sábado, 13 de novembro de 2010

ISAÍAS XLV, 15-16.18c-20.23-25

«VÓS sois, na verdade, um DEUS escondido, DEUS de Israel, SALVADOR. Todos os que VOS odeiam serão envergonhados e confundidos, serão confundidos os fabricantes de ídolos. Assim fala o SENHOR que criou os Céus, o DEUS que formou a Terra e a consolida, que não a criou para ficar deserta, mas a formou para ser habitada: «EU sou o Senhor e não há outro. Não tenho falado em segredo ou em lugar tenebroso. Não disse aos filhos de Jacob: ‘Procurai-me em lugar deserto’. EU, o SENHOR, falo a verdade e proclamo o que é recto. 
Reuni-vos e vinde, aproximai-vos todos juntos, sobreviventes das nações. Nada compreendem os que elevam ídolos de madeira e oram a um deus que não pode salvar. 
Voltai-vos para MIM e sereis salvos, todos os confins da Terra. EU sou DEUS e mais ninguém. Juro pelo Meu Nome. É verdade o que sai da Minha boca, a Minha PALAVRA é irrevogável: Diante de MIM se hão-de dobrar todos os joelhos, em Meu NOME hão-de jurar todas as línguas. E dirão: ‘Só no SENHOR está a justiça e a fortaleza’
Hão-de vir, cobertos de vergonha, à Sua presença todos os que se levantaram contra ELE. No SENHOR terá salvação e glória toda a descendência de Israel». 
(Is 45,15-16.18c-20.23-25)


Cabe observar que na SAGRADA ESCRITURA o importante não é o modo como o autor sagrado disse a coisa, mas o que DEUS diz, a coisa em si mesmo.

«VÓS sois, na verdade, um DEUS escondido, DEUS de Israel, SALVADOR.» Este DEUS escondido só pode ser conhecido pela oração e também indirectamente, pela CRIAÇÃO, por um raciocínio indutivo por analogia: pela obra de pintura, embora de modo imperfeito, podemos saber alguma coisa sobre o autor, mesmo que nunca o tenhamos visto nem ouvido falar dele anteriormente (em primeiro lugar, óbvio, pela obra, sabemos que ele existe... A pintura não apareceu por aí e por acaso!); quanto mais pesquisar (entendido em arte), mais pode conhecer, pela obra, o seu autor. Igualmente, a Ciência, embora nada possa falar da CRIAÇÃO em relação à sua origem - é facto não mais observável, já passou à história, nem pode demonstrar nada sobre a existência de DEUS - tudo isso é objecto da Metafísica (da Filosofia) - -, pode, contudo, descobrir as maravilhas da CRIAÇÃO e, pela OBRA, dar graças ao AUTOR delas, que óbvio, não poderia ser coisa do acaso, assim diz a luz natural da razão, bem indignada, diante das opiniões ideológicas. Esse DEUS escondido, contudo, se revela mais profundamente pela oração, isto é, pela via espiritual, a via da conversão diária. A oração requer a humildade (sem humildade, não existe oração, tal como o papagaio não fala), e o fruto da oração é o AMOR DE DEUS com que permite amar até os inimigos (sem custar nada, quando o AMOR DE DEUS já é (suficientemente) perfeito na pessoa). Se a oração não conduz ao amor, já dizia o Padre Pio (São Pio), é oração falsa. Nesse caminho, conhecer o quanto DEUS nos ama é uma experiência de consolação profunda; mas não é menor, de geito nenhum, a consolação da experiência que vem de conhecer o quanto DEUS ama o outro - que até pode ser um inimigo nosso... -, pois, no conhecimento de DEUS, pela oração, que nos faz conhecer o AMOR DE DEUS, deste «DEUS escondido», sempre conduz ao amor do próximo, ao conhecimento de nós mesmos, e à humildade no trato com o próximo, que DEUS ama com amor sem medidas.


«DEUS de Israel, SALVADOR.» Conhecer ESTE, que é o único DEUS, é conhecer a salvação, é encontrar o significado da sua vida, é alcançar a esperança que não é a última a morrer (como a esperança dos pagãos), pois, esta, não morre: está garantida, apenas ainda não se alcançou o conhecimento pleno de DEUS (e do próximo), só no CÉU. A esperança cristã, virtude teologal (fruto da comunicação da vida divina no baptizado que se mantém na graça de DEUS), não é algo que se espera que aconteça, com a possibilidade de não acontecer, como nas esperanças meramente humanas, mas algo que se espera, porque ainda não se alcançou plenamente, mas que está garantido, pelos méritos de JESUS CRISTO, que se alcançará (só o pecado poderá impedir, a rejeição livre e consciente de DEUS até ao fim).

«Todos os que VOS odeiam serão envergonhados e confundidos, serão confundidos os fabricantes de ídolos.» Isto é visível ao olho nú, e vai acontecendo no mundo. A consciência da pessoa que odeia DEUS está sempre a confundi-la, mesmo que o ódio - que é cego (e que vem do orgulho) - não se renda à evidência da sua consciência. 

«Assim fala o SENHOR que criou os Céus, o DEUS que formou a Terra e a consolida, que não a criou para ficar deserta, mas a formou para ser habitada.» A SAGRADA ESCRITURA fala sempre do DEUS CRIADOR. Ouvi dizer que os cientistas especulam a possibilidade de sistemas estelares semelhantes ao solar e com possibilidade de planetas semelhantes à Terra, com vida e não só, mas vida inteligente. Desses planetas, nada sabemos, se existem mesmo e até com extra-terrestres (os anjos existem e até  são "extra-terrestres", mas acima desta realidade visível), são só especulações (por enquanto, pelo menos), mas sabemos do planeta Terra, no sistema solar, que DEUS criou  não, para ficar deserta como acontece em Mercúrio, por exemplo (e tantos outros palentas doutros sistemas estelares), mas a formou, após criá-la (quando foi que a formou, não importa), para ser habitada, não só pelos homens, que estão sob provação de FÉ antes de poderem ver DEUS, como aconteceu com os anjos, mas por uma multidão de criaturas minerais, vegetais e animais, que ainda hoje são criadas e descobertas. Em relação aos outros planetas, nada muda, mas não esqueçamos que os cientistas só podem observar a CRIAÇÃO visível, o mundo dos corpos. A CRIAÇÃO é muito mais do que isso.

«EU sou o Senhor e não há outro. Não tenho falado em segredo ou em lugar tenebroso. Não disse aos filhos de Jacob: ‘Procurai-me em lugar deserto’.» Apesar de ser um DEUS escondido, é DEUS connosco: não pretende esconder-SE, mas como, das parábolas do REINO DE DEUS, é a pérola preciosa e tesouro escondido a descobrir-se. Apesar de DEUS ser DEUS, transcendente à Sua CRIAÇÃO, visível e invisível (a observada pelos cientistas...), não nos pretende assustar com a Sua grandeza (como, em analogia, os pardais se assustam com o nosso tamanho, embora não queiramos fazer-lhes mal; assustam-se com a nossa "grandeza"). Não é um DEUS que fala em lugar tenebroso, mas connosco, onde nos encontremos, em que situação nos encontremos. É um DEUS que está, enquanto vivemos esta vida transitória, inteiramente aberto a qualquer um de nós, por pior que tenhamos sido, para nos libertar do Mal. Assim é, graças a DEUS, a obra da salvação realizada por DEUS nos merecimentos (infinitos) de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.

«EU, o SENHOR, falo a verdade e proclamo o que é recto» JESUS mesmo o disse, que ELE é a VERDADE e a VIDA, além de ser o CAMINHO. O que é recto, embora possam haver nevoeiros, por causa da herança do pecado original, está na consciência humana, a LEI natural (ou da CRIAÇÃO, visível e invisível). Sempre que fôr violada, terá sempre os seus maus efeitos.


«Reuni-vos e vinde, aproximai-vos todos juntos, sobreviventes das nações.» É um DEUS que nos agrega como Seu povo, e que se chama IGREJA. O convite é para todos e todas as nações. Aqui, não existe certas acusações de ideologias, sem compomisso com a verdade (mas com um certo de desejo...),  sobre a missão que JESUS CRISTO deu à IGREJA, de levar a  FÉ a todos os povos: não há nada de mais próximo, salvador e libertador (tudo coisas só boas, que não precisam de ser impostas, pelos contrário, conhecendo-as, todos a desejam com toda a sua liberdade) não só para pessoas, mas também para as nações e culturas, do que DEUS. DEUS não pode ser estranho a ninguém, a nenhuma cultura ou nação, é até asneira dizer isso. Ninguém precisa de ser obrigado a ser feliz, coisa que só DEUS pode dar... Todos querem ser felizes.

«Nada compreendem os que elevam ídolos de madeira e oram a um deus que não pode salvar.» De facto isso acontece com todos aqueles, que pessoas físicas ou jurídicas, governos, Estados, nações, não põem a sua confiança somente em DEUS, mas em ídolos (sempre, como dizia o profeta Elias, a dormir ou ocupados em negócios, quando precisamos deles): não compreendem nada e estão sempre a ser confundidos e decepcionados. Alguns dos ídolos "salvadores" (que não passam de criaturas, isto é, dons de DEUS...), são a Ciência, a tecnologia, o dinheiro, o prazer (doentio e sempre ilusório). São bens, mas porque se tornaram o fim, quando deviam ser um meio para o único fim, que deve ser DEUS, se tornam ídolos. 

«Voltai-vos para MIM e sereis salvos, todos os confins da Terra. EU sou DEUS e mais ninguém. Juro pelo Meu Nome. É verdade o que sai da Minha boca, a Minha PALAVRA é irrevogável: Diante de MIM se hão-de dobrar todos os joelhos, em Meu NOME hão-de jurar todas as línguas. E dirão: ‘Só no SENHOR está a justiça e a fortaleza’» Está bastante claro, dito à maneira do autor sagrado, o que DEUS, NOSSO SENHOR, nos quer dizer aqui, pelo Seu profeta, do Antigo Testamento, Isaías. Em primeiro lugar, que a salvação de JESUS CRISTO é universal, o convite de DEUS é para todos (os confins da Terra). A PALAVRA DE DEUS é irrevogável, tudo se cumprirá no tempo determinado para se cumprir. Ninguém pode impedir isso de acontecer. A SAGRADA ESCRITURA possui exemplos de poderosos que quiseram contrariar o cumprimento da PALAVRA DE DEUS inutilmente: ELA foi cumprida. Só  em DEUS, claro está, está a salvação. Sempre que nos afastarmos de DEUS, como no mundo actual, nos afastamos da salvação.

«Hão-de vir, cobertos de vergonha, à Sua presença todos os que se levantaram contra ELE. No SENHOR terá salvação e glória toda a descendência de Israel». Isto foi cumprido com a ressurreição de JESUS CRISTO, embora a provação de FÉ se mantenha até ao dia e hora que ninguém pode conhecer do Juízo Final, quando se realizará plenamemte os frutos da ressurreição do SENHOR para a humanidade. A descendência de Israel é os que acolheram a salvação oferecida a todos. Todos os que acusaram DEUS disto e daquilo, formando uma imagem de DEUS à imagem e semelhança dos seus defeitos e maldades, hão-de ficar envergonhados, após o perdão de DEUS, porque já não estarão diante do DEUS deturpado por eles, mas do DEUS que é AMOR e perdoa. Esta vergonha, que acontece com todos que se convertem a DEUS após uma vida na escravidão do pecado, não é a vergonha sem vergonha, que está na moda no mundo da promiscuidade, mas arrependimento, dor pelo tempo perdido no mal, além de  agradecimento por DEUS lhes ter perdoado.

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