Em Génesis IV, 1-16 temos uma passagem conhecida por «Caim e Abel,» que nos diz que não temos o direito de tirar a vida de ninguém: somos todos, Caim ou Abel, irmãos, e DEUS abomina esse pecado praticado contra o próximo, contra o próprio irmão. Também nos diz que não podemos agradar a DEUS se vivemos no pecado, como Caim, e que é justo que não só ofereçamos o melhor do que recebemos de DEUS, como tal oferta deve ser das primícias, onde se reconhece DEUS como o SENHOR (primícias).
O que podemos oferecer a DEUS, que não tenhamos recebido de DEUS? Mas na SANTA MISSA temos essa graça de realmente, em CRISTO, por CRISTO e com CRISTO, oferecermos a DEUS o nosso agradecimento, louvor e adoração. Se a nossa oferta, e da nossa vida toda, tem muito de Caim (desagradável a DEUS), pelo único MEDIADOR entre DEUS e os homens, JESUS CRISTO, e unido, pelo ESPÍRITO SANTO, ao do Seu sacrifício na CRUZ, que se torna presente na SANTA MISSA, torna-se uma oferta infinitamente mais agradável do que a de Abel. E não somos nós os sacerdotes, Abel e/ou Caim, a oferecer, mas JESUS CRISTO que a oferece unida à Sua de valor infinito. Se a oferta do sacerdote Abel - pelos méritos de CRISTO, salvador da humanidade inteira - agradou a DEUS (sem ser em provisão dos méritos futuros de CRISTO, nada poderia agradar a DEUS, nem de Abel, nem de ninguém), quanto mais a oferecida pelo Seu próprio FILHO humanado! Nós participamos desse sacerdócio único de CRISTO, na vida e na liturgia.
Adão conheceu Eva, sua mulher. Ela concebeu e deu à luz Caim, e disse: «Gerei um homem com o auxílio do SENHOR.»
Eva reconhece que o filho é um dom de DEUS e agradece, coisa que o mundo esqueceu.
Depois, deu também à luz Abel, irmão de Caim. Abel foi pastor, e Caim, lavrador. Ao fim de algum tempo, Caim apresentou ao SENHOR uma oferta de frutos da terra. Por seu lado, Abel ofereceu primogénitos do seu rebanho e as suas gorduras. O SENHOR olhou com agrado para Abel e para a sua oferta, mas não olhou com agrado para Caim nem para a sua oferta.
O SENHOR olhou com agrado para Abel e para a sua oferta...
Porque DEUS olhou com agrado para a oferta de Abel e não olhou com agrado para a de Caim? (Independente de serem frutos ou ovelhas... Não vamos nós pensar que DEUS prefere pastores a agricultores.) Podemos sintetizar nisto:
Os presentes dos homens injustos não são agradáveis a DEUS. (Sir 34,18b)
Daí, DEUS não pode olhar com agrado nem para Caim, um injusto, nem para a sua oferta, mesmo que fosse oferta irrepreensível (e se isso fosse possível de um injusto). Notemos que o Mal (e os seus efeitos) já está presente na CRIAÇÃO (e actuando) e que entre DEUS e o pecado não pode haver o mínimo acordo: DEUS é o BEM, origem de todos os bens, e a VERDADE. Diante de DEUS, devemos estar em espírito (pois DEUS é espírito) e verdade (humildade), já dizia JESUS, uma vez que não somos inocentes; nesta atitude de Abel, DEUS nos acolhe com a Sua bondade e misericórdia; e devemos oferecer do melhor que podemos, não só do que temos, as primícias como fez Abel (e não fez Caim), mas também e sobretudo do que somos. E o que somos, senão fracos e nada, diante de DEUS? Mas na humildade de Abel, DEUS nos olha com agrado, enquanto resiste aos soberbos, já diz a SAGRADA ESCRITURA.
Caim não é assim: é orgulhoso, ladrão: na oferta de frutos da terra, não só não são as primícias, talvez sejam as sobras, e até com frutos podres e estragados, pois, na SAGRADA ESCRITURA, temos passagens em que o profeta acusa esse tipo de oferta desonesta a DEUS, como se DEUS não visse. Ora, DEUS vê tudo e, mesmo nos amando e desejando o melhor para nós, não pode olhar para Caim, como olha para Abel, com agrado, porque seria fingir que não há nada de errado em Caim: DEUS estaria a fingir, a viver da mentira..., coisa absolutamente impossível a DEUS. Em DEUS não existe fingimento nem respeitos humanos... «DEUS opõe-se aos soberbos, mas dá a Sua graça aos humildes.» (Tiago 4,6) «O SENHOR é excelso e olha para o humilde, ao soberbo conhece-o de longe.» (Salmo 137,6) «É que vós ofereceis sobre o Meu Altar, diz o SENHOR, alimentos impuros (roubo, mentira, soberba, rancor contra o irmão, etc..., que são os alimentos espirituais impuros) e ainda perguntais: «Em que é que profanámos o Altar?» Pensais que a mesa do SENHOR é coisa desprezível! Quando trazeis animais cegos para o sacrifício (não mais as primícias nem o melhor de nós, mas a desonestidade e o engano), não será isto mau? E quando trazeis animais coxos ou doentes, não será isto mau? Leva-os ao teu governador. Será que isso lhe será agradável? Será que ele te irá receber bem? - diz o SENHOR do universo. (É pois, justo, o que ME ofereceis a MIM, que sou DEUS, infinitamente mais do que o governador que quereis agradar oferecendo do vosso melhor?) E agora (como na oferta de Caim) rogais a DEUS que vos perdoe. Tendo feito tudo isto com as vossas próprias mãos, há-de ELE ouvir-vos favoravelmente? Quem o diz é o SENHOR do universo. Quem há entre vós que feche as portas, para não acenderdes em vão o fogo no Meu Altar? Não tenho em vós nenhuma satisfação - diz o SENHOR do universo - e nenhuma oferta das vossas mãos ME é agradável.» (Malaquias 1,1-10)) A reacção de Caim não foi de espantar, com a rejeição de DEUS:
Caim ficou muito irritado e andava de rosto abatido.
Caim, poderia ter tido uma reacção de arrependimento e mudança, e o SENHOR perdoaria, passaria a olhar com agrado para Caim e a aceitar com agrado a suas ofertas, mas Caim não estava nessa disposição. Notemos, pois, a mensagem teológica de Caim e Abel, que consiste em como eu, tu, a humanidade, o povo, um país, a União Europeia, etc está diante de DEUS: como Abel, assim pede DEUS, que não pode pactuar com a mentira e o mal, ou como Caim?
«Quando levantais as vossas mãos, afasto de vós os Meus olhos; podeis multiplicar as vossas preces, que EU não as atendo. É que as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai da frente dos Meus olhos a malícia das vossas acções. Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem; procurai o que é justo, socorrei os oprimidos, fazei justiça aos órfãos, defendei as viúvas. Vinde agora, entendamo-nos - diz o SENHOR. Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve. Mesmo que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã.» (Isaías 1,15-18)
Esta é a grande tragédia do mundo de Caim, que ainda por cima acusa DEUS dos seus próprios males, causados por eles mesmos, quando DEUS só quer que sejamos como Abel, para nos libertar do Mal. A felicidade está na LEI DE DEUS, o ser humano não foi criado para violá-l'A, pois é a LEI DA CRIAÇÃO e, voltando-se contra ela, a CRIAÇÃO volta-se contra nós. Ninguém foi criado para mentir, matar, ter inveja, etc, nem isso nos pode dar a felicidade, age contra a nossa natureza. É claro que temos, temporariamete, uma natureza decaída pela herança do pecado original, e o Inimigo se aproveita disso, mas temos JESUS CRISTO que é mais forte do que o Inimigo, para nos livrar dele: «Se EU expulso os demónios pela mão de DEUS, então o REINO DE DEUS já chegou até vós. Quando um homem forte e bem armado (o Inimigo) guarda a sua casa (o coração humano), os seus bens estão em segurança (não podemos nos livrar dele, ele é mais forte e inteligente do que nós; esta é a situação de todo o pecador e notemos que já nascemos sob este jugo até recebermos o baptismo); mas se aparece um mais forte e o vence (JESUS CRISTO), tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. Quem não está coMIGO está contra MIM, e quem não junta coMIGO, dispersa.» (Lucas 12,20-23) A escolha é nossa, a possibilidade de sermos felizes com a libertação de JESUS, ou de continuarmos no jugo da espada, como Caim:
«Se fordes dóceis e obedientes, comereis os bens da terra; se recusardes, se vos revoltardes, sereis devorados pela espada. É o SENHOR quem o declara.» (Isaías 1,19)
Mas DEUS nunca desiste da Sua criatura e espera sempre que Caim retorne a ELE: «Porventura ME hei-de comprazer com a morte do pecador - oráculo do SENHOR DEUS - e não com o facto de ele se converter e viver?» (Ezequiel 18,23) É isso mesmo que o SENHOR diz a Caim:
O SENHOR disse a Caim: «Porque estás zangado e de rosto abatido? Se procederes bem, certamente voltarás a erguer o rosto; se procederes mal, o pecado deitar-se-á à tua porta e andará a espreitar-te. Cuidado, pois ele tem muita inclinação para ti, mas deves dominá-lo.»
Caim não escutou DEUS, como há muitos no mundo que não O querem escutar (a voz da sua consciência), porque querem continuar no grande engano que é a vida de pecador (vício do pecado; como o vício da droga, sabe que faz mal e destrói, mas volta sempre ao engano).
Caim disse a Abel, seu irmão: «Vamos ao campo.» Porém, logo que chegaram ao campo, Caim lançou-se sobre o irmão e matou-o.
Diz a SAGRADA ESCRITURA: «Não matarás» (Êxodo 20,13). «Matar» não se refere só à violência contra o corpo, mas também contra a alma: o escândalo, por exemplo, que consiste em sermos causa premeditada de pecado para o outro, quando o pecado é grave, mata a alma do escandalizado. Depois do mal, vem a cruz e os remorsos, a voz da consciência contra Caim:
O SENHOR disse a Caim: «Onde está o teu irmão Abel?» Caim respondeu: «Não sei dele. Sou, porventura, guarda do meu irmão?» O SENHOR replicou: «Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra até MIM. De futuro, serás amaldiçoado pela terra, que, por causa de ti, abriu a boca para beber o sangue do teu irmão. Quando a cultivares, não voltará a dar-te os seus frutos. Serás vagabundo e fugitivo sobre a Terra.»
Assim acontece, e a história registra, em particular, na SAGRADA ESCRITURA, quando se despreza a LEI DE DEUS tem sempre um efeito mau... A CRIAÇÃO, reagindo contra o agressor, traz a cruz.
Caim disse ao SENHOR: «A minha culpa é excessivamente grande para ser suportada. Expulsas-me hoje desta terra; obrigado a ocultar-me longe da Vossa FACE, terei de andar fugitivo e vagabundo pela Terra, e o primeiro a encontrar-me matar-me-á.» O SENHOR respondeu: «Não! Se alguém matar Caim, será castigado sete vezes mais.»
O convite à conversão de Caim, DEUS fê-lo acima e Caim não aceitou. Mas, mesmo que Caim não se queira arrepender, continua a valer a LEI DE DEUS, «não matarás», para todos, Caim ou Abel.
Este sinal é explicado pela parábola do trigo e do joio, tem a ver com os anjos do SENHOR, que certamente, se indignam com as ofensas do mundo - as ofensas de Caim -, mas obedientemente não actuam, como gostariam de actuar contra Caim, pelo seu amor a DEUS (e têm poder para isso, para dominar todo este universo visível que entusiasma os físicos). Como diz JESUS, na parábola, isso é para o dia do Juízo Final. Ou seja, DEUS continuará a padecer as ofensas de Caim até ao dia do Juízo. E para Caim também DEUS não permite que se pratique violência contra ele. DEUS também continuará a esperar que Caim se torne Abel.
Caim afastou-se da presença do SENHOR e foi residir na região de Nod, ao oriente do Éden.
O pecado nos afasta da presença de DEUS... Caim, enquanto Caim, vive longe de DEUS. Façamos um resumo sobre a oferta que agrada e desagrada a DEUS:
A oblação daquele que sacrifica bens mal adquiridos é imunda,
e os presentes dos homens injustos não são agradáveis a DEUS.
O ALTÍSSIMO não aprova as dádivas dos ímpios.
Quem tira a um homem o pão do seu trabalho,
é como quem mata o seu próximo;
e derrama sangue o que defrauda o salário do operário.
Aquele que se mostra generoso oferece flor de farinha,
e o que usa de misericórdia oferece um sacrifício de louvor.
Fugir do mal é o que agrada ao SENHOR,
e quem fugir da injustiça obtém o perdão dos pecados.
A oblação do justo enriquece o Altar,
e o seu perfume sobe ao ALTÍSSIMO.
O sacrifício do justo é aceitável,
a sua memória não será esquecida.
Dá glória a DEUS com generosidade
e não regateies as primícias das tuas mãos.
Faz todas as tuas oferendas com semblante alegre,
consagra os dízimos com alegria.
Dá ao ALTÍSSIMO, segundo o que ELE te tem dado;
dá com ânimo generoso, segundo as tuas posses,
porque o SENHOR retribuirá a dádiva,
recompensar-te-á de tudo, sete vezes mais.
Não procures corrompê-l'O com presentes,
porque não os aceitará;
não te apoies num sacrifício injusto.
Pois o SENHOR é um juiz, e não faz distinção de pessoas.
Aquele que adora a DEUS com alegria será bem recebido,
e a sua oração chegará até às nuvens.
(Sir 34,18,22; 35,2-3.5-12.16)
O que podemos oferecer a DEUS, que não tenhamos recebido de DEUS? Mas na SANTA MISSA temos essa graça de realmente, em CRISTO, por CRISTO e com CRISTO, oferecermos a DEUS o nosso agradecimento, louvor e adoração. Se a nossa oferta, e da nossa vida toda, tem muito de Caim (desagradável a DEUS), pelo único MEDIADOR entre DEUS e os homens, JESUS CRISTO, e unido, pelo ESPÍRITO SANTO, ao do Seu sacrifício na CRUZ, que se torna presente na SANTA MISSA, torna-se uma oferta infinitamente mais agradável do que a de Abel. E não somos nós os sacerdotes, Abel e/ou Caim, a oferecer, mas JESUS CRISTO que a oferece unida à Sua de valor infinito. Se a oferta do sacerdote Abel - pelos méritos de CRISTO, salvador da humanidade inteira - agradou a DEUS (sem ser em provisão dos méritos futuros de CRISTO, nada poderia agradar a DEUS, nem de Abel, nem de ninguém), quanto mais a oferecida pelo Seu próprio FILHO humanado! Nós participamos desse sacerdócio único de CRISTO, na vida e na liturgia.
Adão conheceu Eva, sua mulher. Ela concebeu e deu à luz Caim, e disse: «Gerei um homem com o auxílio do SENHOR.»
Eva reconhece que o filho é um dom de DEUS e agradece, coisa que o mundo esqueceu.
Depois, deu também à luz Abel, irmão de Caim. Abel foi pastor, e Caim, lavrador. Ao fim de algum tempo, Caim apresentou ao SENHOR uma oferta de frutos da terra. Por seu lado, Abel ofereceu primogénitos do seu rebanho e as suas gorduras. O SENHOR olhou com agrado para Abel e para a sua oferta, mas não olhou com agrado para Caim nem para a sua oferta.
O SENHOR olhou com agrado para Abel e para a sua oferta...
Porque DEUS olhou com agrado para a oferta de Abel e não olhou com agrado para a de Caim? (Independente de serem frutos ou ovelhas... Não vamos nós pensar que DEUS prefere pastores a agricultores.) Podemos sintetizar nisto:
Os presentes dos homens injustos não são agradáveis a DEUS. (Sir 34,18b)
Daí, DEUS não pode olhar com agrado nem para Caim, um injusto, nem para a sua oferta, mesmo que fosse oferta irrepreensível (e se isso fosse possível de um injusto). Notemos que o Mal (e os seus efeitos) já está presente na CRIAÇÃO (e actuando) e que entre DEUS e o pecado não pode haver o mínimo acordo: DEUS é o BEM, origem de todos os bens, e a VERDADE. Diante de DEUS, devemos estar em espírito (pois DEUS é espírito) e verdade (humildade), já dizia JESUS, uma vez que não somos inocentes; nesta atitude de Abel, DEUS nos acolhe com a Sua bondade e misericórdia; e devemos oferecer do melhor que podemos, não só do que temos, as primícias como fez Abel (e não fez Caim), mas também e sobretudo do que somos. E o que somos, senão fracos e nada, diante de DEUS? Mas na humildade de Abel, DEUS nos olha com agrado, enquanto resiste aos soberbos, já diz a SAGRADA ESCRITURA.
Caim não é assim: é orgulhoso, ladrão: na oferta de frutos da terra, não só não são as primícias, talvez sejam as sobras, e até com frutos podres e estragados, pois, na SAGRADA ESCRITURA, temos passagens em que o profeta acusa esse tipo de oferta desonesta a DEUS, como se DEUS não visse. Ora, DEUS vê tudo e, mesmo nos amando e desejando o melhor para nós, não pode olhar para Caim, como olha para Abel, com agrado, porque seria fingir que não há nada de errado em Caim: DEUS estaria a fingir, a viver da mentira..., coisa absolutamente impossível a DEUS. Em DEUS não existe fingimento nem respeitos humanos... «DEUS opõe-se aos soberbos, mas dá a Sua graça aos humildes.» (Tiago 4,6) «O SENHOR é excelso e olha para o humilde, ao soberbo conhece-o de longe.» (Salmo 137,6) «É que vós ofereceis sobre o Meu Altar, diz o SENHOR, alimentos impuros (roubo, mentira, soberba, rancor contra o irmão, etc..., que são os alimentos espirituais impuros) e ainda perguntais: «Em que é que profanámos o Altar?» Pensais que a mesa do SENHOR é coisa desprezível! Quando trazeis animais cegos para o sacrifício (não mais as primícias nem o melhor de nós, mas a desonestidade e o engano), não será isto mau? E quando trazeis animais coxos ou doentes, não será isto mau? Leva-os ao teu governador. Será que isso lhe será agradável? Será que ele te irá receber bem? - diz o SENHOR do universo. (É pois, justo, o que ME ofereceis a MIM, que sou DEUS, infinitamente mais do que o governador que quereis agradar oferecendo do vosso melhor?) E agora (como na oferta de Caim) rogais a DEUS que vos perdoe. Tendo feito tudo isto com as vossas próprias mãos, há-de ELE ouvir-vos favoravelmente? Quem o diz é o SENHOR do universo. Quem há entre vós que feche as portas, para não acenderdes em vão o fogo no Meu Altar? Não tenho em vós nenhuma satisfação - diz o SENHOR do universo - e nenhuma oferta das vossas mãos ME é agradável.» (Malaquias 1,1-10)) A reacção de Caim não foi de espantar, com a rejeição de DEUS:
Caim ficou muito irritado e andava de rosto abatido.
Caim, poderia ter tido uma reacção de arrependimento e mudança, e o SENHOR perdoaria, passaria a olhar com agrado para Caim e a aceitar com agrado a suas ofertas, mas Caim não estava nessa disposição. Notemos, pois, a mensagem teológica de Caim e Abel, que consiste em como eu, tu, a humanidade, o povo, um país, a União Europeia, etc está diante de DEUS: como Abel, assim pede DEUS, que não pode pactuar com a mentira e o mal, ou como Caim?
«Quando levantais as vossas mãos, afasto de vós os Meus olhos; podeis multiplicar as vossas preces, que EU não as atendo. É que as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai da frente dos Meus olhos a malícia das vossas acções. Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem; procurai o que é justo, socorrei os oprimidos, fazei justiça aos órfãos, defendei as viúvas. Vinde agora, entendamo-nos - diz o SENHOR. Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve. Mesmo que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã.» (Isaías 1,15-18)
Esta é a grande tragédia do mundo de Caim, que ainda por cima acusa DEUS dos seus próprios males, causados por eles mesmos, quando DEUS só quer que sejamos como Abel, para nos libertar do Mal. A felicidade está na LEI DE DEUS, o ser humano não foi criado para violá-l'A, pois é a LEI DA CRIAÇÃO e, voltando-se contra ela, a CRIAÇÃO volta-se contra nós. Ninguém foi criado para mentir, matar, ter inveja, etc, nem isso nos pode dar a felicidade, age contra a nossa natureza. É claro que temos, temporariamete, uma natureza decaída pela herança do pecado original, e o Inimigo se aproveita disso, mas temos JESUS CRISTO que é mais forte do que o Inimigo, para nos livrar dele: «Se EU expulso os demónios pela mão de DEUS, então o REINO DE DEUS já chegou até vós. Quando um homem forte e bem armado (o Inimigo) guarda a sua casa (o coração humano), os seus bens estão em segurança (não podemos nos livrar dele, ele é mais forte e inteligente do que nós; esta é a situação de todo o pecador e notemos que já nascemos sob este jugo até recebermos o baptismo); mas se aparece um mais forte e o vence (JESUS CRISTO), tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. Quem não está coMIGO está contra MIM, e quem não junta coMIGO, dispersa.» (Lucas 12,20-23) A escolha é nossa, a possibilidade de sermos felizes com a libertação de JESUS, ou de continuarmos no jugo da espada, como Caim:
«Se fordes dóceis e obedientes, comereis os bens da terra; se recusardes, se vos revoltardes, sereis devorados pela espada. É o SENHOR quem o declara.» (Isaías 1,19)
Mas DEUS nunca desiste da Sua criatura e espera sempre que Caim retorne a ELE: «Porventura ME hei-de comprazer com a morte do pecador - oráculo do SENHOR DEUS - e não com o facto de ele se converter e viver?» (Ezequiel 18,23) É isso mesmo que o SENHOR diz a Caim:
O SENHOR disse a Caim: «Porque estás zangado e de rosto abatido? Se procederes bem, certamente voltarás a erguer o rosto; se procederes mal, o pecado deitar-se-á à tua porta e andará a espreitar-te. Cuidado, pois ele tem muita inclinação para ti, mas deves dominá-lo.»
Caim não escutou DEUS, como há muitos no mundo que não O querem escutar (a voz da sua consciência), porque querem continuar no grande engano que é a vida de pecador (vício do pecado; como o vício da droga, sabe que faz mal e destrói, mas volta sempre ao engano).
Caim disse a Abel, seu irmão: «Vamos ao campo.» Porém, logo que chegaram ao campo, Caim lançou-se sobre o irmão e matou-o.
Diz a SAGRADA ESCRITURA: «Não matarás» (Êxodo 20,13). «Matar» não se refere só à violência contra o corpo, mas também contra a alma: o escândalo, por exemplo, que consiste em sermos causa premeditada de pecado para o outro, quando o pecado é grave, mata a alma do escandalizado. Depois do mal, vem a cruz e os remorsos, a voz da consciência contra Caim:
O SENHOR disse a Caim: «Onde está o teu irmão Abel?» Caim respondeu: «Não sei dele. Sou, porventura, guarda do meu irmão?» O SENHOR replicou: «Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra até MIM. De futuro, serás amaldiçoado pela terra, que, por causa de ti, abriu a boca para beber o sangue do teu irmão. Quando a cultivares, não voltará a dar-te os seus frutos. Serás vagabundo e fugitivo sobre a Terra.»
Assim acontece, e a história registra, em particular, na SAGRADA ESCRITURA, quando se despreza a LEI DE DEUS tem sempre um efeito mau... A CRIAÇÃO, reagindo contra o agressor, traz a cruz.
Caim disse ao SENHOR: «A minha culpa é excessivamente grande para ser suportada. Expulsas-me hoje desta terra; obrigado a ocultar-me longe da Vossa FACE, terei de andar fugitivo e vagabundo pela Terra, e o primeiro a encontrar-me matar-me-á.» O SENHOR respondeu: «Não! Se alguém matar Caim, será castigado sete vezes mais.»
O convite à conversão de Caim, DEUS fê-lo acima e Caim não aceitou. Mas, mesmo que Caim não se queira arrepender, continua a valer a LEI DE DEUS, «não matarás», para todos, Caim ou Abel.
E o SENHOR marcou-o com um sinal, a fim de nunca ser morto por quem o viesse a encontrar.
Este sinal é explicado pela parábola do trigo e do joio, tem a ver com os anjos do SENHOR, que certamente, se indignam com as ofensas do mundo - as ofensas de Caim -, mas obedientemente não actuam, como gostariam de actuar contra Caim, pelo seu amor a DEUS (e têm poder para isso, para dominar todo este universo visível que entusiasma os físicos). Como diz JESUS, na parábola, isso é para o dia do Juízo Final. Ou seja, DEUS continuará a padecer as ofensas de Caim até ao dia do Juízo. E para Caim também DEUS não permite que se pratique violência contra ele. DEUS também continuará a esperar que Caim se torne Abel.
Caim afastou-se da presença do SENHOR e foi residir na região de Nod, ao oriente do Éden.
O pecado nos afasta da presença de DEUS... Caim, enquanto Caim, vive longe de DEUS. Façamos um resumo sobre a oferta que agrada e desagrada a DEUS:
A oblação daquele que sacrifica bens mal adquiridos é imunda,
e os presentes dos homens injustos não são agradáveis a DEUS.
O ALTÍSSIMO não aprova as dádivas dos ímpios.
Quem tira a um homem o pão do seu trabalho,
é como quem mata o seu próximo;
e derrama sangue o que defrauda o salário do operário.
Aquele que se mostra generoso oferece flor de farinha,
e o que usa de misericórdia oferece um sacrifício de louvor.
Fugir do mal é o que agrada ao SENHOR,
e quem fugir da injustiça obtém o perdão dos pecados.
A oblação do justo enriquece o Altar,
e o seu perfume sobe ao ALTÍSSIMO.
O sacrifício do justo é aceitável,
a sua memória não será esquecida.
Dá glória a DEUS com generosidade
e não regateies as primícias das tuas mãos.
Faz todas as tuas oferendas com semblante alegre,
consagra os dízimos com alegria.
Dá ao ALTÍSSIMO, segundo o que ELE te tem dado;
dá com ânimo generoso, segundo as tuas posses,
porque o SENHOR retribuirá a dádiva,
recompensar-te-á de tudo, sete vezes mais.
Não procures corrompê-l'O com presentes,
porque não os aceitará;
não te apoies num sacrifício injusto.
Pois o SENHOR é um juiz, e não faz distinção de pessoas.
Aquele que adora a DEUS com alegria será bem recebido,
e a sua oração chegará até às nuvens.
(Sir 34,18,22; 35,2-3.5-12.16)