TC 19,6 C (Salt.: sem III)
Sexta-Feira da semana 19 do Tempo Comum.
Santa Joana Francisca de Chantal, religiosa, mf
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Suponhamos que seis homens procurassem dominar outro, para o obrigar a lançar fogo na floresta. Dois deles agarram na sua mão e o obrigam, contra a sua vontade, a fazer isso. Todos concordamos que esse homem não é o responsável pelo fogo, mas aqueles seis homens. Ele foi obrigado a ir contra a sua vontade.
Esta analogia é só para compreendermos o que significa uma possessão diabólica: a pessoa possuída pelo espírito do Mal não tem domínio nenhum sobre o seu corpo e é obrigada a fazer o que não quer. Uma pessoa nessa situação sofre - também vergonha, quando é obrigada a actos vergonhosos -, mas moralmente não é culpada de nada, por mais horroroso que tenha sido o que o seu corpo foi obrigado a fazer, contra a sua vontade. Aos olhos de DEUS não cometeu a mais leve falta.
O caso de possessão diabólica é um caso extraordinário da acção do Maligno, mas talvez seja mais comum nestes tempos onde o pecado do mundo é gravíssimo: quanto maior o pecado social, mais o espírito do Mal pode actuar, directa ou, no caso mais comum, indirectamente, através dos homens que estão sob o seu domínio - através da tentação - tendo efeitos na sociedade e no meio ambiente.
A intervenção ordinária do Maligno neste mundo é através da tentação, e já faz mal imenso ao usar aqueles que estão sob o seu influxo pela vida de pecado. As intervenções extraordinárias são as possessões, as infestações (assédios) e obsessões. Pode actuar na natureza e sobre uma animal para o enfurecer e atacar alguém, etc. Não vou perder tempo com isto, é só para chamar a atenção que o demónio pode também intervir extraordinariamente no homem ou nas coisas (exterior ao homem, como a natureza, os animais, ...) com o fim perverso de causar o mal.
Tenho ouvido falar que por detrás dos fogos em Portugal há interesses económicos e outros, todos eles criminosos. Cabe às autoridades apurar, mas há o piromaníaco, uma pessoa doente, psicologicamente, com tendência a lançar fogo.
Adoentado ou não tão adoentado, por detrás de tudo está sempre o pecado como causa primeira: quando não é o caso da possessão, é o caso da doença que o pecado causou - também o pecado social - e o caso de não conseguir resistir a alguma tentação, porque a vida sob o jugo do pecado enfraquece a vontade própria. No caso do piromaníaco, pelo perigo que representa, devia estar internado.
No caso de irresponsabilidade, por exemplo, temos quem usa o fogo, não para ateá-lo à floresta, mas para queimar lixo. O que irresponsavelmente joga lixo e vidros na floresta; o vidro pode criar um foco solar e atear fogo. E tantos outros casos de irresponsabilidade, já temos crime, embora a intenção não tenha sido atear fogo à floresta. Quando falo em crime, nem penso na justiça humana, que até aprova o crime, mas na justiça de DEUS, pela qual todos e tudo será julgado (com misericórdia para quem buscou o perdão de DEUS. JESUS, na CRUZ, viabilizou esse perdão para todos os homens de todos os tempos).
Crime hediondo é quem faça isso por algum interesse, económico ou outros, porque põe em risco a vida das pessoas, dos seus bens, do seu emprego, além de destruir o ambiente natural tão importante para o homem.
Há uma mensagem da SAGRADA ESCRITURA - a história é testemunha histórica -, que revela que, quando o homem se afasta de DEUS, fica exposto a todo tipo de mal, e tal mal afecta sempre o outro, tem sempre um efeito social. O pecado afasta o homem de DEUS e da Sua bênção e protecção, além de destruir a fé, tão necessária para pedir favores a DEUS. Permite, como efeito disso, que o espírito do Mal actue mais neste mundo.
Mas estará esta sociedade preparada para saber sobre a culpa de alguém, quando faz coisas horrorosas? No caso de possessão, nenhuma culpa, e em todos os outros casos, uns mais graves do que outros, não haverá também uma culpa social?
Quando acontecem essas coisas, anda-se também sempre à procura de culpados de uma forma irreflectida, pois pode causar grave injustiça: é muito mais fácil saber, mas só depois de ter acontecido, o que se devia ter feito, e não se fez, mas antes de ter acontecido talvez não fosse tão óbvio assim. Dizem que as autoridades da Madeira deviam ter pedido ajuda há mais tempo. De facto, após o acontecido, já se sabe que seria melhor. Mas estaria tão claro assim antes do acontecido? Antes do acontecido, tudo fazia crer que o fogo já estava dominado, ninguém estava a prever o que iria acontecer depois, relativo a um vento de comportamento tão estranho, como esse que actuou na Madeira e no Continente.
Um bom DOMINGO, o primeiro dia da semana em todas as civilizações e configurações regionais, e até amanhã, se DEUS quiser!
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