A IGREJA espera fazer-nos compreender que, assim como JESUS veio uma vez, revestido da nossa carne, a este mundo, também está disposto, se não oferecermos resistência, a vir de novo, em qualquer hora e momento, para habitar espiritualmente em nossas almas com abundantes graças. (São Carlos Borromeu)
Assim tornou-se realidade, porque a nossa humanidade foi glorificada n'ELE pelo mistério da Paixão, Morte e Ressurreição. Eis a única novidade do mundo!
Aqui temos o significado do advento: preparação para o NATAL, para JESUS nascer no nosso coração; e é isso que a RAINHA DA PAZ tem pedido, e não só neste tempo, mas constantemente, para o MENINO JESUS nascer na gruta do nosso coração. É isto que é viver o NATAL: salvação, alegria, paz, amor (que o mundo não pode dar; nem a ciência, nem o dinheiro, nem a tecnologia, nenhuma dessas e de outras criaturas). Sem DEUS, podem dizer à vontade o que quiserem, mas não há qualidade de vida, impossível. Querer medir qualidade de vida apenas por critérios materialistas, já é viver longe da realidade, porque o homem tem necessidades superiores às materiais, não é um animal bruto, mas racional, a sua alma é espiritual, como ficou demonstrado na metafísica. Mas mesmo as necessidades mais elevadas não podem dar qualidade de vida ao homem, só DEUS.
O que acontece no mundo, hoje (e em todos os tempos em que se afasta de DEUS, a PALAVRA DE DEUS é sempre atual em qualquer tempo)? Diz o profeta:
O país está cheio de idolos, prostram-se diante das obras das suas mãos - ciência, tecnologia, economia... -, diante do que os seus dedos fabricaram. (Isaias II,8)
Continuemos a entender o que é NATAL, neste tempo de advento oferecido para isso:
JESUS, a palavra e pensamento do PAI, é o mesmo que vem em ajuda da criatura feita à Sua imagem e, por amor do homem, SE faz homem. (...) Eu recebi a imagem divina, mas não soube conservá-la; agora, ELE assume a minha condição humana, para restaurar a perfeição daquela imagem e dar imortalidade a esta condição mortal. (...) O Bom Pastor (CRISTO REI...) veio ao encontro da ovelha perdida, (...) e quando a encontrou, tomou-a sobre os Seus ombros - os mesmos ombros que carregaram com a Cruz - e reconduziu-a à vida eterna. (São Gregório de Nazianzo)
Diz a SAGRADA ESCRITURA que hão-de ser multidões de todos os cantos da Terra, povos, nações e culturas... Após aprenderem com as próprias asneiras - este é o método didáctico de DEUS, como está na terceira parábola da misericórdia divina -, se voltarão para DEUS e DEUS, porque é bom e esquece tudo que perdoa, nos perdoará:
Caindo em si, disse: «Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.» E, levantando-se, foi ter com o pai. (Lucas XV,17-20)
Assim será, uma multidão de filhos pródigos para formar (adicionar a) o povo de DEUS, hoje reduzido. A páscoa do beato João Paulo II até nos pode dar uma idéia de como será isso: nada combinado, nada planejado (nem no facebook, DEUS não precisa dessas coisas que até são dons de DEUS... O «facebook» não poderia fazer melhor, longe disso!, sobre o que aconteceu na páscoa do beato João Paulo II...), nada previsto, tudo espontâneo e inesperado, juntou uma pequena multidão de amigos e inimigos do Papa, cristãos e não cristãos, vindos de todas as partes do mundo. No CÉU, não há um único bem-aventurado que não seja cristão, isto é, que não pertença ao CORPO MÍSTICO DE CRISTO, o NOVO ADÃO.
Quanto a nós, os cristãos, que já formamos, junto com os nossos irmãos mais velhos, os judeus, o povo de DEUS, temos de ter cuidado para não sermos como aquele filho que ficou com o pai, não, porque o amava, apenas pelo que o pai podia dar, como recompensa (buscava recompensas), para se divertir com os seus amigos, o pai de fora (eu e os meus amigos (o pai fora) festejar, queixava-se ele sobre o vitelo gordo...).
São Bernardo, o último padre da IGREJA, fala-nos das três vindas de JESUS ao mundo e o tempo do advento é o tempo mais adequado para meditar nelas: festejar a primeira vinda e estarmos preparados para a intermédia e a última, a intermédia nos conduz à ultima. É isso que significa este tempo:
Conhecemos uma tríplice vinda do SENHOR. Entre a primeira e última, há uma vinda intermédia (a RAINHA DA PAZ tem falado muito nela e no Seu desejo que, acolhendo os Seus pedidos, isso aconteça). Aquelas duas são visíveis (não precisará mais dos olhos da fé); mas esta, não. Na primeira, o SENHOR apareceu na Terra e conviveu com os homens; como ELE mesmo afirma, viram-n'O e não O quiseram receber. Na última, todo o homem verá a salvação do nosso DEUS e contemplarão AQUELE que trespassaram. A intermédia é oculta e só os eleitos a vêem em si mesmos, e por ela se salvam as suas almas. Na primeira, o SENHOR veio revestido da nossa fraqueza humana (mistério da encarnação); na intermédia, vem espiritualmente, manifestando o poder da Sua graça; na última, virá com todo o esplendor da Sua glória. A vinda intermédia é, portanto, como que uma estrada que nos leva da primeira à última: na primeira, CRISTO foi a nossa redenção (mistério pascal); na última, aparecerá como nossa vida; na intermédia, é nosso descanso e consolação (independente de fazer sol ou chuva, mistério de fé!). (São Bernardo)
A salvação de JESUS não é, portanto, só para a Sua vinda final; já vivemos a Sua salvação em nós nesta vida, todos aqueles que O acolhem (como pede a RAINHA DA PAZ...). Ouço na televisão - e o assunto até tem a ver com isto que escrevo aqui - que as forças policiais, nos países europeus, preparam-se para enfrentar cenários de (possível) violência (oxalá não aconteçam) devido à crise atual. Mas notemos que não é a crise económica que pode levar à violência, acreditar nisso é engano. A crise, quando muito, é a condição para a causa atuar (não confundir causa com aquilo que permite a causa atuar; as nossas explicações não estão nas condições, mas nas causas: explicação pelas causas). Qual é a causa? Sem dúvida, a vida como se DEUS não existisse.
Quando o REINO DE DEUS habita no coração humano - a vinda intermédia de JESUS -, mesmo que ainda rudimentarmente (será pleno só no CÉU e é a conversão diária que nos vai permitir esse REINO crescer em nós: o REINO DE DEUS é o próprio SENHOR JESUS, CRISTO REI), podem vir as crises que vierem, os vendaveis que vierem, que a pessoa jamais responderá pela violência; mesmo porque não acredita que a solução esteja em lutas e fomentação de ódios e divisões (a própria história se encarrega de dizer que, até hoje, e será sempre assim, nunca se encontrou solução estável por esses caminhos, os da viollência); ele sabe muito bem que só DEUS pode dar solução ao que tornou-se impossível ao homem, pela entrada do pecado no mundo. A causa (a primeira) é, portanto, haver pessoas longe da salvação de JESUS. Acabam por caírem sob o jugo de Mal, sem forças para resistir a ele. Elas (eu, que não sou diferente delas, relativo à herança do pecado original, se o REINO DE DEUS não estiver em mim) até se comportam relativamente bem, até recordam o civismo que aprenderam na escola, têm bons sentimentos altruístas, são generosas em dar, etc, tudo isso - elas (eu) são irrepreensíveis... - enquanto a condição para a causa atuar, a crise a bater à sua porta, não existir. São Paulo dizia que deseja fazer o bem, mas acaba por fazer o mal que não quer, e interroga-se quem nos livrará disso, para dizer logo de seguida: JESUS. O mundo dá muitas explicações para os problemas, exalta muitas novidades e inovações (e esquece que são dons de DEUS... Se DEUS alterasse as leis da Criação, o que aconteceria à nossa - que não é nossa, mas dom de DEUS - tecnologia (se as leis em que se baseiam já não funcionassem)?), mas não percebeu que JESUS é a única novidade deste mundo, o único que muda o homem, não, superficialmente, nos trajes, nos hábitos, nas modas, nos comportamentos, tudo coisas superficiais, pois continua o mesmo homem de todos os tempos com as suas fraquezas, diante das tentações do Mal, da carne e do mundo, mas profundamente, passando do homem velho ao homem novo.
Não me digam que, se a violência vier, é por causa da crise, porque não é por causa da crise: a crise é apenas a condição; se a causa existir, a crise permitirá a causa atuar, mas se a causa não existir, nem a crise trará a violência. A causa é o homem que não foi libertado por JESUS CRISTO, o único salvador do mundo, a única novidade do mundo.
Continuação de uma boa semana e de um bom advento, no preparo para o único e genuíno NATAL (o que aconteceu; o que pode acontecer se nos abrirmos a DEUS; o que acontecerá no Juízo Final). E até amanhã, se DEUS quiser!
Nas leituras de hoje, JESUS vai dizer:
Aquele que faz a vontade de Meu PAI entrará no REINO DOS CÉUS.
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