sábado, 2 de dezembro de 2017

01 Um Santo DOMINGO!

TC 34,7 A (Salt.: sem II)
Sábado da semana 34 do Tempo Comum.
Santa MARIA no Sábado, MF.

Hoje à tarde, VÉSPERAS I do 1ª DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO.
Inicia-se um ano novo, o Ano B.

1917: 100 anos das aparições de NOSSA SENHORA em Fátima.
A autoridade de JESUS sobre Fátima:
«Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto.» (Lucas VI, 43-44a)

No Patriarcado de Lisboa
Bíblia: o Livro dos Livros onde está PALAVRA DE DEUS que nos ensina - neste mundo que é só de passagem, uma páscoa - o mais importante de tudo, o que precisamos de saber para sermos felizes, fazermos os outros felizes e, na passagem em CRISTO JESUS, ganharmos a VIDA ETERNA.

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Todo este assunto se encontra no seguinte sítio («site» em inglês):

AQUI, letra U.

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No calendário litúrgico, já nos encontramos no DOMINGO, o primeiro dia da semana. Com este DOMINGO, entramos em um novo ano litúrgico, o Ano B. É o Tempo do Advento. A partir de hoje, começa-se o tempo de preparação para festejar a solenidade do NATAL, do NASCIMENTO do FILHO DE DEUS.

O NATAL não é uma festa qualquer, mas a da misericórdia de DEUS para com o ser humano, que estava condenado ao suplício eterno ao ter escolhido a Serpente antiga para reinar - antes obedecer a ela, que só traz o sofrimento, do que a DEUS, que nos dá a felicidade.

Para reparar a nossa injustiça e nos resgatar da Serpente, o próprio FILHO DE DEUS nasceu milagrosamente (de modo sobrenatural, pelo PODER DE DEUS) do seio da VIRGEM MARIA.

Como diz São Gregório de Nazianzo:

O FILHO DE DEUS, AQUELE que existe desde toda a eternidade, AQUELE que é invisível, incompreensível, incorpóreo, (...), a fonte da vida e da imortalidade, AQUELE que é (...) a IMAGEM perfeitíssima, a PALAVRA e o PENSAMENTO DO PAI, é o mesmo que vem em ajuda da criatura feita à Sua IMAGEM e por amor do homem SE faz homem.

Assume um corpo para salvar o corpo e une-Se a uma alma racional por amor da minha alma.

Para purificar aqueles a quem SE tornou semelhante, fez-SE homem em tudo, excepto no pecado. Foi concebido no seio de uma VIRGEM, já santificada pelo ESPÍRITO no corpo e na alma, para honrar a maternidade e ao mesmo tempo exaltar a excelência da virgindade;

e, assumindo a humanidade sem deixar de ser DEUS, uniu em SI Mesmo duas realidades entre si contrárias, a saber, a carne e o espírito. Uma delas conferiu a divindade, a outra recebeu-a.

AQUELE que enriquece os outros faz-SE pobre. Aceita a pobreza da minha condição humana, para que eu possa receber as riquezas da Sua divindade.

AQUELE que possui tudo em plenitude, aniquila-SE a SI Mesmo; priva-SE por algum tempo da Sua GLÓRIA, para que eu possa participar da Sua plenitude.

Porquê tantas riquezas de bondade? Que significa para nós este mistério?

Eu recebi a IMAGEM divina, mas não soube conservá-la; agora ELE assume a minha condição humana, para restaurar a perfeição daquela imagem e dar imortalidade a esta minha condição mortal. Deste modo estabelece connosco uma segunda aliança muito mais admirável que a primeira.

Convinha que o homem fosse santificado mediante a natureza assumida por DEUS (ENCARNAÇÃO, NATAL). Convinha que ELE triunfasse desse modo sobre o tirano que nos subjugava, para nos restituir a liberdade e reconduzir-nos a SI pela mediação de Seu FILHO; e CRISTO realizou, de facto, esta obra redentora para GLÓRIA de Seu PAI, que era o objectivo de todas as Suas acções (PÁSCOA).

O BOM PASTOR veio ao encontro da ovelha perdida, procurou-a pelos montes e colinas onde tu sacrificavas aos ídolos; e quando encontrou a ovelha perdida, tomou-a sobre os Seus ombros - os mesmos ombros que carregaram com a CRUZ - e reconduziu-a à vida eterna.

(...)

Foi necessário que DEUS SE fizesse homem e morresse, para que tivéssemos a VIDA. Morremos com ELE (pelo Baptismo) para sermos purificados. Ressuscitámos com ElE, porque com ELE morremos. Fomos glorificados com ELE, porque com ELE (o CAMINHO, a nossa PÁSCOA, a nossa PASSAGEM) ressuscitámos.
(São Gregório de Nazianzo)

A PALAVRA DE DEUS lembra-nos, nas primeiras semanas do Advento, que JESUS há-de vir não mais na humildade do presépio, mas na glória do RESSUSCITADO para julgar os vivos e os mortos. Será no Juízo Final, em data e hora que ninguém sabe nem pode saber.

Nas semanas mais próximas do NATAL, começa a IGREJA mais propriamente a se preparar para festejar a primeira vinda de JESUS, o NATAL, o nascimento do SENHOR na humildade do presépio. São as duas vindas de CRISTO. Eis o diz São Cirilo de Jerusalém sobre as duas vindas do SENHOR:

Anunciamos o advento de CRISTO. Não, porém, um só, mas também o segundo, muito mais glorioso que o primeiro.

Aquele revestiu um aspecto de sofrimento; este trará consigo o diadema do reino divino.

Sucede que quase todas as coisas são duplas em NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.

Duplo é Seu nascimento: um, de DEUS, desde toda a eternidade; outro, da VIRGEM, na plenitude dos tempos (NATAL).

Dupla também é a Sua descida: a primeira, na obscuridade e silenciosamente, como a chuva sobre a relva (NATAL); a outra, no esplendor da Sua GLÓRIA, que se realizará no futuro (JUÍZO FINAL).

No seu primeiro advento, foi envolvido em faixas e deitado num presépio (NATAL); no segundo, será revestido com um manto de luz (JUÍZO FINAL).

No primeiro suportou a cruz, sem recusar a sua ignomínia (PAIXÃO); no segundo, aparecerá glorioso, escoltado pela multidão dos Anjos (JUÍZO FINAL).

Não nos detemos, portanto, a meditar só no primeiro advento, mas vivemos na esperança do segundo.

Assim como aclamamos no primeiro: «Bendito o que vem em NOME do SENHOR», exclamaremos também no segundo, saindo ao encontro do SENHOR juntamente com os Anjos, em atitude de adoração: «Bendito o que vem em NOME do SENHOR.»

Virá o SALVADOR, não para ser novamente julgado, mas para chamar a juízo aqueles que O julgaram. ELE que, ao ser julgado, guardou silêncio, lembrará as atrocidades dos malfeitores, que O levaram ao suplício da CRUZ, e lhes dirá: «Tudo isto fizestes e EU calei-ME.»

Naquele tempo veio para cumprir o desígnio de amor misericordioso, ensinando e persuadindo os homens com suavidade; no fim dos tempos, queiram ou não, todos se hão-de submeter ao Seu reinado. (O príncipe deste mundo perderá todo o seu poder sobre este mundo, o seu poder será destruído pela omnipotência do SENHOR)

De ambos os adventos fala o profeta Malaquias: «Depressa virá ao Seu Templo o SENHOR a QUEM buscais.» Isto quanto ao primeiro advento.

A respeito do segundo diz assim: «E o Anjo da aliança por quem suspirais. Eis que vem o SENHOR OMNIPOTENTE. Quem poderá suportar o dia da Sua vinda? Quem poderá resistir quando ELE aparecer? Porque ELE virá como o fogo do fundidor, como a barrela dos lavandeiros. E sentar-SE-á para fundir e purificar.»

Escrevendo a Tito, também Paulo se refere aos dois adventos com estas palavras:

«Manifestou-se a GRAÇA DE DEUS, fonte de salvação para todos os homens, ensinando-nos a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos, e a viver no mundo presente com toda a sobriedade, justiça e piedade (primeira vinda), aguardando a ditosa esperança e a manifestação da GLÓRIA do nosso grande DEUS e SALVADOR, JESUS CRISTO (segunda vinda)

Vê como falou do primeiro advento, pelo qual dá graças a DEUS, e do segundo, que esperamos.

Por esse motivo, afirmamos na nossa profissão de fé, tal como a recebemos por tradição, que acreditamos n’AQUELE que subiu aos CÉUS e está sentado à direita do PAI e que há-de vir em Sua GLÓRIA para julgar os vivos e os mortos, e o Seu REINO não terá fim.

Virá, portanto, do alto dos CÉUS, NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. Virá no fim deste mundo, em Sua GLÓRIA, no último dia. Será então o fim deste mundo criado e o início de um mundo novo.
(São Cirilo de Jerusalém)

Um mundo novo que já se inicia nesta vida naqueles que crêem em CRISTO com fé viva. É a vinda intermédia descrita por São Bernardo.

Mas antes de falar dela, lembremos novamente o que é o NATAL: É o SANTO (milagroso, sobrenatural) NASCIMENTO do SALVADOR do mundo.

A Sra Falsa Liberdade e a Sra. Soberba costumam dizer que o NATAL é outra coisa, mas, ao mesmo tempo que dizem isso, sabem que estão a mentir. Elas também sabem muito bem o que é o NATAL, a verdade é imbatível e nenhuma mentira a destrói. Quando dizem que o NATAL é outra coisa sabem, na suas consciências, que estão a mentir. As mentiras são passageiras, são desordens que vão passar, enquanto a VERDADE permanece eternamente.

Mas é uma atitude irracional, porque o NATAL foi e é um acontecimento maravilhoso da misericórdia de DEUS na história da salvação, que só deveria ser motivo de festa e alegria e agradecimento do mundo inteiro, a DEUS, por tal acontecimento.

Além das duas vindas do SENHOR, a primeira no NATAL e a segunda no final, no JUÍZO FINAL, São Bernardo lembra-nos a promessa de JESUS estar sempre connosco até ao fim da história da salvação - esta só tem duas eras, não adianta inventar eras: antes de CRISTO, depois de CRISTO são as duas únicas eras da história da salvação. Estamos na era depois de CRISTO, que vai até ao Juízo Final.

Mais um motivo para agradecer o NATAL é DEUS estar connosco, mas respeita a nossa liberdade, não SE impõe: um nascimento oculto e espiritual no fiel que vive a conversão diária pedida por NOSSA SENHORA. Essa presença torna-se mais presente nos Seus fiéis, de modo espiritual, é uma vinda intermédia. Eis o que diz São Bernardo, ao lembrar-nos da vinda intermédia de JESUS:

Conhecemos uma tríplice vinda do SENHOR. Entre a primeira e a última, há uma vinda intermédia. Aquelas duas são visíveis

(assim foi no NATAL, na humildade dum presépio; assim será, visível, no JUÍZO FINAL, na glória do RESSUSCITADO);

mas esta, não.

Na primeira, o SENHOR «apareceu na Terra e conviveu com os homens»; como ELE Mesmo afirma, viram-n'O e não O quiseram receber. Na última, «todo homem verá a salvação do nosso DEUS e contemplarão AQUELE que trespassaram.»

A intermédia é oculta e só os eleitos a vêem em si mesmos, e por ela se salvam as suas almas.

Na primeira, o SENHOR veio revestido da nossa fraqueza humana; na intermediária, vem espiritualmente, manifestando o poder da Sua GRAÇA; na última, virá com todo o esplendor da Sua GLÓRIA.

A vinda intermédia é como uma estrada que nos leva da primeira à última: na primeira, CRISTO foi a nossa redenção; na última, aparecerá como nossa vida; na intermédia, é nosso descanso e consolação.

«Se alguém ME ama, guardará as minhas palavras, Meu PAI  amará e NÓS viremos a ele.»
(São Bernardo)

Onde está o PAI e o FILHO, está o ESPÍRITO que procede d'ELES.

Uma iluminação que pretenda ser de NATAL e nem está presente o Presépio, é tudo menos uma iluminação de NATAL, antes uma triste e vazia iluminação, que é a que também habita no coração dos que vivem como se DEUS não existisse.

Tudo pode ser mudado, podemos ser curados dessas falsas luzes que nada têm a ver com o NATAL, somos livres, é só optarmos por JESUS - escutar, por exemplo, os pedidos de NOSSA SENHORA - e iluminar o nosso coração da alegria que não engana, a que vem de DEUS estar connosco, é a alegria do NATAL PASCAL, essa vinda intermédia.

E o que falar de canções e de concertos, que se dizem do NATAL, e nem sequer mencionam o nascimento do MENINO JESUS? De NATAL é que não são essas canções e concertos, pois o NATAL existe, porque DEUS nasceu na nossa carne, milagrosamente, na plenitude dos tempos, finalizando o antes de CRISTO e dando início ao depois de CRISTO.

Com este DOMINGO, entramos na primeira semana do advento. Um Santo Advento e até amanhã, se DEUS quiser!