TP 6,3 A (Salt.: sem II)
Terça-Feira da semana 6 do Tempo Pascal.
Santo Agostinho de Cantuária, Bispo
*** *** ***
Todo este assunto, desde o início, encontra-se
AQUI.
*** *** ***
Da Vossa bondade, SENHOR, está cheia a Terra: ensinai-me os Vossos decretos. Estabelecestes as Vossas ordens com justiça e com verdade perfeita. A Vossa justiça é justiça eterna e firme a Vossa LEI. (Salmo CVIII, 64.142)
Termino, com a 5ª via, o resumo de como se fez a demonstração da existência de DEUS pelas 5 vias de São Tomás de Aquino, o maior filósofo de todos os tempos. A sra. Razão e ao sr. Bom Senso nunca tiveram razão de queixa deste filósofo.
A 5ª via parte de que os nossos sentidos conferem que existe uma ordem na CRIAÇÃO, é um facto. Tudo que é ordenado, está ordenado para um fim, exige uma inteligência. O fim requer saber dele, ter consciência dele, haver uma intenção. Mas aqui estamos a olhar, não, para um automóvel, por exemplo, ordenado pela inteligência humana para o seu transporte e transporte de coisas, mas para a CRIAÇÃO inteira, onde verificamos haver uma ordem. Isso só explica pela existência de DEUS.
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
A INTELIGÊNCIA ORDENADORA E CRIADORA
5ª Via
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
TESE: Pela ordem existente no universo demonstra-se a existência de DEUS, como INTELIGÊNCIA ordenadora e criadora.
Isto é óbvio! Há um ordem. Se não houvesse, também nada poderia existir e subsistir, não poderiam haver leis, nem conhecimento, nem ciência. Não poderia estar a escrever isto nem dizer «etc», etc.
A ordem não é senão a forma científica e filosófica da prova mais acessível, mais universal e mais impressionante pela qual a humanidade toda, no raciocínio espontâneo de todos, como na reflexão das suas maiores inteligências, ao contemplar a grandiosidade da maravilhosa arte da natureza, viu logo a necessidade de uma INTELIGÊNCIA ordenadora, o PRIMEIRO ARTISTA do Cosmos.
Por isso, faço aquilo que certos programas dominicais sobre natureza não fazem:
Aleluia!
Louvai ao SENHOR do alto dos céus; louvai-O nas alturas!
Louvai-O, todos os Seus anjos; louvai-O, todos os Seus exércitos celestes!
Louvai-O, Sol e Lua; louvai-O, estrelas luminosas!
Louvai-O, alturas dos céus e águas que estais acima dos céus!
Louvem todos o NOME do SENHOR.
Porque ELE deu uma ordem e tudo foi criado;
ELE fixou tudo pelos séculos sem fim
E estabeleceu leis a que não se pode fugir!
Da terra, louvai o SENHOR; monstros do mar e todos os abismos;
Fogo e granizo, neve e neblina; vento tempestuoso, que obedece à Sua PALAVRA;
Montanhas e todas as colinas; árvores de fruto e todos os cedros;
Feras e todos os rebanhos; répteis e aves que voam!
Louvai-O, reis do mundo e todos os povos;
Todos os chefes e governantes do mundo;
Os jovens e as donzelas, os velhos e as crianças!
Louvem todos o NOME do SENHOR.
Pois só o Seu NOME é sublime e a Sua GLÓRIA está acima do CÉU e da Terra!
ELE engrandeceu a força do Seu POVO,
ELE é a honra de todos os Seus fiéis,
Dos filhos de ISRAEL, Seu POVO eleito.
Aleluia!
(Salmo CXLVIII)
ELE deu uma ordem e tudo foi criado.
Estabeleceu leis a que não se pode fugir!
Procurar fugir delas - sejam leis físicas, sejam leis morais - tem como efeito o mal, a desordem que se vê no mundo e que tantas misérias sociais traz.
Antes de continuar no assunto, cabe observar o que significa «Aleluia!». Isto porque a sra. Ignorância costuma se aproveitar de tudo para ofender a DEUS. Ouvir uma música em que o «aleluia» está presente não significa necessariamente uma música de louvor a DEUS, pode ser até uma blasfémia (e mais uma agressão também aos que amam DEUS). «Aleluia!» significa somente isto: «Louvai o SENHOR!» Tal como o papagaio, que até pode emitir esses sons, não louva a DEUS - mesmo que cante «aleluias» - o que vive dependente da mentira e escravo do Mal.
Antes de continuar no assunto, cabe observar o que significa «Aleluia!». Isto porque a sra. Ignorância costuma se aproveitar de tudo para ofender a DEUS. Ouvir uma música em que o «aleluia» está presente não significa necessariamente uma música de louvor a DEUS, pode ser até uma blasfémia (e mais uma agressão também aos que amam DEUS). «Aleluia!» significa somente isto: «Louvai o SENHOR!» Tal como o papagaio, que até pode emitir esses sons, não louva a DEUS - mesmo que cante «aleluias» - o que vive dependente da mentira e escravo do Mal.
ENUNCIADO DO ARGUMENTO:
a) A quinta via procede do governo das coisas. - Pois vemos alguns seres desprovidos de conhecimento, isto é, os corpos naturais, agem em vista de um fim: o que se deduz do facto de agirem eles sempre ou muito frequentemente do mesmo modo e de conseguirem o que é óptimo; donde se vê que chegam ao fim não por acaso, mas por uma intenção.
Mas haver um intenção - a água serve para tantas coisas! Lavar, cozinhar, saciar a sêde - requer haver uma inteligência ordenadora, que não está presente nos seres desprovidos de conhecimento, como a água...
Ora os seres desprovidos de conhecimento não tendem ao fim senão dirigidos por alguém que tenha conhecimento e inteligência...
Analogia: Um carro, fabricado por homens, tem por fim transportar pessoas e coisas.
Logo existe um ser inteligente, pelo qual todas as coisas naturais são ordenadas ao fim. E a este ser chamamos DEUS. (Santo Tomás, I, q. 2, a. 3)
b) Vemos que os seres da natureza agem por um fim e conseguem fins úteis e certos. Carecendo, porém, de inteligência, não podem dirigir-se a si mesmos, a não ser que sejam dirigidos e movidos por algum dirigente com inteligência. Daí provém que o próprio movimento das coisas naturais para um fim certo é sinal da existência de algo mais elevado, que governa estas coisas naturais e as dirige para o seu fim. E como é o curso todo da natureza que é orientada e procede ordenadamente para um fim, devemos necessariamente pôr algo de mais elevado, que dirija (tudo) isso e o governe como SENHOR: e este algo é DEUS. (Santo Tomás, Lectura in Evangelium Joannis, Prologus).
Isto é:
Existe realmente no mundo, em seres que não têm inteligência, uma ordem elevada, obtida de um modo constante ou muito frequente, com um número incalculável de elementos diversos, cuja natureza é indiferente para esta ou aquela combinação. (I)
Ora, a) uma tal ordem exige uma intenção finalista (II);
b) e uma intenção finalista exige necessariamente uma inteligência (III).
Logo existe uma inteligência ordenadora do mundo.
Mas tal inteligência, para explicar totalmente a ordem, deve ser subsistente por si mesmo (não deve a razão da sua existência a nenhum outro ser), infinita e criadora: o que convém somente ao SER que chamamos DEUS (IV).
Logo existe DEUS, como INTELIGÊNCIA ordenadora e criadora.
*** *** ***
A organização complexa, objectivando um fim, exige uma inteligência ordenadora. (R. Jolivet - Curso de Filosofia - Editora Agir - Petrópolis - RJ - Brasil)
Mas só pode ser uma INTELIGÊNCIA infinita, DEUS.
A explicação dada pelo Padre Pedro Cerruti SJ é muito extensa, muitas páginas, e tão clara que se torna compreensível mesmo para quem não tenha conhecimento de Filosofia, tornando-se até agradável a leitura. Vale a pena encomendar ou comprar o livro:
A Caminho da Verdade Suprema, Padre Pedro Cerruti SJ, Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Mostra com clareza porque a ordem do mundo só, e somente só, se pode explicar pela existência de DEUS. Levanta as objecções, entre elas, a absurda e irracional objecção da ordem ter vindo do acaso. O que caracteriza o acaso é a rebeldia que dá origem à desordem. Como pode a ordem originar-se da inconstância e da irregularidade, que são as características do acaso? Impossível.
O acaso pode, a rigor, explicar - mas com probabilidade rara - uma ordem acidental e parcial, mas não - nunca! - uma ordem que governa inumeráveis casos (UM) e que se perpetua (DOIS), seja no interior dos seres, seja nas sua relações mútuas, com uma constância invariável.
Pedro Cerruti SJ, no seu livro a 3 volumes, estamos no segundo volume, vai mencionar as vias particulares de prova da existência real de DEUS: limitações da matéria, a origem da vida, os instintos dos animais, a natureza humana são vias particulares para dizer que DEUS existe.
TESE: Pela existência da matéria com a sua limitação, suas energias e seus movimentos determinados, pela origem da vida sobre a Terra, pelos instintos admiráveis dos animais, pela natureza do homem, demonstra-se a existência de DEUS, como CAUSA e INTELIGÊNCIA criadora.
Cabe notar que se costuma associar anjos - que pertencem à realidade invisível, a espiritual - com energias. Isso é errado, uma confusão. A energia tem a ver com a realidade material, o mundo dos átomos. Os anjos (e a alma humana) não são energias, mas criaturas espirituais; os anjos, espíritos puros, ao contrário do homem que, neste vida de passagem, possui um corpo material.
O assunto é extenso, mas vale a pena ler como foi demonstrada as vias particulares.
Há ainda o argumento etnológico: todos falam de DEUS em todos os tempos, em todas as culturas, raças e lugares.
ARGUMENTO ETNOLÓGICO: Em todos os tempos e em todos os lugares, o género humano admitiu a existência de um SER supremo. Ora, uma tal persuasão, assim constante (em todos os tempos) e universal (em toda a parte e cultura), só pode encontrar a sua razão suficiente numa exigência natural e no exercício normal da razão humana. Logo, o consenso universal do género humano:
a) directamente, prova a existência de argumentos fáceis para demonstrar a existência de DEUS; e
b) indirectamente, prova a existência mesma de DEUS, pois, quando a razão procede segundo a sua natureza, o juízo a que chega é certamente verdadeiro.
O facto do consenso universal é atestado pela Etnologia. Como já disse, fruto do trabalho de jovens alemães, vou apresentar o pensamento de pessoas que ficaram na história - amando ou odiando DEUS - que dão esse testemunho, com o seu pensamento, da existência de DEUS. Hoje, em nome de uma coisa esquesita e estranha ao género humano, o laicismo, até censuraram DEUS.
Depois disso, volto ao livro do Padre Pedro Cerruti SJ, para falar de religião e apresentar as teses sobre o assunto.
Aleluia! (Louvai o SENHOR!) E até amanhã, se DEUS quiser!