Apresento um filósofo, para mim, o maior do século XX, Jacques Maritain, e uma grande músico compositor, Franz Schubert.
Começando com Schubert, ele compôs um cântico que revela o seu grande a amor por DEUS, «DEUS de eterna glória». Só DEUS o sabe, mas desconfio ter Schubert alcançado o dom da santidade, este cântico parece revelar isso:
DEUS de eterna glória,
DEUS de eterna vida,
DEUS Omnipotente,
SANTÍSSIMA TRINDADE.
(pausa)
DEUS imenso e forte,
DEUS eterno e bom. («Bom» é a nota de duração mais longa...)
(pausa)
Reinará no mundo,
Reinará para sempre.
Para mim, quando Schubert coloca «bom» como a nota musical de mais longa duração, quer enfatizar este aspecto de DEUS, no início desta tão bela composição. Ouvindo-se o cântico, compreende-se melhor um pouco dos sentimentos de Schubert, quando ele compôs isto.
Jacques Maritain não segue a moda relativista de chamada filosofia moderna. Com argumentação racional - no lugar de meras opiniões (a opinião, não, como um meio para a busca da verdade, mas como um fim em si mesmo, é a doença da filosofia moderna) - vai mostrando onde se encontram os desvios do pensamento humano moderno. A Filosofia não é uma mera sabedoria, no sentido do agir bem, como se poderia pensar, mas uma verdadeira ciência, na verdade, mais ciência que as ciências das segundas causas: é a ciência das primeiras causas.
A Filosofia é uma sabedoria que consiste em conhecer.
Tudo que mencionar a partir daqui tem referências do livro «Introdução Geral à Filosofia» de Jacques Maritain, editora Agir, Petrópolis, Brasil.
Conhecer como? Conhecer no sentido pleno e perfeito da palavra, isto é, com certeza, e podendo dizer que a coisa é tal e não pode ser de outro modo, conhecer pelas causas. A investigação das causas é, com efeito, a grande tarefa dos filósofos, e o conhecimento de que se ocupam não é um conhecimento simplesmente provável, como o que proporcionam os oradores nos discursos; é um conhecimento capaz de exercitar a inteligência, como os que os geómetras proporcionam pelas suas demonstrações. Mas o que se entende por conhecimento certo pelas causas? É o conhecimento que se chama de ciência. A Filosofia é uma ciência.
Em relação à Teologia natural (ou Teodicéia), que é a parte mais elevada e coroa da Filsofia, por ter relação com DEUS - Teologia Natural para se distinguir da revelada; a natural não precisa da revelação para falar sobre DEUS, basta a razão, a luz natural da razão. Diz Maritain:
As primeiras questões que a Teologia natural tem que discutir são evidentemente aquelas que dizem respeito à própria existência de DEUS.
Lembra Maritain que a existência de DEUS não é imediatamente evidente para nós. A evidência é o critério da certeza para qualquer conhecimento humano, científico ou não. Se a existência de DEUS fosse imediatamente evidente, não precisaria de ser demonstrada, é isso que Maritain nos quer dizer, quando diz não ser a existência de DEUS imediatamente evidente. Portanto, para ter a certeza sobre a existência de DEUS, é preciso demonstrar. E essa demonstração foi feita por São Tomás de Aquino.
O espírito só pode escolher, diz Maritain, como tão bem nos mostra a história da filosofia o verdadeiro DEUS ou o absurdo absoluto. (O que não é racional, que é irracional aceitar, acrescento eu)
Diz Maritain que, além do problema da existência de DEUS, que é o primeiro deles, deve também a Teologia natural estabelecer o modo de conhecimento pelo qual DEUS é conhecido por nós, por analogia (pela obra se conhece o autor; mais rigorasamente: pelos efeitos se conhece a causa; não pode ser um conhecimento científico (indutivo), mas permite a demonstração), e, em seguida, estudar a natureza e perfeições de DEUS, especialmente, a Sua Unidade, Simplicidade e Imutabilidade.
Para terminar este assunto no seu livrinho de introdução, onde vai mostrando os desvios ou erros da filosofia em torno da filosofia perene, faz a mesma coisa em relação a este assunto:
1. Filosofia de Aristóteles e de Santo Tomás: DEUS é conhecido por analogia é absolutamente distinto das coisas (transcendência);
2. Panteísmo: DEUS confundido com as coisas;
3. Agnosticismo: DEUS incognoscível.
Em 1 está o verdadeiro DEUS, pois cientificamente demonstrado, e o absurdo em 2 e 3, não demonstrado e sempre no extremismo.
É importante, pois, a demonstração da existência de DEUS, de modo científico (explicando porque DEUS existe e com certeza)? Sem dúvida! Para a nossa razão natural, a demonstração científica é até necessária, porque tal conhecimento não é de evidência imediata. E isso foi feito. Para quem tem fé, porque se abriu ao dom de DEUS, não precisa de demonstrações. Para quê, se se têm um conhecimento melhor de DEUS, mesmo que não seja na visão beatífica? (A ponto que nunca mais se volta atrás...). Mas é bom as razões da luz natural para quem não acredita.
Diz São Tomás de Aquino que a Filsofia é útil para explicar as razões da nossa FÉ (isto é, sem recorrer à FÉ), no que é possível ter uma explicação racional, mesmo que analógica, e, onde não é possível demonstrar, pelo menos demonstrar que o mistério revelado não vai contra a razão (natural). Se algum mistério ofendesse a nossa razão, tratar-se-ia de um falso mistério, uma mentira. Muita gente pensa que, na IGREJA, temos uma fé sem justificativas racionais. Mas que grande engano! O que nós cremos pode até ser justificado ou pelo menos não vai contra a nossa razão.
Embora o melhor conhecimento de DEUS, nesta vida, venha da oração, é importante termos a justificação racional da nossa fé para os outros.
Para um conhecimento maior de DEUS é só atender aos pedidos de NOSSA SENHORA...
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