Balaão é um pagão, mas que não diz nada a não ser o que o SENHOR, nosso DEUS, lhe manda dizer, mesmo correndo o risco de vida. Não fala para agradar os homens - aos poderosos, ao povo, etc -, mas o que escuta de DEUS para dizer. E por causa disso, podia ter-se posto em apuros com o rei de Moab, Balac, mas DEUS sabe como livrar do mal os seus amigos...
Balaão, na verdade, não é um pagão: ele é profeta do ALTÍSSIMO, por isso, ungido de DEUS, como são os baptizados, habitando o ESPIRITO SANTO em si como em Seu Templo. Era, pois, discípulo de CRISTO, o seu SENHOR, baptizado com o baptismo do desejo. Balac queria que Balaão amaldiçoasse o povo de DEUS, porque, como dizia Balac, tudo o que o profeta Balaão dizia se cumpria. Porque se cumpria? Como Balaão mesmo dizia, só dizia o que escutava de DEUS. E foi isso mesmo que Balaão respondeu ao rei: não amaldiçoaria Israel.
DEUS põe em provação de fidelidade os que O amam, para o próprio bem dos que O amam - e DEUS os vê, em CRISTO, como Seus filhos - e o pequeno Balaão soube manter-se fiel ao SENHOR.
Balaão levantou os olhos e viu Israel acampado por tribos. Desceu sobre ele o ESPÍRITO DE DEUS e ele proferiu a sua profecia, dizendo:
«Profecia de Balaão, filho de Beor, profecia do homem de olhar penetrante; profecia de quem ouve as revelações de DEUS, de quem tem as visões do OMNIPOTENTE, quando cai em êxtase e seus olhos se abrem.
Como são belas as tuas tendas, ó Jacob, as tuas moradas, ó Israel! Estendem-se como os vales, como jardins junto de um rio! O SENHOR plantou-as como árvores de aloés, como cedros junto das águas! A água escorre de seus reservatórios e suas sementeiras têm água abundante. O seu rei é maior que Agag, e a sua realeza será exaltada.
Profecia de Balaão, filho de Beor, profecia do homem de olhar penetrante. Profecia de quem ouve as revelações de DEUS, e conhece a ciência do ALTÍSSIMO, de quem tem as visões do OMNIPOTENTE, quando cai em êxtase e seus olhos se abrem.
Eu vejo, mas não para já; contemplo-o, mas ainda não próximo: Surge uma estrela de Jacob, levanta-se um ceptro de Israel.»
(Números XXIV,2-7.15-17a)
Que coração bonito, como se pode ver nas palavras acima, o do pequeno Balaão, porque DEUS é tudo para ele, o REINO DE DEUS habita maravilhosamente no seu coração, REINO dos pequeninos que reconhecem que só DEUS é DEUS, e que têm o cuidado de não dizer nada que não seja o que DEUS quer ou que não desagrade ao SENHOR.
Em toda a sua vida, em tudo que fazem, dizem, desejam e pensam - peçamos essa graça a NOSSA SENHORA - DEUS está no centro e é a razão de tudo que dizem e fazem e pensam e desejam. Assim, a razão da sua solidariedade, da sua participação na política, na acção social, no amor ao próximo, na relação de trabalho, na celebração da SANTA MISSA, etc.
Desceu sobre ele o ESPÍRITO DE DEUS (para a sua voz ser a VOZ DE DEUS), e ele proferiu a sua profecia, dizendo:
«Profecia de Balaão (pequeno e filho de DEUS), filho de Beor, profecia do homem de olhar penetrante (olha para além das aparência, tão profundamente dentro do seu coração até alcançar DEUS: bem-aventurados os puros de coração, porque verão a DEUS. Onde? No coração, o bem que JESUS veio trazer ao mundo); profecia de quem ouve as revelações de DEUS, de quem tem as visões do OMNIPOTENTE, quando cai em êxtase e seus olhos se abrem.»
Não são mais os olhos sensíveis, mas a visão do bem-aventurados do CÉU, os olhos do coração, que permite ver DEUS (plenamente, só no CÉU) e escutar a Sua PALAVRA.
DEUS podia, na lógica humana, ter escolhido alguém do povo de DEUS, dos que já trabalham na Sua vinha, muitas vezes heroicamente, mas ELE olha para todos e é PAI de todos, graças a JESUS CRISTO. Olhando os corações, escolheu Balaão. JESUS já dizia que há ovelhas Suas que ainda não estão no Seu redil, ovelhas de todos os tempos. O Bom Pastor as chama a SI. Chama Balaão, onde se pode ver, nesse vaso de barro, pela palavras que diz e que são de DEUS, um coração de ouro, morada de DEUS. Balaão, pelo baptismo do desejo, já foi libertado da mancha do pecado original e justificado por JESUS, que ainda não veio ao mundo. A PALAVRA DE DEUS nele já o libertou, já o purificou dos seus pecados, como havia dito JESUS a Isaías na visão dos Serafins e aos Apóstolos na Última Ceia.
Como são belas as tuas tendas, ó Jacob, as tuas moradas, ó Israel! Estendem-se como os vales, como jardins junto de um rio! O SENHOR plantou-as como árvores de aloés, como cedros junto das águas! A água escorre de seus reservatórios e suas sementeiras têm água abundante. O seu rei é maior que Agag, e a sua realeza será exaltada.
Como é bela a IGREJA, diz Balaão, embora, até ao fim dos tempos, o joio do Inimigo esteja presente, o espírito do mundo procurando actuar e abafar o ESPÍRITO DE CRISTO - uma das grandes lutas de São Paulo, de São Pedro, de São João, São Tiago, etc, repreendendo e alertando os cristãos para estarem vigilantes e repudiarem o joio, certos tipo de fermentos -, pois é a morada de DEUS no meio dos homens, no meio deste mundo ainda não libertado do Mal. Mas a realeza de JESUS, o Seu REINO, será exaltado:
O seu rei é maior que Agag, e a sua realeza será exaltada.
Assim foi, com a ressurreição, assim será no Juizo Final, quando finalizará o que realizou na Sua ressurreição. Agag personaliza o Inimigo de DEUS, do homem e de toda a Criação (esta não é só a visível, que os sentidos humanos podem apreender e a matemática medir; existe as coisas invisíveis, transcendentes às visíveis, na Criação de DEUS, transcendentes à nossa ciência). JESUS é o homem mais forte do que ele. Na Sua humanidade glorificada deu condições a todos os que crêem n'ELE, participando da Sua realeza, de vencerem «Agag».
Profecia de Balaão, filho de Beor, profecia do homem de olhar penetrante. Profecia de quem ouve as revelações de DEUS, e conhece a ciência do ALTÍSSIMO, de quem tem as visões do OMNIPOTENTE, quando cai em êxtase e seus olhos se abrem.
E nessa simplicidade e beleza com que diz o que diz, na sua experiência de DEUS, porque é DEUS QUEM fala nele, profetiza a libertação do povo de DEUS:
Eu vejo, mas não para já; contemplo-o, mas ainda não próximo: Surge uma estrela de Jacob, levanta-se um ceptro de Israel.
Balaão profetizou a vinda de JESUS:
Ainda não era para o seu tempo. O ceptro de Israel é o REINO DE DEUS, que nos libertará da opressão do Inimigo. Em relação à estrela de Jacob, não tem a menor importância se foi um fenómeno natural, com explicação científica ou não (também pode ser natural... a nossa ciência, limitada às coisas visíveis, não pode explicar tudo): uma estrela, um cometa ou um anjo do SENHOR, etc, ou um milagre de DEUS. O que importa é que DEUS, por Balaão, anuncia que no nascimento do Seu FILHO, além do céu se iluminar de anjos, enquanto Belém dormia, há-de surgir essa estrela que guiará os magos ao SENHOR, para O adorarem, quando virem - porque são como Balaão, de olhar penetrante -, na humanidade do MENINO JESUS ao cólo da MÃE, o seu DEUS, o verdadeiro DEUS. Quem vê JESUS, vê o PAI. JESUS é a Imagem do DEUS invisível.
Continuação de uma boa semana. Neste início de semana que passou, celebrámos o terceiro DOMINGO do advento. Já estamos próximos da festa do NATAL. Até amanhã, se DEUS quiser!
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