«Não julgueis, para não serdes julgados; pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos. Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não vês a trave que está na tua vista? Como ousas dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o argueiro da tua vista’, tendo tu uma trave na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão.»
Resumindo tudo, não devemos nunca julgar ninguém. Quanto à repreensão caridosa só estaremos em condições de dá-la, se tirarmos, pela conversão e humildade, a trave dos nossos olhos. Se não nos conhecemos a nós mesmos, como poderia um cego conduzir outro cego, diz JESUS noutra passagem.
A justiça de DEUS consiste em misericórdia: todo o pecado contra o FILHO DO HOMEM será perdoado, pois foi reparado pelo FILHO DE DEUS que, para isso, assumiu, para sempre, na plenitude dos tempos, a nossa humanidade, sem deixar de ser o que é na eternidade, DEUS. Só o pecado contra o ESPÍRITO SANTO não será perdoado e, neste caso, será aplicada a justiça de DEUS. Numa mensagem da RAINHA DA PAZ, ELA diz que só quem negar DEUS até ao fim, sem nunca mudar, terá o que quis até ao fim, a eternidade sem DEUS. Mas a justiça de DEUS também se aplica temporariamente no Purgatório...
Quando JESUS diz: «não julgueis, para não serdes julgados; pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos», talvez haja almas no Purgatório por causa de não levar em conta esta advertência. Os julgamentos que façamos dos outros pode ser uma das razões da passagem pelo Purgatório. Mais, até pode ser que se justifique um julgamento de alguma pessoa, mas o que DEUS espera do nosso coração é a bondade, que leva à misericórdia, e faz que DEUS, na Sua justiça, olhe com misericórdia para nós (que sempre bem precisamos dela, sempre! (em todos as situações e fases da nossa vida (ninguém duvide disso, porque viveria de mentiras...))).
Mas vamos aonde eu quero chegar, e até já resumi no início, com esta PALAVRA DE DEUS: quando JESUS nos diz: «hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista», está a repreender-nos por fazermos julgamentos sobre os outros, quando esperaria de nós, em imitação a ELE, misericórdia (nos pensamentos, nas palavras e nos actos). Com que direito julgamos os outros? Somos mesmo melhores do que o eles? Se acreditamos nisso, bem enganados estamos em acreditar nisso! A DEUS somente cabe o julgamento. (E nas coisas do mundo, aos juízes... (a mais ninguém)) Que sabemos nós de nós mesmos, quando nos falta a misericórdia para com os outros? Estaremos a julgar o outro ou a nós mesmo com a nossa trave? Mas, mesmo tirado a nossa trave, JESUS continua a dizer que não devemos julgar os outros, nunca devemos julgar ninguém: «tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão». Agora, já não é julgamento, aliás, tirada a nossa trave, não julgaremos mais ninguém; agora trata-se de um irmão nosso e de uma correcção fraterna, exigência da própria caridade, mas só está em condições de fazer isso quem tirou a trave do seu olho pela conversão diária. Na correcção fraterna a intenção não é a condenação, mas o bem para o advertido, eis a grande diferença: tirar primeiro a nossa trave - que, conhecendo-nos melhor a nós mesmos, nunca mais julgaremos os outros -, para estarmos em condição de dar uma correcção fraterna, quando fôr o caso. Corrigir os errados é uma das obras de misericórdia.
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