TC 19,1 A (Salt.: sem III)
19º DOMINGO DO TEMPO COMUM.
São Lourenço, Diácono e mártir, festa.
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Todo este assunto, desde o início, encontra-se
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«Insensatos são todos aqueles homens em que se instalou a ignorância de DEUS e que, a partir dos bens visíveis, não foram capazes de descobrir AQUELE QUE É, nem, considerando as obras, reconheceram o ARTÍFICE. Antes foi o fogo, o vento ou o ar subtil, a abóbada estrelada, ou a água impetuosa, ou os luzeiros do céu que tomaram por deuses, governadores do mundo.»
Hoje podem ser as galáxias, os universos paralelos, etc, mas é a mesma coisa para cada tempo.
«Se, fascinados pela sua beleza, os tomaram por deuses, aprendam quão mais belo que tudo é o SENHOR, pois foi o próprio AUTOR da beleza que os criou.»
Um forma de tomar criaturas por deuses é contemplá-las, admirá-las sem mencionar o AUTOR e CRIADOR de todas elas.
«E se os impressionou a sua força e o seu poder, compreendam quão mais poderoso é AQUELE que os criou, pois na grandeza e na beleza das criaturas se contempla, por analogia, o seu CRIADOR.
Estes, contudo, merecem só uma leve censura porque talvez se extraviem, apenas por buscarem DEUS e quererem encontrá-l'O. Movendo-se no meio das Suas obras, investigam-nas, mas deixam-se seduzir pela aparência, pois são belas as coisas que vêem. De qualquer modo, nem sequer estes são desculpáveis, porque, se tiveram tanta capacidade para poderem perscrutar o universo, como não descobriram, primeiro, o SENHOR dessas coisas?
(Sabedoria XIII, 1-8)
Queridos filhos, EU, a MÃE de todos vós aqui reunidos e do mundo inteiro, abençoo-vos com uma bênção materna e vos convido a iniciar o caminho da humildade. Esse caminho vos conduz ao conhecimento do amor do Meu FILHO. O Meu FILHO é omnipotente, ELE está (presente) em todas as coisas. Se vós, Meus filhos, não estais conscientes disso, é porque na vossa alma reina a escuridão, a cegueira. Só a humildade pode curar-vos.
Não li - nem vou ler - o livro «The Grand Design» escrito pelos físicos Hawking e Mlodinow. Vou levar em conta o que li de quem leu o livro.
Não sei se eles conhecem as 5 vias com que São Tomás demonstrou a existência de DEUS. Apesar de serem 5 vias, bastaria uma delas para demonstrar que e porque DEUS existe. Se eles sabem que ficou provado porque DEUS existe na Filosofia, talvez pensem que a Física seja mais ciência que a Metafísica (para desprezar as provas de São Tomás), quando a Metafísica é muito mais ciência que qualquer ciência das causas segundas, é a ciência das causas primeiras. Só à Metafísica cabe falar alguma coisa sobre esse assunto da existência de DEUS.
No entanto, talvez até ignorem as 5 vias de São Tomás, porque «The Grand Design» caiu num tipo de objecção - o (pseudo-)argumento da cadeia circular - que foi usado no passado precisamente para negar a validade das provas de São Tomás. Sabemos, e até discutimos aqui resumidamente, que tal objecção - e pseudo-argumento também presente no livro - é falsa: numa cadeia de causas e efeitos, existindo, a explicação da sua existência necessariamente está fora da cadeia. A cadeia, por si mesma, existindo, não explica a sua existência, porque nem poderia: se, ao abrir uma geleira, encontro uma laranja, não foi o acaso nem a lei da gravidade, mas algo de fora, que colocou a laranja na geleira; se encontro uma pintura numa parede, sei que não foi o acaso nem a força da gravidade que a pintou, mas alguém (ou até algum animal bruto ensinado ou condicionado a fazer isso, borrar uma tela com tinta); se já encontro na pintura uma intenção, uma finalidade, é óbvio que não foi um animal bruto, mas criatura inteligente, como o homem, que a pintou. E assim também é com a existência de alguma sucessão cíclica, a explicação dela está fora dela:
«O movimento circular só é possível quando fora da série existe um motor que seja fonte suficiente e imediata deste movimento: assim, a água da evaporação sobe do mar, se condensa, torna a cair em chuva, volta para o mar, donde torna-se a evaporar, etc...; mas isso não seria possível sem o calor do Sol, fora do círculo, que faz evaporar a água.» (Pe. Pedro Cerrutti SJ)
Uma cadeia, por si mesma, mesmo que levada ao infinito, não explica nada sobre a sua existência, nem pode: a razão da sua existência está fora dela. Se observo que existem leis, e vamos supor ser verdade que essas leis levam à criação espontânea (não acredito em criação espontânea), daí surgem universos paralelos e estes dão origem às leis, mesmo assim, essa cadeia fechada (circular) não explica a sua existência, precisa de algo fora da cadeia para explicar. Não é possível, porque é impossível que as leis dêem origem, por criação espontânea (admitamos essa especulação de criação espontânea), a universos que, por sua vez dêem origem às leis, e assim sucessivamente, sem uma causa exterior à cadeia.
Além demais: existiam leis, como a da força da gravidade, que deram origem a tudo? Porque não, precisamente ao contrário? As leis existem porque existem coisas. Aqui, nos limitamos às leis alcançadas pelo raciocínio indutivo chamadas de leis científicas. Montesquieu as definiu como «as relações constantes e necessárias que derivam da natureza das coisas.»
Assim, ao contrário do que dizem Hawking e Mlodinow - e eu concordo com Montesquieu - as leis não deram origem às coisas, mas antes derivam (da natureza) das coisas (terem essas características intrínsecas que, pela observação, havendo a inferência indutiva, nos permite formular um lei geral).
Escreve Regis Jolivet:
«As leis (científicas) exprimem quer relações de existência ou de coexistência (a água é um corpo incolor, inodoro, tendo tal densidade, susceptível de assumir os estados líquido, sólido, gasoso, etc), - quer relações de causalidade ou de sucessão (a água ferve a 100 graus, o calor dilata os metais, etc), - quer relações de finalidade (o fígado tem como função regular a quantidade de açúcar no sangue).»
Mesmo na relação de causalidade, a água que ferve a 100 graus, já existe tal coisa, e é essa coisa que tem a propriedade de ferver a 100 graus centígrados, a água, e que nos permite observar e, daí, formular uma lei. Não foi uma lei que ferve algo a 100 graus celsius que criou espontaneamente um coisa chamada água, mas DEUS que criou a água com a propriedade de ferver a 100 graus celsius.
- As leis físicas causam (explicam, dão origem a) a criação espontânea, diz o livro.
- A criação espontânea causa (explica) a origem dos universos, diz o livro haver vários universos paralelos.
- Os universos causam (explicam) as leis físicas.
Mas as leis, então, precisariam dos universos, para existirem. Mas, como estes precisariam das leis para existirem, a explicação da existência de leis e dos universos não está aí, mas fora da cadeia. Vimos que só pode ser DEUS a explicação.
Acaso gloriar-se-á o machado contra quem o maneja? Ou levantar-se-á a serra contra o serrador? Um bastão não pode comandar um homem, é o homem que faz mover o bastão. (Isaías X, 15)
Diz Stephen Hawking, em «The Grand Design»: «One can't prove that GOD doesn't exist, but science makes GOD unnecessary.»
Se a minha tradução está correcta, ele está a dizer o seguinte:
«Ninguém pode provar que DEUS não existe, mas a ciência tornou DEUS desnecessário.»
Podem ser físicos brilhantes, mas o que diz Hawking é falso:
De facto, ninguém pode provar que DEUS não existe, porque ficou provado que DEUS existe. Ou oito ou oitenta. Uma vez que ficou provado que DEUS existe, torna-se impossível provar que DEUS não existe. Sobre as provas, cabe à Filosofia provar e foi provado. A ciência das causas segundas só pode, isso, sim, descobrir as maravilhas da CRIAÇÃO e dar graças a DEUS, o CRIADOR:
«Se, fascinados pela beleza das criaturas do universo, as tomaram por deuses, aprendam quão mais belo que tudo é o SENHOR, pois foi o próprio AUTOR da beleza que os criou.»
Isso já pode a ciência das segundas causas fazer...
Quanto à ciência, dom de DEUS, ter tornado DEUS desnecessário, é uma afirmação estranha. Tal afirmação não exclui a possibilidade de DEUS existir. Mesmo se DEUS existir, a ciência torna DEUS desnecessário?
Um boneco anda a cordas e está a andar. Será desnecessário quem lhe deu a corda?
Em relação a autoridades: será mais de fé o que este livro diz, tão diferente do que diz a SAGRADA ESCRITURA e do que disse JESUS CRISTO? Vou dar mais crédito a seres humanos, que nem existir podem, sem DEUS, do que a DEUS?
Iniciamos o CREDO dizendo:
«Creio em DEUS, PAI Todo-Poderoso, CRIADOR do CÉU e da Terra, das coisas visíveis e invisíveis.»
Não é presunção pensar que a Física e a Astronomia podem saber de tudo da CRIAÇÃO, quando existe a CRIAÇÃO invisível, tão superior em tudo à visível? O homem não pode ver tudo, é mera criatura, de inteligência finita, de ciência (dom de DEUS) muito limitada e finita, e, além demais, a maior grandeza da CRIAÇÃO até está invisível ao homem.
A partir daqui, fiz um apanhado de pontos interessantes sobre DEUS e a CRIAÇÃO, tirados do livro «Curso de Filosofia» de Régis Jolivet, editora Agir, Brasil.
DEUS é incompreensível - é o SER infinito -, pois a nossa inteligência (e dos anjos) é limitada, finita, não pode compreender DEUS. Mas isso não significa que DEUS seja incognoscível. DEUS é cognoscível. Podemos conhecer DEUS por analogia (a nossa inteligência é capaz e cabe à Filosofia e Teologia dar esse conhecimento).
DEUS é simples, infinito (sem limites), único, imenso (não pode ser medido) e (só ELE) eterno (presente perpétuo sem passado nem futuro).
DEUS tudo vê por intuição única - não precisa de raciocínios -, com um único olhar, e o Seu PENSAMENTO penetra tudo nos seres (criaturas; se em alguma coisa não penetrasse, deixaria de existir).
DEUS ama todos os seres que criou, um amor sem medidas. DEUS - a Sua VONTADE - pode tudo que quer. Quando JESUS nos ensinou a pedir que a Sua VONTADE fosse feita, assim na Terra, como no CÉU, ensinou-nos a pedir que a nossa vontade seja a VONTADE DE DEUS, aqui na Terra, como é no CÉU: lucro para nós, a felicidade!
DEUS é distinto da CRIAÇÃO transcendente a ela. A transcendência não suprime a imanência, isto é, a presença de DEUS na CRIAÇÃO. Se não estivesse presente, a CRIAÇÃO não existiria. Como diz São Paulo, em DEUS temos a vida (não é nossa, mas dom de DEUS), o movimento e o ser. E diz JESUS que até os cabelos da nossa cabeça estão todos contados. Sendo ESPÍRITO, essa presença é espiritual, sem mistura com nada do criado e da criatura. E transcendente, isto é, absoluta independência da CRIAÇÃO, e soberano domínio sobre toda a CRIAÇÃO. Negar a imanência e transcendência é negar O QUE DEUS É. Se DEUS fosse estranho à CRIAÇÃO, não poderia DEUS ser infinito e perfeito: negar a imanência é contradição. Negar a transcendência é também contradição, pois DEUS seria idêntico à CRIAÇÃO, imperfeito, potencial e em movimento.
DEUS é o SER subsistente (só ELE; as criaturas são contigentes), inteligente e livre.
Não podemos pensar ou falar de DEUS a não ser com o auxílio de conceitos tomados, por abstração, do sensível. Mas é objecto, não da Física, nem de nenhuma ciência das causas segundas (limitam-se a observar os fenómenos, não, os nómenos), mas da Metafísica.
DEUS nos ultrapassa ao infinito. Cognoscível, mas incompreensível, até para os anjos.
Como DEUS criou todas as coisas? E como mantém tudo existindo? Que foi DEUS QUEM deu origem a todas as coisas, ficou implícito nas provas da existência de DEUS.
Criar é fazer alguma coisa do nada. Se alguém diz que criou vida em laboratório, é mentira, porque teve que usar muitas coisas criadas e suas leis: apenas descobriu os mecanismo da vida. O homem só pode criar acidentalmente, por exemplo, um carro. Mas o carro não veio do nada, mas de coisas já existentes. Criar é privilégio de DEUS, exige uma potência infinita. Do nada, nada vem, mas do nada DEUS criou todas as coisas pelo Seu PODER omnipotente, por um simples acto da Sua VONTADE.
Quando? Isso é irrelevante e nem é isso que define a CRIAÇÃO.
A CRIAÇÃO não está necessariamente ligada a um ponto de partida, a um tempo inicial. Faz abstracção completa da idéia de princípio temporal. Criatura (e CRIAÇÃO) significa absoluta dependência da criatura (e da CRIAÇÃO), até ao fundo do ser, em relação a DEUS. Sem DEUS, deixa de existir. CRIAÇÃO CONTÍNUA.
Por acaso sabemos que o mundo teve um início por revelação de DEUS (SAGRADA ESCRITURA), mas não é isso que significa criar: tendo tido ou não - teve, sabemos da SAGRADA ESCRITURA, a nossa inteligência não poderia saber disso, sem a REVELAÇÃO - um primeiro instante temporal, não cessa de (continuamente) (re-)começar. Em cada instante de sua duração (existência) é criado por DEUS. Se o mundo (e eu) não tivesse princípio temporal, não cessaria, por isso mesmo, de ser a cada instante criado por DEUS, receber de DEUS o ser que tem. Mesmo que o universo não tivesse tido um início, não seria eterno, só DEUS é eterno, porque a eternidade exclui transformação e sucessão presentes na CRIAÇÃO. Sem início, seria perpétuo, mas não eterno como só DEUS é. Sabemos pela REVELAÇÃO que o mundo teve um início:
Em relação ao instante inicial da CRIAÇÃO, não significa que antes do início houve uma duração (tempo) vazia. O tempo é coextensivo do real criado: se a CRIAÇÃO teve um instante inicial - de facto teve, porque foi revelado, ou nem poderímos saber -, o tempo começou com ele, nada mais é o tempo que um sequência do movimento.
Se teve - e teve -, um princípio temporal, antes da CRIAÇÃO nada existia, nem seres contingentes (criaturas) nem, por isso mesmo, duração temporal, nem vazio, nem matéria preexistente, mesmo porque a CRIAÇÃO nem se limita ao mundo dos corpos materiais. Os anjos são espíritos puros e a alma humana é espiritual, nada a ver com átomos, nem estão sujeitas às leis físicas, mas morais. O corpo do homem, sim, mas não a alma.
«O ser universal, na sua substância, e todos os atributos que a afectam, compreendido aí o tempo (movimento), nasceram de um acto absoluto e intemporal de DEUS.»
DEUS não criou as coisas de uma parte da Sua substância (que é divina...), como pensa o panteísmo. DEUS é um ser espiritual e perfeitamente simples. O mundo é perecível e composto. DEUS criou do nada (embora não tenha vindo do nada, mas do PODER CRIADOR de DEUS).
O acto criador é livre. DEUS não precisa de nada do que criou, criou porque é AMOR. As criaturas é que precisam de DEUS, em cada instante da sua existência, para existir. DEUS deu a imortalidade aos anjos, mas precisam, em cada instante da sua existência imortal, de DEUS.
Por causa da idéia errada de associar a CRIAÇÃO ao tempo, objectou-se que se o mundo é perpétuo (usam a palavra «eterno» inapropriadamente), a CRIAÇÃO seria inútil, a existência do mundo não teria necessidade de ser explicado.
Se existe. precisa de ser explicado porque existe. Há uma explicação, mesmo que a CRIAÇÃO não tivesse tido um início, porque ser criatura não significa existir a partir de um instante temporal, mas dependência para existir.
A CRIAÇÃO não significa haver começado após não ter existido (por acaso foi assim, sabemos pela REVELAÇÃO), mas o facto da criatura não ter a razão da sua existência em si, é contingente, podia não existir; existe porque o CRIADOR lhe dá (continuamente) a existência (CRIAÇÃO é isto).
Conservação: a todo o instante as criaturas e CRIAÇÃO inteira depende da CAUSA primeira, DEUS, para existirem (CRIAÇÃO contínua).
«A PROVIDÊNCIA divina, salvo no caso de milagre, sustém a actividade das criaturas e não se justapõe a essa actividade. (...) Está em toda a parte e em tudo, nas revoluções das esferas e no desenvolvimento dos germes, na vida e no movimento do nosso coração, nas aspirações da nossa alma e nos impulsos da nossa boa vontade. O universo inteiro, em tudo o que contém e em cada um dos seus instantes, não é mais do que a manifestação visível do AMOR.»
DEUS é GRANDE e o universo inteiro - por mais que nos pareça impressionamente grande - não é nada: existe, porque DEUS lhe dá existência.
KM 19951025
728956
TC 29,4 C
1Queridos filhos, hoje, convido-vos a observar a natureza, porque, nela, encontrareis DEUS CRIADOR. 2Filhinhos, hoje, convido-vos a agradecer a DEUS, por tudo que ELE vos concede. Agradecendo a ELE, descobrireis o ALTÍSSIMO e todos os bens à vossa volta. 3Filhinhos, DEUS é grande e grande é o Seu AMOR por cada criatura. Por isso, rezai, para serdes capazes de compreender o amor e a bondade de DEUS. 4Na bondade e amor de DEUS CRIADOR, EU também estou convosco como um dom. Obrigada, por terdes correspondido ao Meu apelo!
(No arquivo actual, de 992 mensagens, é a 595ª mensagem da Rainha da Paz.)
Na bondade e amor de DEUS CRIADOR, EU também estou convosco como um dom.
Continuação de um bom DOMINGO (do início de semana), e até amanhã, se DEUS quiser!