terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Quem como DEUS? (2)

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Continuarei - não hoje -, a fazer um resumo histórico de pensadores antigos, antes de falar como foi feita a demonstração da existência de DEUS. Nos pensadores antigos está resumido tudo que há de certo e errado sobre DEUS, que se tem repetido em todos os tempos. De facto, a única novidade deste mundo chama-se cristianismo, verdadeira e realmente diferente de todas as novidades que existem e aparecem no mundo. Todas as revoluções puramente humanas, quando não se tratam de moda que passa, apenas mudam o homem (e mulher) exteriormente, em hábitos e comportamentos, mas o homem (e mulher) continuam os mesmos, sob o jugo da herança do pecado original; só a única novidade do cristianismo liberta o homem, o transfigura (quando ele permite a DEUS, NOSSO SENHOR, fazer isso... DEUS respeita "religiosamente" a nossa liberdade), o liberta do jugo do pecado e transforma-o (interiormente) no homem novo. Enquanto todas as revoluções (puramente humanas) falam do reino deste mundo, e o reino deste mundo está sob o domínio do reino do Mal (ou das Trevas) até ao Juízo Final, JESUS deixa claro a diferença infinita e substancial: O Meu REINO não é deste mundo. Mas, sem dúvida, este mundo voltaria ao paraíso original, se tal REINO, interior, tivesse sido acolhido pelo mundo, porque acabaria aquilo que causa os males e sofrimentos, o pecado. Cabe notar que JESUS veio oferecer algo superior ao paraíso original, a participação do homem (e mulher, foi assim que DEUS nos criou, graças a DEUS!) na própria vida de DEUS, de modo que na Vigília Pascal a IGREJA canta: Feliz culpa, que mereceu tão grande REDENTOR!

Assim, antes de descrever como foi feita a demonstração da existência de DEUS, é bom saber dos erros em relação a DEUS e à Sua existência, Sua natureza e atributos e qual a Sua relação com a CRIAÇÃO, pois tais erros sempre estiveram presentes em todos os tempos. A herança do pecado original pesa sobre a humanidade, a luz natural da razão pode muitas vezes ser ofuscada por falsas luzes por causa das paixões, dos preconceitos que permanecem como decretos-lei, das ideologias, interesses, etc.

Hoje, pela internet, se pode ver melhor o que se pensa sobre diversos assuntos e fico boquiaberto (espero não entrar alguma mosca, depois de abrir tanto a boca de espanto) por não se saber que a demonstração da existência de DEUS já foi feita há muito tempo; quando falo em demonstração, estou a falar em ciência, só a ciência pode demonstrar ou provar coisas.

Quem já vive - uns melhor, outros piores -, as mensagens da RAINHA DA PAZ, não precisa da demonstração, seria perda de tempo, não fosse, contudo, interessante ver como foi feita, pois, tudo que é de DEUS, existe coisa melhor do que isso? Impossível!

Decidi-vos e crede que DEUS SE vos oferece em toda a Sua plenitude. 

Quando isso acontecer, para que servirão as demonstrações? Por acaso tenho que demonstrar a existência de alguém, quando converso com ele? Sem a fé, a nossa vida seria insuportável, não poderíamos viver, ficaríamos a vida inteira a fazer demonstrações ou a provar coisas... É claro que é preciso a fé, DEUS até diz que LHE agrada muito isso, diz que o Seu justo viverá pela fé, mas não significa que não conhecerá DEUS ou que a fé cristã é como uma rocha em que o pássaro está poisado nela e ela não tem a menor consciência disso; a fé cristã não é um coisa cega ou às escuras, embora seja como aquela rocha como ponto de partida. DEUS SE revela. Ainda da RAINHA DA PAZ: 

Queridos filhos, hoje, convido-vos a percorrer o caminho da santidade. Rezai, para que possais entender a beleza e a grandeza desse caminho, no qual DEUS SE manifesta a vós de modo especial. 

Ou:

Filhinhos, DEUS SE oferece em plenitude e vós podereis descobri-l'O e conhecê-l'O somente por meio da oração. 

Ou ainda: 

Queridos filhos, hoje, convido-vos a compreender que, sem amor, não podereis reconhecer que DEUS deve estar em primeiro lugar na vossa vida. Eis porque, filhinhos, convido-vos todos a amar, não, com um amor humano (o egoísmo), mas com o amor divino (a caridade fantástica, infinitamente superior a qualquer solidariedade sem caridade). Desse modo, a vossa vida será mais bela e não interesseira. (A caridade, e só a caridade, imitando DEUS, é assim) Compreendereis, então, que DEUS SE vos dá do modo mais simples: por amor.

Aqui, já não se trata de demonstrar a existência de DEUS, que só a ciência pode fazer (na Filosofia... as outras ciências não têm condições), mas de um facto que passa a ser realidade da vida de quem atende aos pedidos de NOSSA SENHORA. Será que a IGREJA não canonizou santos, mas santos mentirosos (será possível?), em particular, os místicos, que andaram a dizer que chegaram ao conhecimento de DEUS?

A demonstração completa, sobre a existência de DEUS, que não vou colocar aqui, seria um curso de Filosofia, está, por exemplo, no livro: «A Caminho da Verdade Suprema» do padre Pedro Cerruti, S.J., de três volumes, publicado pela PUC (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro). Lá, está completa a demonstração e com todo o rigor (científico)

O conhecimento científico não é só o que se obtém das ciências experimentais, por raciocínio indutivo, pela observação dos fenómenos (manifestação da coisa, não, a coisa em si, mas o fenómeno). Existe o raciocínio dedutivo usado pelo método racional.  Curiosamente, a demonstração da existência de DEUS usou o método das ciências experimentais, a indução, mas com esta diferença: pelos efeitos, que estão (necessariamente) contidos na causa, se pode inferir algo da causa. Pela pintura se pode conhecer o pintor, sobretudo se fôr um especialista (filósofo); não significa que precisa de ser especialista, este, pode depois falar do assunto aos não especialistas sobre como é o pintor, levando em conta a pintura. Pela analogia dos seres, em resumo, se infere o SER subsistente, DEUS.

Ensina Régis Jolivet:

DEUS não é acessível aos sentidos. Por isso, a Teodicéia (parte da Filosofia cujo objecto é DEUS, melhor, a existência de DEUS) não pode ser uma ciência propriamente experimental (nem estas podem demonstrar ou provar nada sobre DEUS, não têm tal competência). A Teodicéia é, por excelência, uma ciência metafísica, diz Jolivet, na proporção em que o seu objecto ultrapassa absolutamente a experiência sensível, e deverá, por conseguinte, usar o método racional.

Ultrapassar, não significa divorciar-se do sensível, já que, como é sabido desde Aristóteles, o método racional existe porque o sensível permite à inteligência humana, pela operação da abstracção, criar os conceitos (idéias), de existência ideal no espírito, para qualquer imagem que os nossos sentidos (o conhecimento sensitivo) tenham apreendido. O conceito ou idéia é de existência ideal, mas aplica-se a todas as imagens concretas passadas, presente e futuras da coisa, de modo que não poderia ser uma colecção de imagens, como dizem erradamente os nominalistas.

Mas como DEUS , continua Jolivet, só pode ser conhecido por nós através dos efeitos do Seu poder, a Teodicéia deverá partir da observação dos factos (indução, como nas ciências experimentais), para elevar-se daí até DEUS, razão suprema destes factos. 

É o raciocínio indutivo por semelhança ou por analogia.

Voltemos à pintura. Há quem diga que ela veio do acaso. Acredita nisso? Isso é possível? O senso comum diz logo que não. Ele não pode demonstrar nada (como a fé não demonstra nada), mas tem autoridade para desmascarar tudo que vai contra ele. Tem que haver um pintor, óbvio. O pintor existe. O leitor acredita mesmo - e a fé (natural) é o ponto de partida de toda a investigação científica, sem isso, não existe a ciência - que a pintura não tem autor, veio do acaso?

Os erros em relação a DEUS, ensina Jacques Maritain, não passam de dois desvios extremos, em relação à Filosofia Aristotélica-Tomista:

- Panteísmo: DEUS SE confunde com as coisas (o pintor com a pintura);
- Agnosticismo: DEUS é incognoscível (a pintura não permite saber nada, nem um nadinha (masculino), do pintor).

A Filosofia diferencia conhecimento de compreensão: o facto de não podermos compreender DEUS - a nossa inteligência é finita para «inte-legere» DEUS, transcendente, infinito -, não significa que não possamos conhecê-l'O; aliás, desde que ELE, no FILHO, assumiu a nossa humanidade, até podemos conhecê-l'O humanamente, como PAI: quem vê o SENHOR, vê DEUS e o ESPÍRITO SANTO, diz a SAGRADA ESCRITURA, clama em nós ABBA, PAI! Não estamos ainda na visão beatífica de DEUS, é verdade, só no CÉU, mas esta fé não significa algo no escuro, só no início. DEUS manifesta-SE e a nossa fé não tem nada a ver, após o crescimento no conhecimento e diálogo com DEUS, com aquela rocha que não tem a menor consciência de que um pássaro está poisada nela. A fé não significa só situações "no escuro". Quando falo com a minha mãe, falo porque acredito (fé) que estou diante dela. Sobre compreensão e conhecimento, os animais brutos também têm, como o homem (homem e mulher, assim é a espécie humana, segundo a sua natureza), uma inteligência sensitiva, podem conhecer-nos e conhecer tudo que lhes rodeiam, só não podem compreender nada porque não têm a inteligência racional dos homens ou a inteligência intuitiva dos anjos (nada a ver com psicologia, tem outro significado aqui), muito superior à dos homens, que precisam de raciocinar para compreenderem, enquanto os anjos compreendem vendo (mas só DEUS vê tudo). Os animais brutos podem conhecer, mas não podem compreender porque não são criaturas inteligentes (como os homens (homem e mulher) e os anjos); no nosso caso, em relação a DEUS, não podemos compreender DEUS - salvo através de JESUS, na Sua humanidade assumida - porque a nossa inteligência (e a dos anjos) é finita. No CÉU, DEUS faz o milagre, mas não aqui, neste mundo... (para ELE nada é impossível, salvo o que contradiz o que ELE é, como mentir ou fazer o mal, coisas impossíveis a DEUS)

DEUS, diz Maritain, é conhecido por analogia (ao contrário do que diz o agnosticismo - pela observação da pintura, fazendo a analogia ou semelhança, se conhece o pintor) e é absolutamente distinto das coisas (em oposição ao panteísmo - o pintor é absolutamente distinto da pintura: nem a pintura veio do acaso, nem a pintura e o pintor são uma única coisa pois a causa e o efeito não podem ser uma mesma coisa, que absurdo!).

Como disse, continuarei, se DEUS quiser, a falar sobre o que a Filosofia tem a dizer de DEUS: a Filosofia, para quem não sabe, é o conhecimento científico mais elevado que o ser humano, sem o auxílio da revelação de DEUS, mas pelo uso exclusivo da luz natural da razão, pode alcançar. O topo desse conhecimento é a Teodicéia, pois não há objecto mais elevado de conhecimento do que o conhecimento de DEUS.

Em relação à , gostaria de esclarecer coisas que talvez muitos não saibam, é o conhecimento mais importante de todos. Sem a fé, não seria possível vivermos, enquanto poderiamos viver sem o conhecimento científico; assim viveu "o homem  das pedras" (e Tarzã, como se vê nos filmes), mas não dispensava o conhecimento que vinha do que o outro lhe dizia, e ele acreditava. A maior parte do nosso conhecimento - certo ou errado -, mesmo entre cientistas, vem da fé. Quando é DEUS que revela, chamamos de FÉ sobrenatural ou REVELAÇÃO e, use de bom senso, não há certeza maior do que aquilo que DEUS nos revela, embora, agora, seja uma questão de fé, porque o cientista pode errar (nas ciências da experimentação, observou mal ou tirou conclusões que não se podem tirar, acontece muito com cientistas materialistas), mas DEUS, o único que sabe de tudo, não se pode enganar ou enganar-nos.

Não pode a ciência dizer algo que vá contra a FÉ (sobrenatural) nem esta dirá nada que contradiga um conhecimento científico verdadeiro, porque a fonte da verdade é só uma, DEUS. O que DEUS nos revelou? Poderia revelar-nos muitas coisas, que ficarão para depois, como faz aos anjos e santos no CÉU. Apenas revelou aquilo que precisamos saber para nos salvar. Não quis tomar o lugar dos cientistas, na descoberta das coisas que DEUS criou e tornou visível ao homem, mas apenas dizer-nos QUEM nos salva e como nos salvar. A SAGRADA ESCRITURA, onde está a REVELAÇÃO DE DEUS misturada com as coisas humanas, é preciso sempre a "filtragem" para não se escreverem absurdos sobre o LIVRO SAGRADO, não está nada senão aquilo que é importante para nos salvar, embora até possa ser muito útil para os cientistas descobrirem mais coisas. JESUS disse: o Meu REINO não e deste mundo (criado para a provação de fé da humanidade).


Então, até amanhã, se DEUS quiser!

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