segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

07 Advento: esperar e preparar para o NATAL (4)

TA 4,2 B (Salt.: sem IV)
Segunda-Feira da semana 4 do Tempo do Advento.

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Todo o assunto encontra-se AQUI (letra A).

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PAI SANTO,
CRISTO veio a primeira vez, na humildade da natureza humana, realizar o eterno desígnio do Vosso AMOR e abrir-nos o caminho da salvação; de novo há-de vir, no esplendor da Sua GLÓRIA, para nos dar em plenitude os bens prometidos que, entretanto, vigilantes na fé, ousamos esperar.
(De um Prefácio da Santa Missa para este tempo)

Continuemos a ver o que a IGREJA ensina sobre o mistério da ENCARNAÇÃO tirando trechos, só alguns, muito poucos, da Oração da Liturgia das Horas para este tempo. Continuemos a ver o que DEUS ofereceu ao homem que o elevou a uma dignidade superior à original, esta, perdida pelo pecado original. Para isso, assumiu a nossa humanidade como o NOVO ADÃO.

Se ESTE homem novo, feito à semelhança da carne pecadora, não tivesse assumido a nossa condição, envelhecida pelo pecado; se ELE, que era consubstancial ao PAI (eternamente gerado e não criado), não SE tivesse dignado ser também consubstancial à MÃE (na plenitude dos tempos da história da salvação, que marca a nova era, depois de CRISTO, que irá até ao fim da história, não existe nova era, como se anda para aí a dizer); se ELE, livre de todo o pecado, não tivesse unido a SI a nossa natureza, toda a humanidade teria permanecido cativa sob o jugo do demónio (é pelo baptismo que o homem é libertado desse jugo). Não poderíamos ter beneficiado da vitória do TRIUNFADOR (RESSURREIÇÃO), se ela fosse conseguida numa natureza distinta da nossa (Os merecimentos do DEUS-Homem podem nos ser comunicados, pela fé n'ELE, que bom, uma vez que os nossos merecimentos, coitados, por melhor que sejam, são finitos. JESUS mereceu infinitamente por cada homem). Como consequência desta admirável participação da nossa natureza, brilhou para nós o mistério da regeneração (o HOMEM NOVO), porquanto, graças ao mesmo ESPÍRITO por cuja virtude CRISTO foi concebido e nasceu, também nós conseguimos uma nova geração, espiritual. Por isso diz o Evangelista, referindo-se aos crentes: Estes não nasceram do sangue, nem da carne, nem da vontade do homem, mas nasceram de DEUS. (São Leão Magno, sucessor de São Pedro)

Escutai-Me, corações endurecidos, que andais longe da justiça: aproxima-se a Minha justiça; ela não está longe; e a Minha salvação não tardará. Estabelecerei em SIÃO (IGREJA) a Minha salvação e em ISRAEL (POVO DE DEUS) a Minha GLÓRIA (O ESPÍRITO SANTO)». (Isaías  XLVI, 12-13)

Há uma justiça, mas que é salvação para todos os que se abrirem à misericórdia de DEUS. Porque o homem pode salvar-se? Porque JESUS reparou as ofensas de dimensão infinita da geração de Adão, os pecados do mundo inteiro. Não só assumiu os nossos pecados, mas também os seus efeitos - dor, sofrimento, doença e morte -, para desses males fazer um bem quando os aceitamos, em imitação ao SENHOR, de modo cristão (traz-nos a salvação, não só para nós mesmos, mas também para os outros, coisa que não agrada ao Diabo...). Além demais, reparou a nossa injustiça, livrando-nos da pena eterna, de modo que seria grave injustiça não LHE agradecermos isso, lembrando o Seu Santo NASCIMENTO no NATAL. Por isso, os cristãos desde logo começaram a perceber ser importante, em agradecimento, festejar liturgicamente - na nova e eterna liturgia selada pela PÁSCOA do SENHOR - o Seu Santo NASCIMENTO ou NATAL. E instituíram essa solenidade.

É importante saber se JESUS nasceu exactamente em 25 de Dezembro, ou não? Não tem a menor importância em saber se foi exactamente em 25 de Dezembro que JESUS nasceu, porque na liturgia somos levado à data exacta em que isso aconteceu. Não louvamos DEUS por JESUS ter nascido em 25 de Dezembro - embora seja em 25 de Dezembro que muitos cristãos farão isso -, mas pelo NASCIMENTO DE JESUS. Mas já havia dito e digo de novo: tenho uma convicção forte que foi exactamente no dia 25 de Dezembro que JESUS nasceu e foi visitado pelos pastores - pecadores, mas abertos à graça de DEUS, ao contrário de Belém, que dormia com outras festas paralelas. Os Reis Magos apareceram depois, e alguns cristãos preferem celebrar o NATAL nessa data, mas JESUS já era nascido. Qual a razão dessa convicção sobre o 25 de Dezembro? O ESPÍRITO SANTO, que tudo pode, não teria - se ELE quisesse - deixado a IGREJA enganar-se na escolha da data. Nessa data, os pagãos celebravam uma festa ao deus Sol e a IGREJA entendeu ser uma data adequada para celebrar o NATAL, pois JESUS é o Sol que desce lá do Alto - assim profetiza o pai de São João Baptista -, para iluminar os que jazem nas trevas da morte e do erro, isto é, para salvar. A SAGRADA ESCRITURA em várias partes associa ao Sol a imagem de DEUS e essa imagem finalmente foi aplicada a JESUS CRISTO. Assim, embora seja irrelevante para a liturgia a data exacta, tenho forte convicção que o NATAL ocorreu mesmo em 25 de Dezembro. NOSSA SENHORA, quando passou a aparecer só mensalmente na paróquia de Medjugorje - antes, aparecia semanalmente, à quinta-feira - escolheu o dia 25 de cada mês, que coincide com o 25 de Março da ENCARNAÇÃO e o 25 de Dezembro do NATAL (NASCIMENTO DE JESUS).

«Ninguém mais nos pode salvar, não há outro nome debaixo do CÉU, no qual possamos ser salvos.» (Actos IV, 12)

Assim ensina São Pedro sobre JESUS, relativo ao Seu NOME.

Concedei-nos, DEUS omnipotente, que o esperado NASCIMENTO de Vosso FILHO Unigénito nos liberte da antiga escravidão do pecado. Por NOSSO SENHOR.

Nas orações cristãs - não só litúrgicas! -, está subentendido, quando não é mencionado, o «por NOSSO SENHOR», o MEDIADOR entre DEUS e os homens. «Por NOSSO SENHOR» = «Em NOME de JESUS».

«Ninguém mais nos pode salvar, não há outro nome debaixo do CÉU, no qual possamos ser salvos.»

Só JESUS CRISTO.

A Babilónia, como está no Livro do Apocalipse, é a grande meretriz que prostituiu as nações do mundo inteiro com as suas perversões e mentiras ofensivas a DEUS. No tempo em que DEUS actuar, no JUÍZO FINAL, ela cairá e não mais praticará o mal. Isaías também fala disso mesmo para um tempo histórico, mas que é figura e profecia para todos os tempos e para o dia do JUÍZO. Ela representa o Mal e está destinada a cair:

Senta-te em silêncio e mergulha nas trevas, filha dos caldeus. Não mais te chamarão «Soberana dos reinos». EU estava irritado (modo humano de expressar a infidelidade do povo... DEUS não SE irrita à maneira humana, não há a mínima imperfeição n'ELE) contra o Meu povo, deixei profanar a Minha herança (tudo está nas mãos de DEUS, sem excepção), entreguei-a nas tuas mãos. Mas tu não tiveste piedade: até sobre os anciãos fizeste sentir duramente o peso do teu jugo (o jugo do pecado). E dizias: «Serei a dominadora do mundo para sempre» (o orgulho de quem quer tomar o lugar de DEUS). E não reflectiste nestas coisas, não pensaste no teu fim. Mas agora, ouve o seguinte, voluptuosa, que estás tranquilamente sentada e dizes no teu coração: «Eu e mais ninguém! Não ficarei viúva, nem perderei os meus filhos» («filhos» (da iniquidade)»: os que estão sob o seu jugo...). As duas coisas te hão-de suceder, de repente, num só dia (libertação do homem do jugo do Mal). A orfandade e a viuvez virão sobre ti com todo o rigor, apesar do grande número dos teus sortilégios e da enorme quantidade dos teus encantamentos. Confiavas na tua malícia e dizias: «Ninguém me vê». A tua ciência e a tua sabedoria perturbaram-te, e dizias no teu coração: «Eu e mais ninguém!». Virá sobre ti uma calamidade que não saberás esconjurar, cairá sobre ti um desastre de que não poderás livrar-te; virá subitamente sobre ti uma catástrofe que não tinhas previsto. Fica-te com os teus encantamentos e com os teus numerosos sortilégios, a que te entregaste desde a juventude. (Isaías XLVII, 5-12a)

JESUS é quem nos mostra QUEM é DEUS, sem as deformações humanas, e nos salva:

O VERBO DE DEUS habitou entre os homens e fez-SE Filho do homem para acostumar o homem a compreender a DEUS e DEUS a habitar no homem, de acordo com o beneplácito do PAI. Foi por isso que o mesmo SENHOR nos deu como sinal da nossa salvação AQUELE que é DEUS­CONNOSCO, nascido da VIRGEM; era o mesmo SENHOR que salvava aqueles que não podiam salvar-se por si mesmos. (Santo Ireneu, Bispo)

Há quem diga que pode salvar-se por si mesmo. Essa foi também a heresia de Pelágio. O que entenderá "o que se salva a si mesmo" por salvação? Todos sabemos que o nosso corpo se vai corrompendo até voltar ao pó da terra, é um facto. Se a sua salvação significa não se sabe bem o quê e termina no pó da terra, brincadeira de mau gosto! Se, como dizem os orientais, após a separação da alma do corpo - a morte física (e não falemos nas reencarnações, uma coisa contraditória) -, o destino é perder o seu «ego» em um deus panteísta, isso equivale à morte, pois, se já não tem consciência de nada nem de si mesmo, que tipo de salvação será essa? Uma pedra também não sabe que existe. Na salvação, a alma humana, recebendo um corpo espiritualizado que o torna semelhante aos anjos (horroroso, como, por imagens, revelou Fátima, para quem rejeitar a salvação), jamais perderá a sua identidade própria. A "imortalidade" oriental não difere do ateísmo e é a morte eterna, porque o sujeito foi absorvido pelo todo do deus panteísta e perdeu o seu «eu». Quando DEUS criou o homem, quis uma criatura entre os anjos - uma alma espiritual (DEUS deu o dom da imortalidade aos anjos e à alma humana) - e o mundo físico, um corpo material, portanto, sujeito à corrupção com o tempo. Mas DEUS concedeu dons especiais ao homem: mantinha o corpo humano acidentalmente incorrupto e isso foi perdido pelo pecado original. JESUS salvou a alma humana da pena eterna e o corpo humano, o homem inteiro. Na ressurreição dos corpos, a alma humana receberá um corpo espiritualizado que o tornará semelhante aos anjos e passando a ter uma liberdade plena. Esse corpo não será imortal acidentalmente, mas essencialmente. JESUS não só restaurou o homem, mas também o elevou a uma dignidade superior à original: a participação na própria vida de DEUS.

PAI SANTO,
VÓS nos escondestes o dia e a hora, em que JESUS CRISTO, Vosso FILHO, SENHOR e juiz da história, aparecerá sobre as nuvens do céu revestido de poder e majestade. Nesse dia tremendo e glorioso, passará o mundo presente e aparecerão os novos céus e a nova terra. Agora ELE vem ao nosso encontro, em cada homem e em cada tempo, para que O recebamos na FÉ e na CARIDADE e dêmos testemunho da gloriosa ESPERANÇA do Seu REINO.
(De um Prefácio da Santa Missa para este tempo)

Até amanhã, se DEUS quiser!