sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Lucas XXIII,27-31

Seguiam JESUS uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por ELE. JESUS voltou-SE para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por MIM, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos; pois virão dias em que se dirá: ‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram.’ Hão-de, então, dizer aos montes: ‘Caí sobre nós!’ E às colinas: ‘Cobri-nos!’ Porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?»

«Filhas de Jerusalém, não choreis por MIM, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos.»

Esta passagem profetiza o que já aconteceu na história, quando os romanos destruiram e saquearam Jerusalém, mas, como é próprio da PALAVRA DE DEUS, tem uma mensagem actual, para hoje, e outra ainda não realizada, salvo no Juízo Final. A PALAVRA DE DEUS é sempre actual:

«Todo o doutor da Lei instruído acerca do Reino do Céu é semelhante a um pai de família, que tira coisas novas e velhas do seu tesouro.» (Mateus XIII,52b)

É uma fonte inesgotável e nada se perde do que já jorrou.

«Não choreis por MIM, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos.»

Graças a DEUS, havia pessoas, homens e mulheres, uns, manifestando isso exteriormente, outros não, que se compadeciam com o sofrimento de JESUS, no meio da multidão cega e manipulada, conduzida pelo ódio que «nada enxerga e a ninguém vê» (RAINHA DA PAZ). Graças a DEUS, nem tudo está mal neste mundo, em todos os tempos há homens e mulheres que se compadecem dos que sofrem, não, de modo superficial, mas que leva à oração e, estando ao seu alcance, à palavra e acção. 

JESUS não repreende o compadecimento das mulheres, pelo contrário exige de nós esse amor do próximo - quem escuta a Sua palavra, mas não a põe em práctica, diz ELE, é como casa de palha em areia movediça (como se pode dizer ter fé em JESUS e não pôr em práctica o que ELE nos ensina?) -, mas ao dizer o que disse às mulheres (e aos outros que choravam no silêncio) lembra algo de mais importante em relação ao choro: 

Devemos chorar antes pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo inteiro.

Porque este é que é o verdadeiro mal do mundo; os sofrimentos e cruzes são o efeito disso, e não olha quem atingir. O meu pecado não traz só sofrimento para mim, mas também pode afectar a vida dos outros nesse sentido tão perverso.

O chorar a que se refere JESUS é a necessidade de vivermos, dia a dia, a conversão. Que mundo este, que ainda não conseguiu ver! Que chora pelo sofrimento, embora pouco faça por ele, porque está longe de DEUS, e sem DEUS nada pode, mas não chora pelo que traz o sofrimento e desordem ao mundo e às pessoas e famílias: o pecado. Pelo contrário, chora pelos efeitos e até promove a causa dos efeitos.

Virão dias em que se dirá: «Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram.» Hão-de, então, dizer aos montes: «Caí sobre nós!» E às colinas: «Cobri-nos!»

De facto, levando a PALAVRA aos tempos actuais, quantos pais se lamentam dos seus filhos (na droga, por exemplo - e, para piorar, costuma-se misturar com álcool e magia..., nada melhor para destruir rapidamente uma vida de um jovem (só JESUS, ninguém mais, poderá curar (cura plena ou não é cura) uma pessoa nessa situação...)). Antes não os tivessem tido, mais felizes, pensam eles, os que não têm filhos, não têm este problema tão doloroso de filhos que se desviam e se afastam dos pais. Cabe dizer, por causa de segundas interpretações, que não falo em controle de natalidade, nem a PALAVRA DE DEUS iria sugerir tal coisa. O único controle de natalidade legítimo e muito eficaz - mais ainda se fôr acompanhado da oração do casal, manifestando a preocupação em ter mais filhos por razões económicas, mas aceitando a vontade de DEUS - é o natural, mas esse não dá lucro à cultura da morte e não está de acordo com as ideologias da morte, que promovem a morte (as chamadas «asneiras da Rússia»), de modo que a liberdade de expressão de pensamento nem fala dele.

Quantas famílias sem DEUS, destruídas, cheias de cruzes e misérias. Se as colinas nos cobrirem, assim pensam, acabar-se-ia tudo. Por acaso, este raciocínio está errado e é muito comum: só no CÉU, onde não existe o pecado, nem de leve, acaba tudo que é sofrimento. Por isso, não vai adiantar as colinas cobri-los. No Purgatório também não existe o pecado, mas existe a purificação necessária para os bem-aventurados poderem ver DEUS e alcançar, assim, a felicidade eterna. É muito comum ouvir-se: «Sofreu muito, mas agora já não sofre» (porque morreu). Tal raciocínio não é necessariamente verdadeiro, só se foi directo para o CÉU, porque só no CÉU não existe mais o sofrimento.

Quando o pecado do mundo é grande e grave - como nos tempos actuais -, a desordem e mal têm que ser grandes e atinge a todos, culpados ou inocentes. É pelo pecado do mundo e pelo nosso pecado que devemos chorar. 

Com efeito, DEUS criou o homem para a incorruptibilidade e fê-lo à imagem do Seu próprio SER. Por inveja do Diabo é que a morte (o sofrimento, a desordem, etc) entrou no mundo, e hão-de prová-la os que pertencem ao Diabo. (Sabedoria II,23-24)

Quantos já a provam nesta vida mesmo, cheia de misérias...

Tendes compaixão de todos, 
porque VÓS podeis tudo; 
e para que se arrependam, 
fechais os olhos aos pecados dos homens. 
(como na parábola do trigo e do joio)

Porque amais tudo que existe, 
e não odiais nada do que fizestes, 
porquanto, se o odiásseis, 
não o teríeis feito de modo algum. 
(DEUS ama infinitamente todas as Suas criaturas)

Como poderia subsistir qualquer coisa, 
se não o tivésseis querido, 
e conservar a existência, 
se por vós não tivesse sido chamada? 

Mas poupais todos os seres, 
porque todos são Vossos, 
ó SENHOR, que amais a vida. 

E, como ensina a parábola do pai misericordioso ou dos dois irmãos ou, como é mais conhecida, embora de título menos apropriado, parábola do filho pródigo, DEUS sabe tirar do mal, que vem do pecado, o bem, pelo sofrimento que o pecado traz:

O Vosso ESPÍRITO incorruptível está em todos. 
É por isso que castigais com brandura 
aqueles que caem, 
e os advertis 
mostrando-lhes em que pecam, 
a fim de que rejeitem sua malícia 
e creiam em vós, SENHOR. 
(Sabedoria XI,23-XII,2)

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