quinta-feira, 13 de setembro de 2012

07 Quem como DEUS? (8)

TC 23,5 B
São João Crisóstomo, Bispo e doutor da Igreja, MO.


5º Aparição de Fátima

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Seria irracional algum "decreto-lei" ou "dogma" que proibisse a possibilidade de haver criaturas que os nossos sentidos não podem apreender (nem a nossa inteligência pode compreender, a não ser por analogia), podendo, contudo, ser a explicação (a causa) para algum acontecimento da história, até de descobertas científicas, etc.

Mesmo que não tivesse havido a REVELAÇÃO DE DEUS falando da realidade invisível, seria contra a razão (irracional) não admitir a possibilidade de haver uma realidade que o homem não pode apreender nem compreender, no entanto, ser a causa, portanto, a explicação, de alguma coisa. E levando em conta a hipótese óbvia e honesta da luz natural da razão, a Filosofia demonstrou que tais criaturas existem, ao demonstrar a existência de DEUS.

Ignorar, por exemplo, a acção do Maligno nos acontecimentos do mundo - afirmar por decreto-lei que isso não pode ser explicação (na modernidade) -, seria muito conveniente para a "ciência" que quer explicar tudo (pelo menos dizem que algum dia...). O que está por detrás dos ataques contra a IGREJA? Existe alguma conspiração humana ou de grupos humanos contra a IGREJA? E tem importância saber isso? Talvez alguma, mas a conspiração contra a IGREJA é a do príncipe deste mundo, como JESUS chamou a Satanás. Esta criatura não quer a salvação do homem, não quer que a IGREJA a leve a todos os povos, como missão dada pelo próprio DEUS, NOSSO SENHOR, não lhe interessa que se fale de DEUS, que se diga que existe a prova da Sua existência, que existe a autoridade - é ele que quer ser a autoridade  e assim a exerce em todos que, conscientes ou não, vão fazendo o que lhes manda (contra DEUS) - que não há verdades absolutas, como ele sabe muito bem que existem sim senhor, mas o caos das pseudo verdades relativas divide, enfraquece, confunde, cria crises, etc, como lhe convém para melhor reinar sobre os homens e as suas idéias.

Na Filosofia se fala de causas primeiras e causas segundas, estas, as segundas, são o objecto do chamado conhecimento científico experimental e da crítica histórica; não são as causas primeiras: estas, são o objecto da ciência maior, a Filosofia (a Metafísica). São válidas as explicações dos acontecimentos históricos, por exemplo, pelas causas segundas - religiosas, políticas, sociais, tecnológicas, militares, etc - porque os homens actuam e são causa eficiente, e em função de uma causa final, mas essas explicações ficam muito mais claras e compreensivas, quando se compreende que muitas vezes os homens agem por causa da interferência do espírito bom (os anjos (ou mesmo DEUS)) ou do espírito mau (os anjos que se tornaram demónios por livre iniciativa). Assim, é válida as explicações sobre as razões do renascimento pagão no final da Idade Média já em decadência e sob intenso ataque do espírito do mal. Mas ficaria incompleta a explicação, para quem queira aprofundar-se nas razões desses acontecimentos, não tomar consciência que o principe deste mundo, limitado no seu poder por DEUS, mas com muito poder mesmo assim - é quem está por detrás dessas confusões todas das idéias, da crise da autoridade, da imoralidade e crime, e dos ataques à IGREJA e aos valores cristãos e naturais (não precisam ser cristãos, pertencem à natureza humana).

Se subtrairmos 313 d. C., do Édito de Milão, que pôs fim às perseguições aos cristãos, dando a liberdade religiosa, e alguns anos depois e sem nenhuma imposição - facto único na história! -, mas pela conversão de todos ao cristianismo (sem condicionamentos, sem propaganda maciça, como fazem as ideologias agora para impor e condicionar, mas porque era muito bom...), se reconheceu a religião cristã como a religião oficial; se subtrairmos esse número ao que marca o inicio do declínio do poder papal, por volta de 1303 d. C., vão uns mil anos. À IGREJA cabe interpretar correctamente a ESCRITURA, jamais a mim (aliás, DEUS me livre de tal pretensão!), mas apresento esta coincidência dos mil anos:

Vi um anjo que descia do CÉU. Trazia na mão a chave do Abismo e uma grande corrente. Agarrou o Dragão, a Serpente antiga, que também se chama Diabo ou Satanás: prendeu-o por mil anos e lançou-o no Abismo que depois fechou e selou, para que ele não mais enganasse as nações (não enganasse as nações como faz hoje...), até que se completassem mil anos. Depois deste período, o Diabo deve ser solto por algum tempo (tempo que vai até ao Juízo Final). Vi também alguns tronos; e aos que neles estavam sentados foi dado o poder de julgar (Já estamos no Juízo Final. JESUS falou qualquer coisa sobre os doze Apóstolos se sentarem em doze tronos... (Matias substituiu Judas Iscariotes), para, com o SENHOR, julgarem o mundo. A IGREJA é julgada por quem tem traves bem maiores, mas será ELA a julgar, quando o SENHOR vier). Vi ainda as almas dos que foram decapitados pelo testemunho de JESUS e pela PALAVRA DE DEUS, os quais não adoraram a Besta, nem a sua estátua, nem trouxeram na fronte ou na mão o sinal da Besta (o nosso sinal (de salvação) é um só, o da Santa CRUZ... Este salva para valer. Sem este sinal, ninguém se pode salvar, cristão ou ainda não cristão. No CÉU são todos cristãos...). Eles reviveram e reinaram com CRISTO durante mil anos. O resto dos mortos não voltou à vida antes de se cumprirem os mil anos (Na Idade Média, a evangelização, que baptiza povos, se restringiu à Europa, parte do oriente e norte da África... Só com os descobrimentos levaria a salvação de JESUS a muitos mortos, isto é, a muitos não baptizados). Esta é a primeira ressurreição (quando a pessoa é baptizada, é sepultada e ressuscitada com CRISTO). Felizes e santos os que tomam parte na primeira ressurreição! (E não perdem esta vida na graça pelo pecado mortal) Sobre eles a segunda morte não tem qualquer poder; mas serão sacerdotes de DEUS e de CRISTO e reinarão com ELE durante mil anos. Quando se cumprirem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e partirá para seduzir as nações dos quatro cantos do mundo, a Gog e Magog, a fim de os reunir para a batalha. O seu número será tão grande como a areia da praia. Eles subiram à planície da terra e cercaram o acampamento dos santos e a Cidade predilecta (a IGREJA perseguida). Mas (já estamos, aqui, no Juízo Final; o tempo da REVELAÇÃO não necessariamente segue a nossa cronologia) um fogo que caiu do CÉU devorou-os. O Diabo, que os tinha enganado, foi precipitado no lago de fogo e de enxofre, onde também estão a Besta e o falso Profeta. Aí serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos. (Apocalipse XX,1-10)

Sobre o renascimento, escreve o Padre Leonel Franca SJ:
Os ataques contra a filosofia das escolas alastraram-se por toda a Europa, assumindo a feição de uma verdadeira ofensiva geral. O movimento de idéias, conhecido com o nome de Renascimento

- o termo Renascimento, não indica, como alguns parece quererem insinuar (de mentira), o renascimento da inteligência e dos estudos (presunção!); significa apenas o renascimento das influências literárias e artísticas da antiguidade pagã (para ficar mais claro, pode-se dizer: Renascimento Pagão) -,

e caracterizado na literatura e nas artes por um esmerado cultivo de forma e por uma admiração exageradamente entusiasta da antiguidade pagã, apresenta-se na Filosofia como uma reacção hostil, cega e violenta contra as tendências medievais.


E porquê? Por detrás de tudo isso, está o príncipe deste mundo, já que a Idade Média tem a ver com DEUS, JESUS CRISTO, a IGREJA. E JESUS veio para quê mesmo? Entre outras coisas, para destruir as obras do Mal, tão presentes, como testemunha os registros históricos sobre as crueldades pagãs e os ídolos na origem delas; em particular, se vê isso em Roma e Atenas; a característica do paganismo (irmãos nossos que não conhecem o AMOR DE DEUS que os mudaria, libertando-os e salvando-os, como deseja NOSSA SENHORA), se formos ver, é a ignorância sobre DEUS, de modo que o homem se torna mais facilmente influenciável pelo espírito do mal. O cristianismo humanizou o mundo inteiro com a sua novidade única (continuará a ser única, se o mundo ainda existir daqui a 3000 anos). JESUS veio para nos redimir e salvar:

Quem comete o pecado é do Diabo, porque o Diabo peca desde a origem. Para isto se manifestou o FILHO DE DEUS: para destruir as obras do Diabo. (1 João III,8) 

E isso já acontece em quem crê em JESUS (vive o que crê, FÉ viva, não, a morta)... Mas o Inimigo de DEUS, da CRIAÇÃO e do homem, que tornou-se o príncipe deste mundo com a queda de Adão, isto é, passou a dominar a humanidade decaída, nunca deixou de sê-lo, nem quando a IGREJA teve o poder temporal. O efeito do pecado no mundo foi a desordem da natureza, reflectindo na natureza mineral, vegetal, animal e, em particular, no homem, decaindo, incluisvé, a sua inteligência e entrou a concupiscência (algo ignorado pelos psicólogos... Outras observações!). Ao mesmo tempo, o mundo caiu sob o poder (autoridade, reino) do espírito do Mal. Só e somente JESUS CRISTO, o FILHO DE DEUS humanado, nos pode livrar de tudo isso: ELE é o CORDEIRO DE DEUS - é renovado este mistério em cada SANTA MISSA - que tira o pecado do mundo, isto é, a desordem do pecado e o domínio do príncipe do mal, que traz o REINO DE DEUS, que não é deste mundo, mas que, graças a DEUS, será também deste mundo no Juízo Final. (A Vossa vontade assim na Terra como no CÉU)

Nos acontecimentos do mundo, como já mencionei, não podemos, nas explicações, esquecer a possibilidade da acção do príncipe deste mundo... Ou de DEUS, agora, claro, óbvio, para o bem. Tão absurdo e nada científico (porque a ciência não impõe "dogmas", está aberta às hipóteses) seria quem quisesse proibir DEUS de intervir na história e poder ser, por isso mesmo, a explicação para algum acontecimento histórico. Ou não permitir as criaturas invisíveis de actuarem (os anjos de DEUS actuam sempre segundo a vontade (AUTORIDADE) de DEUS, e isso lhes dá uma felicidade sem medidas, inclusivé, à liberdade, plenamente realizada na visão beatífica de DEUS)

É razoável, nas explicações científicas e fenómenos de registro histórico, só citar as causas segundas, mas não se pode esquecer desta possibilidade. Igualmente, procurar compreender os diversos modos como a IGREJA é atacada e perseguida - por fora, por dentro com muitos mais estragos - sem levar em conta quem está por detrás disso - São Paulo (São Pedro, etc) deixa bem claro quem está por detrás... -, é não compreender nada ou pouca coisa dos acontecimentos da história em relação à IGREJA.

JESUS quando fala do campo, na parábola do trigo e joio, deixa bem claro que o campo onde ELE plantou a semente é o mundo inteiro. A salvação de JESUS é universal, não exclui ninguém. ELE fala da IGREJA que, quando se relaxa (dorme), o Inimigo planta o seu joio mais à vontade, abafando o trigo, mas o campo não é só a IGREJA, mas o mundo inteiro. Os discipulos pedem-LHE a explicação da parábola:

Afastando-SE, então, das multidões, JESUS foi para casa. E os Seus discípulos, aproximando-se d'ELE, disseram-LHE: «Explica-nos a parábola do joio no campo.» ELE, respondendo, disse-lhes: «AQUELE que semeia a boa semente é o FILHO DO HOMEM; o campo é o mundo, a boa semente são os FILHOS DO REINO; o joio são os filhos do Maligno; o inimigo que a semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os anjos. Assim, pois, como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: o FILHO DO HOMEM enviará os Seus anjos, que hão-de tirar do Seu REINO (já abrangendo o mundo inteiro no Juízo Final) todos os escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade, e lançá-los na fornalha ardente; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o Sol, no REINO de seu PAI. Aquele que tem ouvidos, oiça!» (Mateus XIII,36-43)

O próprio SENHOR, sobre ser o mundo o campo onde ele plantou o cristianismo causa eficiente da civilização ocidental, até repetindo os Seus profetas do Antigo Testamento, mais de uma vez menciona isso mesmo: hão-de vir - sem imposição nem condicionamentos, como fazem as ideologias -, de todos os cantos da Terra, de todos os povos e culturas, para formar o POVO DE DEUS:

Então os justos resplandecerão como o Sol, no REINO de seu PAI.

Até nisso JESUS é único na história da humanidade (para O quererem comparar a homens famosos, que absurdo! Homens não são nada além de homens. JESUS, é verdade, mistério de FÉ, é DEUS humanado, que diferença para as comparações!). ELE revelou a Moisés o Santo NOME de DEUS: JAVÉ, o Seu NOME (ELE mesmo vai dizer que JAVÉ), mas não disse tudo a Moisés. Assumindo a nossa humanidade, o VERBO DO PAI, disse que DEUS é PAI e ensinou-nos a rezar assim mesmo: PAI NOSSO, que estais no CÉU, santificado seja o Vosso NOME (de PAI misericordioso, cuja glória não são vaidades, nem podia, mas a salvação do homem, em particular, dos que não VOS conhecem, uma das preocupações da RAINHA DA PAZ na Sua última mensagem. Nesse desejo do meu DEUS, está todo o meu desejo, a salvação da humanidade, de todos, que só JESUS pode dar. JESUS veio trazer esta mensagem ao mundo, dizer QUEM é DEUS: a felicidade do homem). Ficará provado, no Juízo Final, que certas teorias, como a do condicionamento, que dizem que alguém se tornou cristão por condicionamento, porque os pais o eram, numa sociedade cristã, etc, é, quero enfantizar, uma história da carochinha; a conversão dos povos ao cristianismo não foi por condicionamento - naquele tempo não havia os recursos que a cultura da morte tem hoje para impor e condicionar -, mas porque conhecer JESUS, o AMOR DE DEUS, a novidade cristã, viver na paz de DEUS, é muito bom todos aderiram. Quando houve a conversão dos povos, o cristianismo nem estava no poder (temporal), antes era furiosamente perseguido. A Europa recebeu o tesouro de ser cristã porque, em primeiro lugar, DEUS (AUTORIDADE) quis, mas DEUS respeita a nossa liberdade: o povo aceitou porque era muito bom. Nenhuma espécie de imposição ou condicionamento estava presente É claro que, depois, numa sociedade de ambiente cristão (a ocidental), os pais transmitem a FÉ (aliás, é um dever moral dos pais), aos filhos, mas dizer que uma pessoa é cristã por causa de condicionamento familiar e social, é mentira, apenas uma mistura de alhos com bugalhos (muito conveniente ao Inimigo, tal idéia falsa, para confundir e dividir).

Feliz a nação que tem o SENHOR (AUTORIDADE) por seu DEUS, o povo que ELE escolheu (mas sem imposições) para Sua herança. (Salmo XXXII,11)

No CÉU ninguém - nem a liberdade... - tem nada contra! Após JESUS CRISTO, o campo não é mais um povo escolhido, mas o mundo inteiro. Esta conversão ao SENHOR do mundo inteiro, que podia ter sido pela força, bastaria uma simples decisão da Sua vontade: «faça-se», e nada nem ninguém poderia impedir - JESUS é DEUS -, será sem esses métodos humanos da força e imposição: será uma conversão livre e espontânea. É claro que depois usará do Seu poder divino para destruir por completo as obras do Mal (Juízo Final).

Estamos num mundo muito barulhento, como agrada ao Inimigo, cheio de ruídos sonoros e de uma multidão de idéias que não passam de erro ou mentira disfarçadas de verdades relativas. Esses ruídos começaram a crescer com o renascimento pagão e não deixariam mais de crescer até hoje: na nova Torre de Babel para chegar ao CÉU sem DEUS, até para tomar o lugar de DEUS, que absurdo, a confusão não é mais da língua, mas das idéias... Mas a verdade não depende das opiniões ou de algum decreto-lei.

Se o mundo (dominado e alienado pelo príncipe deste mundo) vos odeia, reparai que, antes que a vós, ME odiou a MIM. Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu; mas, como não vindes do mundo (materialista), pois fui EU que vos escolhi do meio do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: o servo não é mais que o seu senhor. Se ME perseguiram a MIM, também vos hão-de perseguir a vós. Se cumpriram a Minha palavra, também hão-de cumprir a vossa. (Quem crê em JESUS, crê na Sua IGREJA) Mas tudo isto vos farão por causa de MIM, porque não reconhecem AQUELE (DEUS PAI) que ME enviou. Se EU não tivesse vindo e não lhes tivesse dirigido a palavra, não teriam culpa, mas, agora, não têm escusa do seu pecado. Quem ME odeia a MIM odeia também o Meu PAI. Se, diante deles, EU não tivesse realizado obras que ninguém mais realizou 

(JESUS não se refere só às Suas obras quando ainda neste mundo (visivel), mas às que irá realizar, bem maiores, como o disse, através dos Seus fiéis na IGREJA, obras sempre actuais: martírio, missões, civilização ocidental, ciência, etc... Estas e outras obras de JESUS CRISTO, através da Sua IGREJA, e, isto, sempre no meio de intensas perseguições, visíveis e invisíveis, que nunca deram descanso nem quando a IGREJA, com a permissão de DEUS, teve o poder temporal),

não teriam culpa; mas agora, apesar de as verem, continuam a odiar-ME a MIM e ao Meu PAI. Tinha, porém, de se cumprir a palavra que ficou escrita na Sua LEI: Odiaram-ME sem razão.» (João XV,18-25)


Odiaram-ME sem razão.

Neste período, DEUS é posto de parte ou fica em plano secundário, e entra a mentira do homem-ídolo com os humanistas, o helenistas, os naturalistas e os juristas.

Os humanistas, como um Erasmo de Roterdão, cultores da forma, combateram a escolástica em nome do... - diziam eles - bom gosto artístico. Os helenizantes voltam aos erros da filosofia da antiguidade. Até a cabala voltou com força com os helenizantes!

Os naturalistas tentam uma construção original baseada na observação da natureza. (...) Muitos naturalistas do renascimento vão misturar, com frequência, aos factos observados, teorias astrológicas, cabalísticas, mágicas e alquimistas.

Com os juristas, temos Maquiavel, bem maquiavélico..., propondo uma teoria absurda, digna dos ídolos, em que o Estado - que diabólico! - é o bem soberano (no lugar de DEUS, notaram? Diabólico!) a quem - no novo culto a esse ídolo - se devem sacrificar todas as coisas; a imoralidade se torna uma "virtude", se fôr necessária para atingir esse fim diabólico.

Com a bancarrota da filosofia do renascimento, escreve o Padre Leonel Franca SJ, veio o cepticismo pôr termo a este período turbulento de transição para o que se chamará de modernismo e filosofia moderna. Não entendo muito bem o nome, porque muitas dessas modernidades já existiam na grécia antiga, nada modernas para mim... 

O movimento intelectual do renascimento útil talvez às letras e às artes, à ciência e à Filosofia foi funesto; à ciência, porque envolveu o estudo e a observação da natureza nos labirintos da astrologia, alquimia, cabala, magia e ocultismo; à Filosofia, porque, interrompendo bruscamente a continuidade do pensamento filosófico, privou a idade seguinte dos trabalhos dos antigos pensadores, cujas doutrinas adaptadas às novas circunstâncias e reformadas nos pontos em desarmonia com as descobertas recentes poderiam ter evitado desvios fatais na história do pensamento.

De facto, uma das acusações de Jacques Maritain aos chamados filósofos dos tempos modernos será fazerem um ataque sistemático a Aristóteles, a São Tomás e à Escolástica no escuro, isto, diz Maritain: muitos deles nem conheciam ou não compreenderam o que os antigos (expressão usada por Jacques Maritain) ensinavam.

Para responder positivamente à crise na ciência, escreve o Padre Leonel Franca SJ, vão surgir, neste período, Copérnico, Kepler, Newton, Torricelli e, sobretudo, Galileu, enveredando a ciência de novo no seu verdadeiro caminho. Na Filosofia, cita Bacon e Descartes.

E sobre DEUS? Eu já falei muito d'ELE pela Sua PALAVRA, que ajuda a compreender as tendências da história do pensamento humano. Neste período, e assim será cada vez mais, daqui para a frente, as questões já não estão centradas, como seria racional, em DEUS, mas irracionalmente noutros assuntos, onde se vão desenvolver as ideologias como, por exemplo, a do maquiavélico deus-estado, que pretende, que absurdo, tomar o lugar de DEUS. O irracional disfarçado de racional terá o seu lugar no pensamento humano, aos poucos.

E sobre o Inimigo? É só não esquecer que ele está sempre presente nos erros e nas mentiras, embora não possamos, é verdade, citá-lo nas explicações onde só envolve as causas segundas. Mas não esquecer os ensinamentos de JESUS CRISTO sobre a acção dele no mundo.

A decadência da Escolástica, porque os seguidores abandonaram a autoridade dos mestres - a autoridade é uma coisas maravilhosa, essencial na ciência, para não se partir da estaca zero: leva-se em conta as descobertas já feitas, ao invés de desprezá-las, herança dos filósofos e cientistas anteriores -, é uma das razões para o que aconteceu. No século XVI, na Espanha - o berço -, surgirá o movimento de rejuvenescimento da Escolástica, também muito apropriadamente chamada de Filosofia perene. Retorna-se ao estudo dos grandes mestres, o que é de bom senso (seja na Filosofia, seja na ciência), e surge a chamada idade de prata da Escolástica. Quero só mencionar Francisco Suarez - lembrar, um escolástico! - que na sua obra prima, «De legibus», vai fazer um estudo sobre Direito Social, que fará oposição a Jaime I, de Inglaterra, que defendia com os teólogos protestantes o pretendido direito divino dos reis. De facto, a autoridade tem a sua origem - como todo o bem ou dom - em DEUS, e DEUS espera que qualquer um dos Seus dons sejam usados para o bem, assim, a autoridade, mas como esse dom de DEUS é oferecido e a quem?

Francisco Suarez sustenta que a autoridade, de origem divina, não é comunicada ao soberano senão por intermédio do povo. Imediatamente, o poder é conferido à multidão, que depois o transfere a um ou vários dos seus membros escolhidos pelo consentimento geral, tácito e explícito. Em caso de tirania, o povo pode, sob certas cláusulas, retomar a autoridade que ele conserva sempre «in radice» (na raíz) e concedê-la a outrém.»

No próximo assunto, se DEUS quiser, dado que a Idade Média é central, na história do pensamento, nas ciências (experimentais), na economia, na arte, na tecnologia, em tudo que chamamos de civilização ocidental, tirarei um resumo do Padre Leonel Franca SJ sobre este período maravilhoso da humanidade, que depois decaiu, já se sabe porquê como razão principal.

Aproxima-se a celebração da festa da Exaltação da Santa CRUZ, amanhã, se DEUS quiser. Por este sinal, o mundo inteiro foi salvo. Até amanhã, se DEUS quiser e, quase me esquecia, um bom tempo de descanso, ou, se preferir, um bom faz-de-conta fim-de-semana, mas em qualquer dos casos esteja o DOMINGO no centro desse tempo de descanço!

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