quarta-feira, 20 de julho de 2016

03 Quem como DEUS? (38)

TC 16,4 C (Salt.: sem IV)
Quarta-Feira da semana 16 do Tempo Comum.

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Todo este assunto, desde o início, encontra-se


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Termino o assunto «Todos pensam que DEUS existe». Estamos a ver o que o senso comum tem a dizer sobre a existência de DEUS, o que o homem de todos os tempos e de todos os lugares - universalidade - diz sobre a existência de DEUS. Não deixa de ser curioso que a própria Serpente antiga, o príncipe deste mundo, até tentou e continua a tentar o homem a tomar o lugar de DEUS, que só a DEUS, por justiça e efectivamente, real e verdadeiramente, cabe. Também a Serpente sabe que DEUS existe... Tantas torres de Babel, sempre destinadas a ruir; tantos sofrimentos e injustiças, tanta maldade e desordens no mundo por causa de se pretender tomar o lugar de DEUS, que só a DEUS cabe.

O facto de não se poder provar algo, de não poder explicar algum conhecimento que se tem de algo, não ter a sua compreensão, não significa que não se pode ter a certeza, porque não são as provas, mas a evidência (intrínseca, isto é, aquela que não vem de uma autoridade, mas do exercício da inteligência, que vê a conexão de um sujeito com um predicado) que nos dá a certeza de estar certo esse conhecimento que temos. A evidência (intrínseca) é o critério da certeza e não alguma prova. Podendo provar, será um conhecimento com ciência, isto é, com entendimento (compreensão), que pode explicar porque é assim, e, se antes não houvesse a evidência que dá a certeza, passa a tê-la com esse conhecimento mais perfeito, mas há muitos, dos que o senso comum tem - que são até a maioria deles -, que não precisam de ir mais adiante - a prova -, para saber ser certo tal conhecimento.

A expressão "provas" da existência de DEUS traz consigo muitas vezes uma certa insegurança e pode provocar confusão (no mundo de hoje). Isto explica-se pelo facto de que, após a Revolução Francesa, este conceito sofreu um empobrecimento de significado.

Cabe observar o seguinte, para quem não conheça História da Filosofia, para compreender a razão (ideológica) de tal empobrecimento, pois poderia pensar-se, pelos que os jovens dizem neste trabalho, que isso, sobre provas, depende de subjectivismos ideológicos e de abuso dos poderosos deste mundo em impor alguma ideologia:

1. Não foi a razão natural (argumentos racionais), mas um "decreto-lei" (do poder vigente (e que continua actual)) que impôs tal empobrecimento (tal mentira); e
2. Por detrás, está o desejo, inconfessável, e consciente ou não, de se negar as provas da existência de DEUS. Provas válidas, mas pelo decreto ficam (embora ilegitimamente) excluídas (fazendo de conta que não são provas, não convém...).

Procurou-se negar as provas, mas não havia argumentação para tal, nenhuma das objecções levantadas às provas - e foram muitas! - tiveram sucesso. Nenhuma dessas objecções eram verdadeiras, eram falsas objecções, e, assim, não se podia negar as provas, a menos que... Já que não era possível negar essas provas, veio o decreto.

O "decreto-lei", que continua em vigor, já podia dizer que nada foi provado sobre a existência de DEUS, o que é mentira. Claro que o senso comum, que nem precisa de provas, não ligou para o decreto, nem as provas que foram feitas - que não depende de opiniões e decretos - ligaram para o decreto.

Por "prova", designava-se geralmente um processo que levava a um determinado conhecimento. (...) Devia chegar-se à "prova"  exclusivamente através de um método dedutivo, isto é, o raciocínio devia partir de hipóteses que o levam a chegar à verdade de uma afirmação usando as regras de inferência.

O método indutivo utilizado pelas ciências naturais, que parte da realidade física, foi portanto ignorado pelos ideólogos da Revolução Francesa.

Não se pode provar, como se viu porquê, que DEUS existe pelo método «ad priori» (dedutivo, do geral para o particular). A nossa inteligência é finita e DEUS, infinito. Podemos conhecer, mas não podemos compreender DEUS com a nossa inteligência, a não ser por analogia, partindo do particular, para generalizar (indução): vemos coisas belas na CRIAÇÃO (efeito) e o AUTOR (CAUSA) só pode ser INFINITA BELEZA (a BELEZA INCRIADA de Santo Agostinho!). O decreto-lei excluiu a validade das provas feitas por este método, «ad posteriori», do raciocínio indutivo. Mas adianta alguma coisa, vai mudar a realidade das coisas?

Se houver uma lei dos homens, daquelas em que se pretende tomar o lugar de DEUS, a dizer que uma rosa de plástico é verdadeira rosa, vai passar a ser uma rosa? A realidade e verdade das coisas depende apenas do CRIADOR, e isso é até imediatamente óbvio. As leis e ideologias dos homens não mudam, nem podem mudar a realidade, só se pode ver as consequências de se querer o impossível, tomar o lugar de DEUS. Alguém pode dizer que ele é que decide se, ao colocar o dedo em água a ferver, vai ou não vai queimá-lo. Decide coisa nenhuma! Se colocar o dedo em água a ferver, vai queimar o dedo. Não adianta o orgulho dizer que não é pecado o que é pecado, mentir dizendo que a consciência de nada o acusa, porque os efeitos serão inevitáveis. O homem é livre, mas no mau uso da liberdade pode desprezar as leis, físicas e morais, da CRIAÇÃO, mas não pode evitar os efeitos sempre maus dessa violação. O uso da liberdade pode ser uma perversidade. A liberdade é um dom de DEUS para as criaturas inteligentes e, por isso, um bem, mas que mal usado tal bem pode se tornar, no uso, um mal. A liberdade - como qualquer bem, dom de DEUS - não é um deus. Tornado um ídolo pelas ideologias é um verdadeiro disparate, só DEUS é DEUS.

O método indutivo - o usado para provar a existência de DEUS - é conhecido e usado pelo homem moderno sempre que tem de tomar decisões no campo da técnica ou no campo do científico.

Este facto explica porque precisamente os cientistas tenham mais facilidade em chegar ao conhecimento de DEUS (embora não o possam provar pela sua ciência, só na Filosofia, não duvidam, seria irracional!...) e que os ideólogos antiteístas rejeitem, de comum acordo, o método indutivo, que poderia destruir a sua (pseudo-) argumentação.

Até a Matemática, uma ciência formal, que demonstra os teoremas pelo método dedutivo por excelência, usa o método indutivo para provar alguns dos seus teoremas, sem o qual não seria possível a prova. Sendo uma ciência dedutiva, nem por isso deixa de recorrer, quando precisa, ao raciocínio indutivo e, na verdade, os dois tipos de raciocínios estão "intimamente" ligados no raciocínio humano (método analítico e método sintético são inseparáveis).

O método indutivo é o que a SAGRADA ESCRITURA ensina ao homem, para descobrir porque DEUS existe, ao contemplar a CRIAÇÃO (a natureza), a IGREJA recomenda e a Filosofia usou-o para provar que DEUS existe. Sem tal método, não seria possível o conhecimento científico. Não foi por raciocínio dedutivo - este veio depois - que se descobriu a força da gravidade. Nunca ninguém viu a força da gravidade (causa), mas conhece muito bem o seu efeito: queda dos corpos. Desprezar essa lei física pode ser bem doloroso... Desprezar a LEI NATURAL - pecar - é sempre doloroso, mesmo que não se veja no primeiro momento, mesmo que o orgulho negue estar a ver (dá outras "explicações"), é sempre doloroso para o próprio e para a sociedade.

Diz-se que a avestruz, diante do perigo, procura enterrar a cabeça na terra para não ver a ameaça. Vai livrar-se do mal que a ameaça, tapando os olhos? Que adianta andar à procura de desculpas para dizer que DEUS não existe? Vai DEUS deixar de existir por causa disso? Não seria melhor o antiteísta procurar humildemente DEUS e a Sua misericórdia? Porque só temos esta vida para isso.

Os antiteístas preferem limitar as provas à dedução - ao raciocínio dedutivo «ad priori» -, pois esta pode orientar-se por uma idéia pré-concebida, por um desejo, uma mentira desejável. É fácil, a partir daí, arranjar "provas", segundo os seus desejos, mesmo que ofendam o senso comum e a ciência, já que não precisam de conferir com a realidade e verdade das coisas, parecendo até ser científico. Não está até na moda esse tipo de "prova" no século XXI? Provas para justificar mentiras injustificáveis!

Para terminar, vejamos o que diz Edith Stein, filósofa judia que buscava a verdade:

Os que procuram a verdade, procuram a DEUS, quer o admitam quer não.

Porque DEUS é a VERDADE. Quem não procura DEUS - que SE deixa encontrar por quem O procura -, está à procura da mentira.

Vejamos o que diz o grande psicanalista Carl Gustav Jung:

... Se, como a experiência ensina, a alma não possuísse valores sublimes, a Psicologia não me interessaria absolutamente nada, porque a alma não seria mais que uma fumaça bastante pobre. Sei, pela minha vasta experiência, que ela é muito mais do que isso. A alma contém uma correlação de tudo aquilo que o dogma formulou e, além disto, tem ainda mais algumas características que a tornam capaz de ser o órgão visual que está predestinado para ver a LUZ. Para isso, é preciso ter uma intenção incomensurável e uma profundidade imensa. Alguns dizem que deifiquei a alma. Não fui eu, mas DEUS que a deificou. Não fui eu que lhe atribuí uma função religiosa. Eu somente expus os factos que provam que a alma é "naturaliter" religiosa, isto é, que ela tem uma função religiosa: uma função que não foi inventada ou interpretada por mim, mas que ela própria produz, sem se deixar levar por qualquer tipo de opinião ou insinuação. (Ou lavagem cerebral! Será sempre inútil...)

A alma contém uma correlação de tudo aquilo que o dogma (REVELAÇÃO) formulou e, além disto, tem ainda mais algumas características que a tornam capaz de ser o órgão visual que está predestinado para ver a LUZ.

Verá a LUZ (DEUS), seu fim - o fim do homem, sem o qual não será feliz e realizado - na ressurreição dos corpos dos justos. O homem possui esta vida passageira para fazer a sua livre opção.

A alma humana é, por sua própria natureza, religiosa, como Carl Gustav Jung reconhece com a plena certeza que vem do senso comum sobre DEUS. Aliás, o religioso é o que há de mais importante para o homem (se realizar) mesmo que, quando alienado ou sob o jugo de ideologias ou preconceitos, não tome quase consciência disso. Por isso, porque não há nada de mais importante para o homem que DEUS (religião), querer o poder temporal que não se leve em conta, é absurdo e só pode trazer o mal à sociedade.

Em países onde se fizeram, durante longos anos, lavagens cerebrais aos habitantes mentindo sobre DEUS, não conseguiram - porque não é possível mesmo - que as pessoas esquecessem dessa que é a aspiração mais profunda e acima de todas de todos os seres humanos, ver DEUS.

Isto porque, como diz Carl Jung:

Eu somente expus os factos que provam que a alma é "naturaliter" religiosa, isto é, que ela tem uma função religiosa: uma função que não foi inventada ou interpretada por mim, mas que ela própria produz, sem se deixar levar por qualquer tipo de opinião ou insinuação.

(Uma função que não foi inventada ou interpretada por mim, mas que ela própria produz, sem se deixar levar por qualquer tipo de opinião ou insinuação.)

É próprio da natureza humana:

Ela própria produz, sem se deixar levar por qualquer tipo de opinião ou insinuação.

É a certeza dada pelo senso comum e, em relação a DEUS (à religião), não há certeza maior do que esta, que vem do senso comum, comparado com as que o senso comum tem sobre outros assuntos do conhecimento humano. Nenhuma supera esta certeza de DEUS, a Sra. História é testemunha disso mesmo.

Até amanhã, se DEUS quiser!

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