quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

02 Uma provocação

TC 04,4 A (Salt.: sem IV)
Quarta-Feira da semana 4 do Tempo Comum.
Santa Águeda, virgem e mártir, mo.

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A Meteorologia é, como a Economia, uma ciência muito complexa. Na Economia, porque o grau de abstracção dos conceitos económicos é menor que, por exemplo, na Física, é uma ciência muito mais complexa, aquela, do que esta. Na Meteorologia, agora, em relação aos fenómenos da atmosfera, o grau de abstracção é menor que na Física - ou que na Matemática, uma ciência mais abstracta (menos complexa, menos complicada para teorizar, criar modelos e prever) que a Meteorologia ou a Economia. Quanto mais abstracta é uma ciência - a mais abstracta de todas, 1º grau de abstracção, é a Filosofia -, menos complexa será nas definições, nas formulação das leis, etc. A Física, Meteorologia e Economia estão no 3º grau de abstracção, mas há essas variantes entre elas: a Física é mais abstracta. A Matemática está no 2º grau de abstracção.

Tanto a Economia, quanto a Meteorologia procuram prever o que poderá acontecer na economia e em relação ao tempo atmosférico, respectivamente. (Mas não é só isso) Por serem ciências complexas, podem errar nas previsões: o ruído branco ("white noise") é muito grande, há muitas outras variáveis explicativas que não estão nem poderiam estar no modelo...

Não deixa de ser curioso, na meteorologia, quando há erro de previsão (a instabilidade na atmosfera de baixa altitude, que é onde está a maior parte da explicação sobre o tempo, é muito grande), tal como em economia, se explica depois porque aconteceu o que aconteceu, segundo a teoria: basta bater certo com o que a teoria ensina para se aceitar a explicação «ad posteriori». E é verdade, está explicado. Mas também pode ser verdade que não seja toda a explicação. Por exemplo, foi uma frente fria que causou o mau tempo. Mas houve algo mais, que está no ruído branco (fora das variáveis explicativas do modelo de metoerologia), porque ninguém conseguiu prever essa frente fria, razão porque a explicação veio depois, segundo o modelo teórico.

O homem deve ser humilde. Em particular, o cientista - quero crer que sim, pelo menos a maioria deles o é e crê e ama DEUS, ou deveria, mantendo pela oração um diálogo constante com ELE (com JESUS CRISTO) -, deve ficar bem longe da presunção racionalista, que, por decreto-lei (por imposição ideológica) excluiu (e impôs à sociedade e ao meio universitário e escolar) a possibilidade de DEUS intervir na história (de ser a causa...), de haver criaturas que não podemos apreender com os sentidos, só com a razão e analogicamente (objecto da Filosofia), que também não precisam de pedir autorização ao homem nem a ninguém para intervir no mundo, e intervêm (são, nesses casos, causa: a ciência das segundas causas explica os fenómenos precisamente pelas causas, mas, é claro, não pode explicar tudo...).

Supondo o exemplo da frente fria, o que a causou, já que surgiu inesperadamente, ninguém a previu? Além da causa natural, mas imprevisível, por estar no ruído branco, poderão haver outras? A explicação posterior, dada pelo cientista é correcta, mas pode não ser toda a explicação.

Não sei se agora terei que pedir autorização ao racionalismo para continuar a (premeditada) provocação... Claro que não! Só tenho que pedir autorização ao bom senso e à razão. Se fôr contra a razão ou contra o bem senso, estou a ser irracional. Se não há razão para excluir uma hipótese e o bem senso não se sente ofendido pela hipótese, então não há como excluir a hipótese, a não ser por decreto-lei (já não tem nada a ver com ciência, mas com ideologia).

Existem criaturas espirituais - espíritos puros (chamamos de anjos e os que decaíram são os demónios ou anjos rebeldes) - que podem actuar no nosso mundo e não precisam de pedir autorização ao homem para actuar. Sendo bem mais poderosas e inteligentes do que nós, nem ligam para decretos.

Os anjos (bons ou Santos Anjos) só actuam segundo a VONTADE DE DEUS

(a VONTADE DE DEUS é a plena realização dessas criaturas, a felicidade delas; a liberdade nada tem contra, nem conseguiria resistir a violar a VONTADE DE DEUS, razão porque, antes de verem DEUS, tiveram que livremente optar por ELE: se tivessem optado vendo DEUS, não resistiriam e optariam por DEUS, mas não teria sido mais uma livre opção, porque ninguém resiste a tanta felicidade, quanto é a de fazer a VONTADE DE DEUS. Por isso, tal como nós, homens, tiveram uma prova de fé, antes de poder vê-l'O, porque DEUS respeita a liberdade dos anjos e dos homens);

os demónios são rebeldes, mas DEUS impôs enormes limitações à sua actuação neste mundo - até ao Juízo Final (e mal de nós, não fosse assim!) -, mesmo assim, quantos estragos, e tantos maiores, quanto mais seres humanos estiverem sob o seu influxo por causa do pecado, fazendo tudo como eles sugerem na tentação, incentivando ao ódio, à violência, à vaidade, ao orgulho, à gula, à mentira, ao roubo, à depravação etc. Eles podem também ter actuações extraordinárias, como deslocar - coisa fácil para eles - uma frente fria, ou até formar uma delas, mas o modo mais comum, permitido por DEUS (e se DEUS o permite, é para o bem, para tirar desse mal o bem...), é a tentação.

Alguém diz: prova que tais criaturas existem. Ou diz: eu não acredito nelas!

Cabe notar uma coisa muito importante: o Japão não vai deixar de existir, se eu deixar de acreditar que o Japão existe. O que existe não depende do que eu acredite ou não (ou da minha opinião com nariz arrebitado ou sem nariz arrebitado; a opinião não muda a realidade das coisas, nem a crença (pode, é verdade, fazer-me acreditar na mentira e agir segundo ela, mas isso causará sempre o mal, já há tantos, neste mundo, por se acreditar nas mentiras que os poderosos deste mundo espalharam na sociedade!)). Cabe também notar que se algo existe e eu não consegui provar que existe - ou até nem passou pela minha cabeça provar, porque nem suspeito -, não significa que deixou de existir. As coisas que existem só dependem de DEUS, o CRIADOR delas

(todas boas; o mal tem a ver com o mau uso da liberdade humana, por se ter rejeitado o BEM, que é JESUS CRISTO, pregado pela IGREJA, Seu CORPO, e que libertará o mundo do mal e mentira no Juízo Final, onde nada mais ficará às escondidas, do que ficou às escondidas das obras do Mal. Como está no Livro do Apocalipse, o joio do Inimigo nunca mais entrará na IGREJA, esse joio que abunda fora da IGREJA, no mundo, de modo nunca visto como se vê hoje. O que abunda na IGREJA (fiel a JESUS)? As boas obras da floresta que cresce no silêncio e muito mais, mas fica para o Juízo Final).

Só tenho que me interrogar a mim mesmo com honestidade: ofende a razão humana admitir que podem existir criaturas que não podemos apreender com os sentidos? Não, não ofende! Então podemos supor como hipótese que existem. Então, se existirem - e não podemos racionalmente excluir a hipótese - elas podem actuar, ser a causa de algum fenómeno.

Notemos que até se demonstra na Filosofia que tais criaturas existem, o que está de acordo, como só podia, com o que diz DEUS pela SAGRADA ESCRITURA aos homens (que elas existem), mas nem isso estou a considerar, mas só como possibilidade. Cabe notar e anotar que a humanidade, desde que existe, sempre falou delas... Do nada é que isso não veio, pois nada é nada. O nada não pode dar origem a algo, isso é ofender a Sra. Razão. Nada existia, mas não foi do nada que passou a existir, mas da omnipotência de DEUS, o CRIADOR.

Se elas podem existir - independente de podermos saber se existem ou não, repito! Independente de opiniões ou fés - também podem actuar e causar fenómenos, ser a explicação para isto e para aquilo.

Não se espera que um cientista vá dar explicações levando em conta aquilo que não é objecto da sua ciência, limitada às causas segundas, mas espera-se sempre que seja humilde, uma vacina contra o fundamentalismo (por detrás, está sempre uma ideologia, que nada tem a ver com ciência)).

Até amanhã, se DEUS quiser!

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