quinta-feira, 17 de maio de 2012

Quem como DEUS? (5)

TP 6,5 Ano B
ROGAÇÕES (ASCENSÃO DO SENHOR onde fôr feriado).

JESUS RESSUSCITOU. ALELUIA!

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Com o cristianismo, não precisamos mais de procurar DEUS, ELE veio ao nosso encontro: desceu até nós, assumindo a nossa humanidade, sem deixar de ser o que é desde a eternidade: DEUS. O que mudou foi a nossa relação com DEUS: elevou-se com a Encarnação, e ainda mais foi elevada a nossa humanidade - ao CÉU -, com CRISTO na Ascenção (na liturgia de hoje dos países que conseguiram sobreviver - na Europa de alma cristã... - ao ataque dos feriados religiosos, celebra-se precisamente hoje a Ascenção...). Não precisamos mais de imaginar como DEUS é e qual a Sua vontade. DEUS é AMOR e olha para nós como Seus filhos. A Sua vontade é vivermos no amor; é a nossa felicidade, que só é possível imitando DEUS no amor. JESUS nos mandou fazer isso...

«O advento do Cristianismo, escreve o Padre Leonel Franca, S. J., divide a história do pensamento, como a história da civilização, em duas partes distintas. JESUS CRISTO não se apresenta ao mundo como um fundador de escola, semelhante a Platão e Aristóteles, que investiga, raciocina, discute e propõe a um círculo, mais ou menos estreito de iniciados, o seu sistema de idéias, a sua explicação do Universo; revela-SE (facto histórico singular, único, irrepetível (JESUS é único, na história!)) como DEUS e Salvador que, possuindo a verdade em sua plenitude, a comunica aos homens por meio do Seu magistério infalível».

Portanto, já nem precisamos de procurar demonstrar a existência de DEUS - para quem tem fé em JESUS CRISTO (mas DEUS não nega a fé a ninguém...) -, e, como se costuma fazer, comparar JESUS a grandes homens da humanidade só é possível graças à ignorância (ou à nesciência, se a pessoa não tiver culpa de não conhecê-l'O). Dizer que isso nem é histórico, então só se pode dizer que o Diabo é bem atrevido para ter sugerido tais idéias a pesquisadores.

«Não é, pois, o cristianismo, um sistema filosófico, no sentido rigoroso do termo (seria tão paupérrimo!...). Não obstante, íntima e universal foi a influência que exerceu sobre a orientação da Filosofia. (...) Com a vinda de CRISTO - isto é histórico... -, quase toda a questão filosófica apresenta um duplo aspecto: racional e religioso; e todo o filósofo deve definir e justificar a sua atitude em face deste acontecimento único (e que único permanecerá), com todas as consequências que ele envolve, atitude que será de reconhecimento e submissão na filosofia cristã, de revolta e menosprezo na filosofia racionalista. Como para JESUS, centro da vida da humanidade convergiram em todos os tempos os amores e os ódios de todos os corações, assim também para ELE se dirigem todas as inteligências, rejeitando ou aceitando o VERBO da verdade que regenerou o mundo.»

Notemos que, quando falo de JESUS, falo do DEUS que tanta polémica tem causado, para saber se ELE - JESUS! - existe ou não. Pelo outro lado, não há nada que se possa comparar à revolução do cristianismo e a novidade única da mensagem do EVANGELHO, Todas as revoluções costumam passar, a menos que haja um poder temporal a sustentá-las, e não mudam o homem, o homem continua o mesmo. Mudam apenas modas e comportamentos... O cristianismo muda interiormente o homem e revolucionou o mundo inteiro no meio de perseguições de todos os lados e de todos os modos e com todo tipo de táticas. Completamente diferente das revoluções puramente humanas. Aquilo que chamamos de civilização ocidental, quem deu forma (alma: o princípio vital, e de unidade e de identidade) foi o cristianismo, e formou a unidade europeia de modo espontâneo (como espontâneo foi o que aconteceu na páscoa do beato João Paulo II). Tendo a civilização ocidental, graças à IGREJA, recebida influência greco-romana, árabe, celta, visigoda, sueva, alana, etc, a alma dessa civilização é o cristianismo, como testemunha a história.

«É nas obras dos Padres - filosofia patrística - e escritores eclesiásticos que primeiro se manifesta a nova influência das idéias cristãs.»

Nesta filosofia, na ordem especulativa (metafísica), cabe - como era de se esperar - a primazia às teológicas: existência, natureza e atributos de DEUS, bem como a Sua relação com o mundo. Recorrem à Filosofia para responder aos ataques dos pagãos, que o faziam também por este meio. A influência de Platão prevalece. «Platão era, nesta época, o mais estudado e seguido dos grandes pensadores gregos e nas suas doutrinas entrincheiravam-se pagãos e hereges para opugnar o dogma cristão. Era, pois, boa táctica combatê-los com as mesmas armas.»

Portanto, a intenção dos Padres da IGREJA era expor a doutrina da IGREJA de modo sistemático e tornaram mais inteligível a verdade revelada mediante o uso da razão. Santo Agostinho, o maior deles, disse o seguinte: «creio para compreender (ponto de partida também na pesquisa científica...) e compreendo para crer melhor (assim também na ciência dos fenómenos)».

É claro que, da REVELAÇÃO, nem tudo pode ser compreendido (nem tudo é inteligível, a não ser por semelhança), mas pode ser conhecido sem ofender a razão. O positivismo diz que não podemos conhecer DEUS. Que não podemos compreender DEUS, é verdade, mas porque não poderíamos conhecer DEUS? Trata-se de uma opinião errada, pois não podemos compreender DEUS, mas podemos conhecê-l'O (desde que ELE queira). E em JESUS CRISTO até podemos conhecê-l'O à maneira humana. Não é contra a razão, tão exaltada pelo positivismo, dizer que DEUS é incapaz de SE fazer conhecido, de modo que mesmo que ELE quisesse fazer-SE conhecido, não seria capaz? Não é contra a razão tão exaltada por eles dizer que DEUS não pode ser a explicação para este ou aquele acontecimento histórico? Teríamos um DEUS incapacitado de SE fazer conhecer às Suas criaturas e proibido de agir na história da humanidade, o "DEUS" positivista...

Neste período da filosofia patrística, deu-se resposta a muitas das questões do pensamento antigo, onde se misturava verdade com erro. Levantaram-se os erros e fortaleceram-se as verdades descobertas pelos filósofos anteriores.

No primeiro período, as teses falam sobre a existência de um DEUS, único, pessoal, imenso e imutável. Criador e providente.

Santo Agostinho, influenciado por Platão, é o maior filósofo da patrística. DEUS e a alma são o centro das suas especulações, como era de se esperar numa época tão luminosa da história da humanidade (quanto mais próximos de DEUS, mais luminoso...). Sob a influência de Platão, é claro que procurará demonstrar a existência de DEUS pelas idéias plantónicas, mas, assim como a Escolástica há-de corrigir, sobretudo com São Tomás de Aquino, os erros de Aristóteles - a REVELAÇÃO ajudou, mas não substituiu a razão... -, Santo Agostinho corrigiu as idéias de Platão.

«O seu argumento favorito para provar a existência de DEUS é tirado da necessidade e da imutabilidade dos nossos conhecimentos. Os objectos destes conhecimentos não podem revestir semelhantes atributos senão enquanto imitações de uma essência eterna e imutável - DEUS». «DEUS é infinito, eterno, inefável. A inteligência humana não O pode compreender como em SI é; menos ainda O pode exprimir a nossa linguagem». claro está, pois a linguagem, escrita ou oral, coisa material, é inferior ao pensamento que pretende comunicar, uma coisa mental ou espiritual. «Na MENTE DIVINA existem as razões eternas, as idéias imutáveis de todas as realidades contingentes. Essas razões eternas  explicam a existência e inteligibilidade das coisas e são o último fundamento da certeza».

Até amanhã, se DEUS quiser!

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