas e dependentes no seu ser e na sua actividade.

Uma ovelha não pode existir, permanecer com vida, gerar outra ovelha sem o influxo actual do ar, da pressão atmosférica, do calor solar, da actividade química dos alimentos, etc.

(II): Não é possível o processo ao infinito nas causas essencialmente subordinadas.

Se a série de causas subordinadas fosse infinita, não haveria mais uma causa primeira. Somente causas intermediárias e subordinadas. Tirando a causa, não há efeito: rodas e alavancas duma engrenagem não se movem sem o dínamo. É claro que não é assim no mundo real: no mundo real vemos séries de causas eficientes essenciais subordinadas produzindo efeitos. Assim, não possível o processo ao infinito

(III): Mas esta causa primeira necessariamente é incausada e possui os atributos dos ser a QUEM chamamos DEUS

Estes atributos não os coloco aqui, mas são os que, por analogia, atribuimos a DEUS.

As objecções que se colocaram nesta via são semelhantes às que se colocaram na 1ª via. E todas foram levantadas.

Até amanhã, se DEUS quiser!

domingo, 12 de janeiro de 2014

04 DEUS perdoa, mas o sr. X não perdoa

TC 01,1 A (Salt.: sem I)
O BAPTISMO DO SENHOR, festa.

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O sr. X é um nome real, mas não o menciono porque o autor desta blasfémia não é o sr. X. É até possível que o sr. X nem concorde que se use o seu nome para uma comparação absurda (entre o INFINITO e o finito).

Não é verdade, que o mundo está cheio do ódio e violência porque não sabe perdoar? É verdade! Por isso está cheio de infelicidade e misérias.

Mas vamos ver o absurdo de tal afirmação:

1. DEUS é infinito e o sr. X é uma criatura. Tudo o que o sr. X tem de bom e que possa causar admiração, vem de DEUS. A começar pelo facto do sr. X existir.

2. As ofensas a DEUS tem uma dimensão infinita, enquanto as ofensas ao sr. X são finitas. Comparando, não são nada, valem zero as dirigidas ao sr. X. Não dá para comparar as ofensas a DEUS, mesmo que fosse só uma e a mais pequena de todas de todos os tempos, com todas as ofensas dirigidas ao sr. X, porque em DEUS tudo tem dimensão infinita.

3. Igualmente, em relação ao perdão, seria ridículo querer pôr tudo no mesmo nível, como o título deste assunto quer sugerir (comparar DEUS com uma criatura, que existe porque DEUS lhe dá existência e tudo mais que ela tem de bom).

O perdão do sr. X não vale nada, mas é necessário para o sr. X também ter o perdão de DEUS.

Assim, o título requer uma correcção bem relevante:

DEUS perdoa, sim, mas só a quem, querendo ser perdoado, também perdoa. (Assim deixou bem claro JESUS) Seria injusto DEUS perdoar a quem não perdoa: a injustiça é uma coisa impossível a DEUS.

É impossível a DEUS praticar a injustiça...

Perdeu a omnipotência? Como sugeriu um filósofo com o seu pseudo-paradoxo sobre uma pedra tão pesada que depois DEUS não poderia levantá-la? Ou DEUS pode criar tal pedra, mas depois não pode levantá-la, ou, que dilema!, não pode criar tal pedra. Em qualquer dos casos, não é omnipotente. Antes de mais nada, nem tudo é matéria, há a realidade imaterial que até, ao contrário do homem, domina plenamente a realidade material. Trata-se de um falso dilema, tipo sofista. DEUS pode tudo, menos aquilo que nega o que DEUS é.

Se o perdão do sr. X não é nada, mas DEUS o exige para também ser perdoado, o perdão de DEUS, pelo outro lado, vale a salvação do homem e é de dimensão infinita.

Que diferença, para comparações!

Até amanhã, se DEUS quiser!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

03 Dia dos Santos Reis Magos (EPIFANIA)

TN 2,2 A (Salt.: sem II)
Segunda-Feira do Tempo do Natal.

Dia dos Santos Reis Magos

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A EPIFANIA, também associada popularmente à festa do Dia dos Santos Reis, foi celebrada ontem porque, para grande prejuízo, inclusivé, económico, suprimiu-se o feriado do dia 6 de Janeiro, feriado que aconteceria hoje. Nos paises em que tal prejuízo não aconteceu, é hoje que se celebra a EPIFANIA.

A EPIFANIA é o complemento do NATAL, razão porque é celebrada no Tempo do Natal, como uma solenidade tão importante quanto a do NATAL, embora sem as oitavas.

Enquanto o NATAL celebra DEUS escondido no humilde presépio, assumindo a nossa natureza humana para nos salvar, a EPIFANIA - manifestação, aparição do grego -, com a visita dos santos reis magos (daí, associar a festa dos reis a este dia), celebra a manifestação do SENHOR, ainda MENINO, como DEUS e REI UNIVERSAL. A EPIFANIA é uma manifestação pública de DEUS (PAI, FILHO, ESPÍRITO SANTO). Não é uma manifestação pessoal, a algum santo. Aconteceu com a visita dos reis magos, no baptismo do SENHOR - com que se encerrará o Tempo do Natal - e na conversão da água em vinho nas bodas de Caná.

A EPIFANIA antecipa a GLÓRIA DO SENHOR no dia do Juízo Final - escondida na nossa natureza humana ainda não glorificada pelo mistério pascal -, revelada a todas as nações através dos santos reis magos. Mais tarde, JESUS, no monte Tabor, mas agora só a Pedro, Tiago e João, três dos Seus doze apóstolos, manifestará essa GLÓRIA escondida no Seu corpo humano, ao transfigurar-SE. Na ressurreição dos justos

- no credo dizemos crer na ressurreição dos corpos (JESUS não veio só livrar a nossa alma imortal da pena eterna, mas salvar o homem inteiro, cuja alma terá um corpo transfigurado e espiritualizado no lugar do que, sendo pó, ao pó da terra voltará, que permite ver DEUS, na VISÃO BEATÍFICA) -

teremos esse corpo glorioso, não mais matéria, que nos permitirá participar em plenitude da vida de DEUS, oferecida a nós em JESUS CRISTO.

Com a visita dos santos reis magos - daí, a EPIFANIA estar associado, embora secundariamente, à festa popular do Dia dos Reis (porque dia da sua salvação com aquela visita ao MENINO JESUS) -, ficou claro que JESUS não é só o SALVADOR do já Seu POVO (POVO DE DEUS), mas do mundo inteiro: todos são convidados - e podem, se quiserem -, a ser POVO DE DEUS, a viver na liberdade dos filhos de DEUS. Na ressurreição dos justos, poderemos ver com a própria carne DEUS, assim diz Job, no Livro de Job:

Eu sei, diz Job, que o meu REDENTOR vive e prevalecerá, por fim, sobre o pó da terra; e depois de a minha pele se desprender da carne, na minha própria carne verei a DEUS. Eu mesmo O verei, os meus olhos e não outros O hão-de contemplar! (Job XIX, 25-27)

Eu mesmo O verei, os meus olhos e não outros O hão-de contemplar!

Na minha própria carne verei a DEUS.

Os santos reis magos tiveram um pouco desta visão, que só é plena no CÉU e somente possível na ressurreição dos corpos.

Vejamos algumas orações da IGREJA para este dia, que em Portugal teve que ser celebrado ontem por se ter absurdamente suprimido mais um feriado da sua identidade nacional:

Na oração da colecta:

SENHOR DEUS omnipotente, que neste dia revelastes o Vosso FILHO Unigénito aos gentios guiados por uma estrela, a NÓS, que já VOS conhecemos pela fé, levai-nos a contemplar face a face a Vossa GLÓRIA.

É o FILHO que revela o PAI, no ESPÍRITO SANTO (GLÓRIA).

E a estrela, é estrela ou cometa? Fenómeno natural ou sobrenatural?

É fenómeno natural, se existiu, e sobrenatural, simultaneamente: uma estrela ou cometa, mas como evento raro, se existiu, faz os magos sentirem uma alegria profunda nos seus corações. Também observando a natureza, uma coisa natural e um dos convites da RAINHA DA PAZ, podemos descobrir DEUS... Contempla-se uma coisa da criação e descobre-se, como graça de DEUS, o AMOR DE DEUS presente naquela Sua criatura. Igualmente, no amor do próximo, podemos ter a visita de DEUS, que SE encontra no próximo e causa essa alegria profunda semelhante à dos magos.

Sobre o evento natural, se existiu (não muda nada, se existiu ou não existiu), DEUS escolheu exactamente essa data para o fenómeno coincidir com o tempo do NASCIMENTO DE JESUS.  DEUS é o SENHOR de todas as coisas, naturais ou sobrenaturais, e do tempo. Dono de tudo. Só ELE pode ser plenamente (e em grau infinito) livre e autónomo. Nós, quando muito, podemos ser conversa fiada. Até São Francisco de Assis, tão livre era, era livre de tudo, salvo do CRIADOR, que precisava para existir, pensar, mover-se, comer, falar, andar, louvar DEUS na contemplação das criaturas e mesmo ser livre, o era pela graça de DEUS, sem a qual não seria livre. Etc.

Mas diz o EVANGELHO que, a partir de um certa altura, os magos perderam a estrela. Quando voltou a aparecer-lhes, sentiram - novamente! - essa alegria (consolação) profunda que só DEUS pode dar. Um fenómeno natural não aparece para depois se esconder, salvo se foi um eclipse: houve outra coisa, que acontecia no coração dessas pessoas (em princípio, três reis, porque foram três, os presentes, mas não impedia que esses reis tivessem consigo muitos súbitos, na visita, já não seriam três, mas mais pessoas):

Perguntaram: «Onde está o REI dos judeus que acaba de nascer? Vimos a Sua estrela no Oriente e viemos adorá-l'O.» (Mateus II, 2)

Este é o acontecimento natural:

Vimos a Sua estrela no Oriente.

Não indica o lugar onde JESUS nasceu, razão porque também tiveram eles que perguntar sobre o lugar: 

Onde está o REI dos judeus que acaba de nascer?

Depois de ter ouvido o rei Herodes, os magos puseram-se a caminho. E a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o MENINO, parou. (Mateus II, 9)

Uma estrela parou? Há aqui, no meio do fenómeno natural, algo de sobrenatural...

Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria. (Mateus II, 10)

Algo que tinham perdido e que voltou aos magos no momento em que a "estrela" parou:

Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria.

Não, dessas alegrias vazias, mas outra coisa.

Entrando na casa, viram o MENINO com MARIA, Sua MÃE. Prostrando-se, adoraram-n'O; e, abrindo os cofres, ofereceram-LHE presentes: ouro, incenso e mirra. (Mateus II, 11)

O EVANGELHO diz que o MENINO estava com a Sua MÃE, muito provavelmente, ao Seu cólo:

Viram o MENINO com MARIA, Sua MÃE.

Nesta visão, tiveram a EPIFANIA. Não significa que não estivesse presente São JOSÉ. Poderia ter sido ele mesmo a receber os santos reis magos, e os levou ao MENINO JESUS, ao cólo da SANTA MÃE DE DEUS.

O EVANGELHO fala do essencial: a manifestação de DEUS aos magos

Viram o MENINO com MARIA, Sua MÃE.

Então:

Prostrando-se, adoraram-n'O.

Ao cólo da Sua MÃE.

Pode-se dizer até que a EPIFANIA foi verdadeiramente um Dia de Reis para esses reis... Nunca mais esqueceriam esse dia. Nunca mais a vida seria a mesma para eles.

E diz a oração do prefácio:

SENHOR, PAI Santo, DEUS eterno e omnipotente:
(...)
Em CRISTO, LUZ do mundo, revelastes hoje a todos os povos o mistério da SALVAÇÃO (EPIFANIA) e, manifestando-O na nossa natureza (humana) mortal, nos renovastes com o esplendor da Sua imortalidade.
(...)

Revelastes hoje.

Às vezes fica-se muito preocupado em saber se o NATAL foi exactamente no dia 25 de Dezembro. Tenho razões muito fortes para crer que sim: DEUS é omnipotente e podia levar a IGREJA a escolher a data exacta como sendo, de facto, 25 de Dezembro, mesmo sem o saber, mas isso seria outro assunto. Os espanhóis até nem celebram o NATAL em 25 de Dezembro, mas hoje.

Não tem a menor importância em saber da data exacta. Na liturgia, muito melhor que uma máquina do tempo - esta apenas nos leva a um tempo do passado..., que já passou -, o acontecimento histórico verdadeiramente acontece na data da celebração litúrgica: não é passado, mas presente.

SENHOR, PAI Santo, DEUS eterno e omnipotente:
(...)
Em CRISTO, LUZ do mundo, revelastes hoje.

Não se diz: revelastes naquele dia, mas hoje.

Vale a pena dar uma olhada na ligação abaixo, sobre o Dia dos Reis, que mais apropriadamente se deve dizer: Dia dos Santos Reis Magos, pois as suas vidas mudaram a partir desse encontro com JESUS. Eis a ligação:


Antes de terminar, apresento uma mensagem que NOSSA SENHORA deu neste dia, 6 de Janeiro, mas em 1976, como ROSA MÍSTICA, na Itália, onde o feriado não foi suprimido e celebra-se a EPIFANIA nessa data, sem precisar de transferir-se para o DOMINGO (era TN 2,3 C):

«EU sou MARIA, a encarnada ROSA MÍSTICA, a MÃE DA IGREJA.»

Era a festa solene da EPIFANIA ou aparição do SENHOR. Refere Pierina: «Eram cerca de 8 h e 30 m. (...) Primeiro surgiu uma luz celeste; a seguir, apareceu visivelmente, a mesma VIRGEM SANTÍSSIMA. Começou logo a falar:

«Olha, nestes tempos de materialismo, que deseja precipitar a humanidade numa ruína espiritual capaz de sufocar o NOME do SENHOR e o Meu... (pausa), EU venho chamar à conversão e apontar o CÉU, donde trago a mensagem do AMOR... Oh! Meus filhos! Amo-vos com o mesmo amor de JESUS e ESSE é um amor incomensurável. EU quisera salvar-vos a todos... Venho trazer a concórdia, a fim de que reine a paz no mundo. Como extremosa MÃE, EU ME esforço, em toda a parte, no desejo de reunir à Minha volta os Meus filhos, mesmo os que estão muito afastados; com a benignidade e a misericórdia do SENHOR espero a conversão deles. Olhai, esta é a mediação da MÃE CELESTE, que, na Sua preocupação de levar todos ao SENHOR, é sem limites.»

Nestes tempos de materialismo, que deseja precipitar a humanidade numa ruína espiritual.

EU venho chamar à conversão e apontar o CÉU, donde trago a mensagem do AMOR...

Assim acontece hoje, aparecendo como RAINHA DA PAZ.

«EU sou MARIA, a ROSA MÍSTICA vermelha, a MÃE DA IGREJA. (...) Quando trago aos Meus filhos a mensagem do AMOR, uso o símbolo mais belo entre as flores: A rosa. Ela está cheia do perfume do AMOR DE DEUS. (...) Meus filhos, amai-ME, pois, rezai e suplicai. JESUS nunca ME diz que não. A esta Sua MÃE jamais nega seja o que for.»

Costuma-se dizer que todos precisamos de amor, o que é verdade. Como RAINHA DA PAZ, ELA disse:

O mundo vive do AMOR.

De facto, sem DEUS, o mundo não pode viver... O amor de JESUS é sem medidas (o de DEUS), já se pensou nisso?

«Que amor poderia suplantar o do Meu Divino Filho JESUS CRISTO?»

Sobre a importância das imagens peregrinas de NOSSA SENHORA, a uma pergunta da vidente Pierina:

«Onde quer que EU chegue (por meio dessas imagens) levo graças abundantes do SENHOR...»

Até amanhã, se DEUS quiser!